terça-feira, 1 de setembro de 2015

SÚBITA INEXISTÊNCIA ENTRE SÉCULOS

Por Samuel da Costa (ALB, Anápolis, GO)

De repente o universo inteiro
Cabe na minha simples inexistência
Como uma mentira
Que cabe em mil palavras mecanizadas
***
Pois na minha observância
Pueril e imperfeita
Sente a súbita necessidade
De se dissolver nas massas
Dissolutas
Que se aglomerou nos burgos
 Em março último
Como em um suicido coletivo
Estúpido e conservador
***
 Não muito longe
Em tempo e espaço
 A divina dama virginal
Vague-a sorridentemente
Pelas ruas  
 Ela vai visitar uma modista
Para lhe encomendar o enxoval
Embebecida de sonhos
E ilusão matrimonial
***
Que tombe todas as muralhas
 Que tombe o universo inteiro
 Dentro de mim...
Que se consuma em tediosas horas
Inexatas e nevoentas
Todas as minhas certezas
Até não sobrar mais nada
De coisa alguma!
***
Como o escriba
Que em desesperadas horas
Esconde-se na água furtada
A sonhar com aquilo
Que não existe
*** 
Assim como o fadista
Toma a cistres
E chora para ouvidos mocós
Eu durmo para não
Acordar mais
Assim como possuo
A amante
Para não possuir coisa alguma
Consumido por efêmeros
Prazeres para uma
Vida toda de dores sem fim
***
Ainda tateio em meio à escuridão
Completa!
Procurando não sei o que!
Ainda procuro candeeiros
Para iluminar

O meu ser mais-que-imperfeito

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