domingo, 1 de julho de 2012

A SAGA DE CONSELHEIRO NOS SERTÕES

Por Gustavo Dourado



Retorno ao longo do tempo
Para poder recordar
Dos Sertões de Conselheiro
Com Euclides a narrar
A Epopéia de Canudos
Vou aqui rememorar ...

Mestre Euclides da Cunha
Jornalista e engenheiro
Escritor de obra-prima
E lida no mundo inteiro...
Os Sertões é grande clássico
Do pensamento brasileiro...

Euclides era rigoroso
Na elaboração textual
Militar e engenheiro
Jornalista social
Da epopéia de Canudos:
Fez registro magistral...

O levante popular
De Antônio Conselheiro
Deu-se pelo descaso
Do Governo Brasieliro.
Ignorância e miséria:
Tomam conta do terreiro...

Chacina sem precedentes
Sob comando estatal...
Todo um povo massacrado
Pela República tão brutal...
Por uma elite opressora
Corrupta e anti-social ...

O masasacre de Canudos
Retratou com evidência
O Estado que assasina...
Desgoverno sem consciência...
Os canhões contra os civis:
É barbárie e truculência...

Os Sertões é obra-prima:
Monumento nacional...
Retrata um episódio
Histórico e crucial...
O Estado contra o Povo:
Um escândalo sem igual...

A batalha foi sangrenta
O povo contra o poder
A República sanguinária
Fez a História perverter
Botou fogo e jogou água
Para o crime esconder...

Gemem as almas das crianças
No local abandonado...
Velhos e moribundos
Todos vítimas do Estado
Deu-se o bárbaro Holocauto
De um povo martirizado...

Ré...República criminosa
Hecatombe no Sertão...
Milhares exterminados
Pelas mãos da repressão
Do Estado que tortura
E castra a Revôolução...

Continua o mesmo drama
No Brasil de Sul a Norte
A miséria em todo canto
Exploração em grande porte
Fome, morte, espoliação:
Paus-de-arara no transporte...

Sertanejo sempre bravo
Corajoso...combatente...
Enfrentou com garra e fé
O veneno da $erpente
O Estado autoritário
Que massacra a sua gente...

Canudos é um exemplo
De um povo bem valente
Forte por natureza...
Sempre foi um resistente
Contra as agruras da vida:
De uma elite que só... mente...

O Estado tudo fez
Para a História esconder...
Inundaram o local
Para o fato perecer
Mas a seca de repente:
Faz tudo aparecer...

Os massacres continuam
Contra o povo sofredor
Um povo que não se curva
À miséria e a dor.. .
Que quer novo Coneselheiro:
Para ser seu Redentor...

Povo que não quer esmola
Quer saúde e educação
Quer crédito para o plantio
De arroz, milho e feijão...
É um povo que só recebe:
Imposto, fome, exploração...

Um povo que não se verga
À tirania do Estado...
Que vive no sofrimento
Faminto e espoliado:
Um povo que não agüenta:
A mísera vida de gado...

É um povo sonhador
Que quer o essencial
Terra, amor, casa e comida
Emprego e vida normal ...
Que quer paz e equilíbrio
Sem miséria no quintal...

A Insurreição Sertaneja
Em Os Sertões é retratada
Tudo está tão desigual
Sofrimento na jornada...
Um povo que passa fome
Sem escola, sem mais nada...

Euclides ecoou o Grito...
Do sertanejo, o degredo
Resgate-se nossa História
Desenrole-se o enredo...
Enalteça-se o Conselheiro:
Um brasileiro sem medo...

Os Sertões e sua gente
Euclides nos demonstrou
"O sertanejo é um forte"
O mestre salientou...
Foi além do científico:
Ao sertanejo: humanizou...

Mandacarus, xiquexiques...
Gravatás, surucucu...
Cactáceas e xerófitas
Cascavel, jaracuçu...
Cabeças de frade ao vento:
As sombras dos pés de Umbú...

O vaqueiro na paisagem
Na caatinga: imperador...
Espora e gibão de couro
Gigante desbrava-a-dor
No sertão tem seu destaque:
Nos versos do cantador...

Crianças abandonadas
Sertanejos destemidos...
O Estado sempre ausente
Naqueles mundos perdidos...
Um homem a resistir:
Lá nos sertões esquecidos...

Tudo continua igual
Pelas bandas do Sertão. ..
O Povo a passar fome:
Não recebe educação...
Na espreita os Conselheiros:
Pra nova rebelião...

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