sábado, 1 de fevereiro de 2014

A VOLTA DO MENINO

Por Ernesto Wayne (poeta bajeense, patrono da cadeira nº 9 da ALB/DF, 1929-1997)

Mas meu Deus, por que mundos se meteu,
Tomou talvez por que caminhos tortos,
Certo menino meigo que fui eu?
Por que mares singrou, de tantos portos?

E as imagens de si, tão altas, seu
Cismar de olhos de então, no céu absortos,
Tudo foi para sempre e se perdeu?
E os sonhos que ele tinha, estarão mortos?

Buscando esse menino me procuro,
Pois penso ser de novo o que já fui,
Mas tudo para trás é tão escuro:

Porém vai o menino renascer
Depois em mim no tempo que deflui:

Somos aquilo que pensamos ser.

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