quinta-feira, 1 de outubro de 2015

ARTE COMPUTACIONAL

Por Paccelli José Maracci Zahler


ARTE COMPUTACIONAL

Por Paccelli José Maracci Zahler


"VÓRTICES" (ARTE COMPUTACIONAL)

Por Paccelli José Maracci Zahler


UMA CIDADE MÁGICA

Por Ridamar Batista (Anápolis, GO)

    Minha cidade não é uma cidade, é um clã ou melhor uma tribo. Não temos língua pátria, temos um dialeto exclusivo e puro. Somos apreciados pelo mundo a fora como seres "DiouUU" ou seja, de outro planeta, porque entre nós pouca palavra basta e se for
apenas um pedaço, aí sim, é que se fala tudo.
     Falamos de várias maneiras, inclusive com as mãos e falamos muito alto, acho que o motivo, são os morros que abafam nosso som. Em nosso linguajar podemos encontrar muitas ramificações dialéticas, como por exemplo falar de trás para frente, falar a língua do P ou falar por sinais e neste campo entram, pequenos toques, piscar de olhos, trejeitos com a face, levantar a sobrancelha, cocar, lamber os lábios, tocar suavemente ou mesmo beliscar o outro, isso depende da circunstância.
    Temos costumes diferentes, e, ao mesmo tempo, iguais. Existe um algo em comum que supera todas as expectativas. Cantamos, dançamos, fazemos festas homéricas ou simplesmente conversamos, sendo que uma coisa e outra ou tudo junto, é sempre o mesmo ato de ser feliz.
    Por nossas calçadas enfeitadas de pedras multicoloridas, passaram e passam pessoas de todas as partes e de toda as condecorações, e, ninguém de nossa tribo levanta a cabeça ou a abaixa por tal transeunte. Somos  sempre mais importantes. Somos daqui.                                                            
   Qualquer pessoa que ousar pisar o nosso chão sem pertencer ao mesmo clã, é sempre e para sempre chamado " gente de  fora". Somente o padre ( grande contribuidor para o aumento do clã) nunca fora chamado de fora. Respeito? Talvez um quê de hipocrisia, melhor com ele...
    O médico também é pessoa colocada no pedestal. Para ele tudo e todos, sem jamais questionar um ato ou fato.
    O que mais me encanta em minha cidade é o gosto comum pelos apelidos. Todo mundo tem um e nem se pode dizer no tal Bullying. É mesmo quase cordial, quase afetivo  ter um apelido, por mais esdrúxulo que pareça. Fogueira,  Ferrugem ou Fogoió, tudo se refere a quem tiver nascido com os cabelos ruivos, e, não foram poucos. Numa cidade como  esta é de se admirar, porém, ninguém busca razões,  apenas apelida e pronto. Sabiá, Periquito, Ganço ou  qualquer outro pássaro que por ventura fizer motivo, se torna por aqui em nome próprio. Ganbá, coruja, Jegue, Jumento ou coisa parecida, todos estes apelidos são comuns.
   " Peidou,  cagou"... pobre moça, fora conhecida até se mudar, por este triste apelido que lhe fora concedido, por um momento de torpe diarreia em pleno cinema da cidade.
     E para não falar dos tantos bobos que por aqui habitam...  À bobos, se incluem todos que não fazem parte da maioria extremamente culta, poética ou boêmia, que formam a massa. E estes conhecidos por " uma parte no canteiro" ou um mil reis na nota", não me perguntem nunca o que, isso quer dizer. Só ouvi, nunca entendi.
     Numa tal sintonia intelectual vive esta gente que ao longo de uma vida dois amigos se falavam por meio de Charadas. Eram compadres, amigos e eternos companheiros de pescaria, cachaça e cigarros. Um dia voltando de uma desta tais pescaria um dos dois ao chegar próximo da esquina de suas casas disse:
     - Ultimo cigarro da pescada.
    Um foi para um lado e o outro para o oposto.
    Lá pela meia noite, o compadre que ficara calado, se levanta da cama e sai de casa. Bate a aldaba da casa de seu amigo e quando este se levanta para atender o compadre lhe pergunta:
- Quantas?
   Em charadas se faz uma frase e se diz o número de sílabas, daí o outro tem que responder uma palavra que coincide com o número de sílabas e o resultado da frase, mas naquele momento não havia Charada. Era apenas uma despedida.
-Quantas?
   O compadre que dissera a despedida" Ultimo cigarro da pescada" ficou sem entender nada. Daí ou outro amigo lhe explicou:
 -Não consigo dormir. Já tentei de tudo, mas você não me deixou o número das sílabas.
   Risos, explicações... Tudo resolvido, não era uma charada. Apenas uma simples despedida.
   Tudo acontece em minha cidade.
   Quando ela começou, vieram pessoas de alguns lugares e ali foram se assentando, fazendo a vida e fazendo fortuna. Tudo virava dinheiro. Os minerais eram de uma fartura incomensurável, os animais se reproduziam aos milhares, os vegetais floriam em profusão e os homens eram felizes e nunca mais dali se foram. Misturaram... misturaram. Até que formou o clã. Beleza, força e coragem. Assim se fez o povo.
    Tudo é festa, colorido e som. Todos são músicos, artistas e poetas.
    Tem até quem diz que em minha cidade quando nasce um filho, joga-se na parede. Se pregar é músico ou poeta e se cair é músico, poeta e boêmio.
    As mulheres possuem uma beleza tão grande que chega a hipnotizar estranhos. Usam roupas coloridas, adornos pelo corpo e cabelos longos. Tranças longas, belas tiaras,
cordões de ouro, anéis e pulseiras, muitas delas feitas pessoalmente.
    Dançam como ninfas e cantam o som dos deuses.  Possuem um timbre de voz que faz as pedras se movimentarem e as águas do rio encrespar.
    De cabelos longos, lisos, anelados ou totalmente encarapinhados, são todas umas fadas. Dançam e cantam a luz da lua e enfeitiçam homens e deuses. São belas. Negras, brancas ou amareladas, todas se pintam para conquistar seus homens e estes ficam tão enfeitiçados que  por elas choram a vida toda.
    Tocam todos os instrumentos musicais, homens ou mulheres e saem pelas ruas a fazer serenatas ou cantatas, e ali compõem seus versos, suas músicas ao luar. Imitam o
cantar do rio, das cascatas e da mata que festeja os equinócios e solstícios num eterno se revestir de cores, cheiros e sabores. Cantam a cantiga dos pássaros, falam com os animais.
    Amam o violino, a flauta, a guitarra e o piano. A música faz parte da  arte e da vida.
    Os poetas abundam. Em toda casa se faz poesia e a poesia se faz em cada coração.           ]
    Os amores são quase eternos, e,  quando não são, ficam remorsos e empedernidos,  vão se transformando em música ou poesia. Assim é minha cidade, um pouco da ternura dos índios, muito da sabedoria dos ciganos e algo do sensualismo dos europeus.
     Um clã... Uma tribo... Uma cidade diferente das outras. Quer saber onde está? no meio do coração de quem a busca.
     Adoram as cores e fazem dos coloridos de suas saias longas e soltas o movimento de suas vidas. Geram seus filhos e amamentam como se fossem beija-flores, usando apenas o mel de seus próprios corpos e a doçura de suas próprias almas. Numa miscigenação profunda e profícua fizeram uma etnia.
     Acreditam em fadas e duendes, fazem feitiços, simpatias e  benzimentos. Curam com as plantas, com a água e com o espírito. Acreditam em tudo e em nada, mas para não se fazerem diferentes, acreditam.
     Amam os cavalos como um símbolo. São fiéis aos dias do ano como a cada passo do vento e por isso compõem poemas. Somos todos, ali ou longe de lá, filhos do vento.

Sobre a autora: Ridamar Batista é escritora,  presidente da Academia de Letras do Brasil, Seccional Anápolis, GO – ALBA e delegada-adjunta da Federação Brasileira dos Acadêmicos das Ciências, Letras e Artes.


OUSADIA

Por João Carlos Diehl ( Joinville, SC)

Hoje eu ousei,
Sentei na poltrona da imaginação,
Surfei, peguei ondas enormes e longos tubos
Dirigi pelas marginais de São Paulo,
Fiz passeios em várias avenidas de São Paulo
No Rio de Janeiro fui do Pão de Açúcar ao Corcovado
De bondinho fui ao Cristo Redentor
Enfim, fiz tudo que sempre tive medo
Hoje eu fui à forra
Desenfreei meus medos
Fiz longas viagens
Europa , Ásia e Oceania
Muitas loucuras
Loucura maior foi estar contigo
Nunca havia dito “eu te amo”.
Entre beijos apaixonados
Jurei amor eterno, paixão inesquecível
Aliás, teu perfume ainda impregna na minha respiração
De tudo o mais louco
Não  sei onde encontrá-la novamente
Esqueci seu nome e mesmo qualquer referência
Poderei te reconhecer apenas por sua silhueta
Ou pela vibração das energias que nos magnetizam
Tudo tão lindo
Ponho-me triste por não saber como reencontrá-la
E tanto tu quanto eu
Peregrinaremos por lugares sombrios
Até que um dia
Quem sabe nos reencontraremos
E certamente iremos entender que nada sou sem ti
E nada és sem mim
Então juntos permaneceremos
Até o final de nossas vidas.


FICAR

Por Pedro Du Bois (Balneário Camboriú, SC)

Fico e me digo
contente:
alego razões resolvidas
renovadas
recuperadas
reanimadas em quadrantes:
esquadrinho o tempo
passado em busca

do espaço ocupado.

ARCABOUÇO

Por Pedro Du Bois (Balneário Camboriú, SC)

Arcabouço construído: aos poucos
surge ereta construção tomando espaços
colhidos de ares desabitados. Ângulos
concretados escondem em paredes
o lado da espera. O inseto invade
o íntimo e se revela em voo. Nervosismo
na vida emparedada. Do arcabouço original

resta a ideia: aos poucos ressecam cinzas.

CORDEIRO

Por Pedro Du Bois (Balneário Camboriú, SC)

Dedico o poema
à lenda do cordeiro sem cabeça
dos confins do universo

peço a gentileza da devolução
das ofensas proferidas em verbos.

Recito o verso atravessado
no espaço entre desencontros
e a vontade de estar junto.

Ofereço minha cabeça a prêmio

satisfeito na ilusão da permanência.

PRIMEIRO A MÚSICA

Por Samuel da Costa (Anápolis, GO)

Primeiro a música tocada
Bem alto...
Para que todos ousam
Mesmo de longe
***
Depois vem uma breve recaída
Em uma viagem ignota
Para a terra dos sonhos
Um criar de asas
Para voar para além do infinito
Depois?
Bem depois cair na dura realidade
É claro!
***
Primeiro vem à música
Tocada ao extremo
Contada em uma língua estrangeira
É claro!
Para depois experimentar
A realidade na pós-modernidade
Aos poucos quero ser bem claro...
E de forma lenta!
***
Primeiro a música tocada
Bem alto...
Tocada no auto-carro último tipo!
Que roda em via pública a toda a velocidade...
Para depois experimentar
Todas as sensações possíveis
E inimaginável
***
Uma recaída...
Um simples suplantar
A façanha de Ícaro!
Um criar de asas
Para um soerguer-se aos céus
Irromper as brancas nuvens
E se perder no infinito
Por fim
***
Uma recaída e nada mais
E lá vem a deusa de novo
Como a Quianda
Que me embala com seu
Canto mais que sagrado
E eu sem saber
O que fazer
***
Primeiro a música sintética
Tocada bem alto
Um anticlímax
Para o que vem por ai
Pois ao longe a divina dama de Ébano
Linda como sempre
Olha-me ao longe
Dá-me um simples adeus
E nada mais
***
Primeiro vem a música orgânica
Pois ouso um músico solitário
Parado bem ali na esquina
Um fadista?
Quem pode saber!
***
E se foram todos embora
Todos os meus sonhos mais ignotos
Destruídos pelo tempo presente
Corroídos pela realidade liquefeita
Jogados ao vento
Por fim
***
Primeiro vem de forma estrondosa
A música contemporânea
Divorciada da realidade líquida
Um conjunto mal formado
Que não sabe nem tocar
Realidade televisionada
Em tempo real
***
Agora volta para a realidade
E dou um adeus eviterno
Paras as ninfas e fadas
Que habitam a floresta encantada
Volta para o real
Que não é real
Pois sou de uma geração entre séculos


EM TEDIOSAS HORAS

Por Samuel da Costa (Anápolis, GO)

O poeta do entre séculos
Reunisse...
Aos seus pares de belas-artes
                E em um solene brinde
As taças foram erguidas
O fino cristal queimou os lábios de todos
Ali presente...
E o absinto incinerou lhes os lábios
Levemente!
***
O poeta do entre séculos...
Observou a realidade contemporânea
Com seus olhos de não ver
A pós-moderna que o circunda
E não enxergou nada
***
O poeta do entre séculos
Abriu todas as janelas
As alvas cortinas...
E olhou de forma magnânima
E solene...
 Do alto da torre de marfim
Com os olhos de não ver
E não enxergou nada


MANIFESTO

Por Samuel da Costa (Anápolis, GO)

É a negra tinta
A macular o papel timbrado
***
É o escriba em tempos modernos
Com sua verse mecanizada
Seriada, fria e indolor!!!
***
São páginas em branco...
Maculadas
Pelo furor inconsequente
Do bardo na pós-modernidade
Liquefeita
***
É o tipografo incorpóreo
E uma enorme família de tipos-móveis
Digitalizados
***
  É a negra tinta
A macular o papel timbrado!
Mecanizado
Digitalizado
É o aedo que semeia
No deserto do real
Na realidade liquefeita... 
Palavras iconoclastas digitalizadas jogadas
Ao vento... 
***
  É a negra tinta
Que macula o papel timbrado!
Oficialmente obsoleto
Pela mecanografia digital



BEL CANTO (À MEIA LUZ)


(Para Fá Butler)

Por Samuel da Costa ( Anápolis, GO)

À meia luz
Descortina-se plenamente... 
  Se se esconde completamente de mim
***
Seduz-me
Conduz-me
Para a alcova
Com o teu Bel canto mais que sagrado
Minha divina Luna
Maestrina imortal
 Detentora de todos os mistérios
Do cosmo infindo! 
***
Vem amada minha
 Despisse completamente
E se cobre de doces mistérios
Somente para mim

DESABAFO DE UM ARTISTA

Por Humberto Pinho da Silva (Vila Nova de Gaia, Portugal)

Tenho um amigo que é escritor. Bem: não é propriamente escritor, mas cronista. Rabisca artigos no jornal da terra onde nasceu. É homem simples, humilde, mas de grande valor. Escreve com graça e a prosa é de leveza encantadora.
Todos o gabam. Quando visita a cidade natal é recebido com efusivos abraços. Batem-lhe nas costas com entusiasmo e dizem alegremente: - “És um grande jornalista! Não sei onde vais buscar tantas coisas! …
Meu amigo alegra-se com tantos elogios. É o médico, o jurista, o professor…até o doutor juiz gaba-lhe o talento…
Uma tarde de Maio, já o Sol escondia-se no horizonte, ensanguentando o mar azul, encontrei-o à beira-mar lendo livro de capa negra e folhas doiradas. Era uma Bíblia…
Sentei-me a seu lado. Depôs o livro na mesa da cafetaria, e enquanto louvava-lhe os curiosos artigos, o Alfredo (assim se chama o meu amigo,) declarou-me:
- Sou um escrevedor! Escrevo para entreter. Nada me dá mais prazer do que passar para o papel branco o que penso…
Como lhe recordasse o interessante e erudito artigo sobre Molière, respondeu-me de olhos baixos e ar tristonho:
- O que me desgosta é o facto de minha mulher não me apoiar. Já não digo incentivar. Nunca lê o que escrevo e a cada passo diz: “ Estás sempre de esferográfica na mão! … Ainda se te pagassem…” E meus filhos fazem o mesmo…
Como lhe dissesse, para animar, que não é por mal. São jovens… Não compreendem…
Vagueou os olhos pela praia deserta, e prosseguiu:
- Outro dia, artigo que publiquei, foi transcrito por matutino da Capital. Fiquei como um cuco. Logo mostrei a minha mulher e aos filhos. Ela olhou e disse: “ Está bem…” e continuou no maneio da casa; meus filhos voltando-se para mim, disseram com indiferença: “ Parabéns! …” e saíram discutindo o último jogo da “Selecção”…
Ao retirar-me, avizinharam-se uns homens, que o cumprimentaram cordialmente, convidando-o para passeio higiénico na praia.
- Homem, deixa-te de livros! …Letras são tretas! Vive! Passeia! Diverte-te! A vida são dois dias…e este já está na conta! Isso até te faz mal à vista! …Vem viver! …
Como o Alfredo, muitos artistas de valor, lamentam-se que os piores leitores e ouvintes, são os familiares e amigos – os que repartem a mesma sala, o mesmo quarto de banho, a mesma casa…




PARECE MAL

Por Humberto Pinho da Silva (Vila Nova de Gaia, Portugal)

Nos anos sessenta apareceu por nossa casa, universitária francesa, que viera ao Porto ao abrigo de programa de intercâmbio de estudantes.
Era jovem de pouco mais de dezoito anos, moderna, desempoeirada, que tinha atitudes e costumes a que não estávamos habituados.
Um deles era beijar os homens. Prima de meu pai, que a recebeu em sua casa, incomodava-se com esse “feio” hábito de beijocar os rapazes da família.
Com severidade a repreendia e terminava dizendo-lhe:
- “ Parece mal! …”
- “ Parece mal?! … Porquê?! Que mal há em beijar um homem?! …”
E como avisasse que em Portugal não era costume, principalmente rapazes que não fossem de família, a francesa reclamava desolada:
- “ Na minha terra todos se beijam e ninguém leva a mal! …”
Hoje as moças beijam jovens da sua idade ou mais velhos. É normal – beijam colegas de trabalho, de escola, namorados…e ninguém repara.
Mas nessa recuada época, em Portugal, não era costume, e o que não era costume, para minha boa prima, parecia mal.
Conheço senhora que durante anos recusou usar meias elásticas, porque parecia mal.
Outra, já idosa, que apesar de saber que sapatos de tacão alto são perigosos para sua saúde, não deixa de os trazer, porque o raso não faz toalhete…
Homem que tinha vertigens, a ponto de recear andar sozinho na rua, não usava bengala, porque era coisa de velhos…
Desde que a consciência não acuse nem se ofenda ou se escandalize o semelhante, acho que cada um deve usar o que goste ou precisa, indiferente à moda ou ao “parece mal”.
A moda e o “parece mal”, na maioria das vezes, são convenções, que se alteram consoante o tempo e o lugar.
Dizia D. Francisco Manuel de Melo, que tinha na sua livraria um livro de Alonso Carraça, criticando as guedelhas, e outro de Pedro Mexia, que censurava os homens tosquiados, e conclui – a razão é o uso; e termina: “São coisas que não sendo más nem boas, o uso as faz boas ou não.”
Ande cada um conforme precisa e haja do jeito que mais lhe agrade, indiferente à critica ou ao “parece mal”.
Minha querida prima toda se arrepelava pelo facto da francesa beijar os homens, coisa que hoje todos fazem e ninguém vê nisso malícia ou ousadia.


RIO VERMELHO (DIVINA AFRA)

(Para Fá Butler)

 Por Samuel da Costa (Anápolis, GO)

Volto amanhã
Divina Afra 
Espero te encontrar
Esperando-me como sempre
***
Volta amanhã
Para te render tributos
Trazer-te palavras vulcânicas
Meus singelos versos abstratos.
 Perdidos no tempo e no espaço
***
Volto amanhã
Minha divina Luna
Com palavras incandescentes
Que transbordam
E escorem em um rio de vermelho
 Em erupções efusivas 
***
Volto amanhã
Com o meu metro imperfeito
Rio incandescente em erupções efusivas
Minha deusa imortal 
Receptáculo todos os mistérios 
***
Volto amanhã
Musa de divinais contornos
Com as minhas negras linhas
São ondas de escoadas lávicas...
A percorrer o corpo incorpóreo teu
Para se perder!
Para além do infinito
***
Volta amanhã
Para trazer-te palavras titânicas
 Versos vulcânicos
Que escorrem 
Em um rio vermelho
Em chamas
***
Volta amanhã
Para te reder tributos
Divina Afra


QUASE EXISTÊNCIA (A MINHA ARTE FINAL)

(Para Fá Butler)

Por Samuel da Costa (Anápolis, GO)

A realidade liquefeita...
Trouxe para junto de mim
Quem não me queria ter por perto...
 ***
A realidade relativa e pós-moderna
Afastou completamente de mim...
 Quem eu mais queria ver a meu lado.
***
Agora tenho nevoentas
E vagas lembranças...
Daquilo que nunca vi
Daquilo que nunca vivi.
***
 Ficou então somente
As marcas de um tempo surreal...
Que o relógio nano-tecnológico
Deixou de marcar a tempos atrás! 
Restando como testemunhas oculares
 As cinzas das horas em Eras remotas
***
Uma Era perdida no descontínuo tempo
E no espaço abstrato
***
 Quem sabe...
O mundo sintético na pós-contemporâneo...
Não comporte mais...
A minha quasimodesca...
E frágil existência vazia e despropositada.
***
 Restando-me então somente...
Ver as areias do destino...
Desintegrou aquilo que um dia
Eu pensei ser
 Uma relação perfeita.
Quando eu mentia para mim mesmo




GÓTICA

(Para Fá Butler)

Por Samuel da Costa (Anápolis, GO)

Hoje ela não veio
Hoje ela provavelmente
Não virá
Então vem um hialino desejo meu
De vê-la novamente
Por nanossegundos apenas
E nada mais
***
Mas por hoje tem
 O vento frio e a céltica chuva
Fora de época
Fora de estação
E eu aqui
Sozinho em estado de decomposição
***
Hoje a divina musa não veio
Hoje ela não virá
Resta-me somente rememorar o ontem
Quando o negro aljôfar
Esvaeceu do sibilino e frágil rosto
Da sacrossanta musa
Um silencioso pranto
Fora de época
Fora de estação



FALL

(Para Fá Butler)

 Por Samuel da Costa ( Anápolis, GO)

É no outono da minha vida
O que me esvaeci
O que me atormenta
O que aflora
É ver a tua hialina imagem
Os verdes dos olhos teus
Em chamas
***
No enlutado e negro universo
Que componho em belas letras
Tu vens tão bela e diáfana
Tão perfeita no estro meu
***
Mas o que me padece
É experimentar de todas
As sensações primeiras
 É o êxtase...
***
O que me atormenta
É o salto para o infinito
O saltar para o perdido universo teu
É o teu convite para o lascivo valsar
Na alcova tua


VICTORIA BUTLER


 Por Samuel da Costa ( Anápolis, GO)

I see you falling
And listening all the black soul
Screaming for me…
***
Vem amado meu
Dá-me a tua sibilina mão
E o teu corpo incorpóreo
Por inteiro...
***
Adentre no místico vergel encantado
Rorejar a minha negra halfati
***
Mas vem sem demora...
Fazer do meu sonho a vida
Vem experimentar
As sensações primeiras
Junto a mim
***
Proclamar-me
A tua quimérica imperatriz
Vem coroar a minha alma rainha
Por fim

EPOPEIA GOETHEANA: CORDEL PARA JOHANN WOLFGANG VON GOETHE

Por Gustavo Dourado (Presidente da Academia de Letras de Taguatinga, DF)

Goethe Fausto Werther luz
Illuminati da literatura
Alquimista da escrita
Transmutador da cultura
Almagister da palavra
Fez do texto escultura
Sapiente pensador
Um mestre da poesia
Dínamo do pensamento
Luz divinal filosofia
Arquétipo da consciência
Teceu arte com magia
Johan Wolfgang von Goethe
Na Alemanha nasceu
1749, em Frankfurt
O escritor floresceu
Despertou em nosso mundo
Por aqui aconteceu
Iniciou no Direito
Aos 16 de idade
Em Leipzig estudou
Triênio na universidade
Por problemas de saúde
Voltou à sua cidade
Trilogia der Leidenschaft
Momentos de inspiração
Ulrike von Levetzow
O toque no coração
Jovem de 17 anos
Amor em ebulição
1765 - 1768
A busca da literatura
Universidade de Leipzig
Cursou Direito, fez leitura
Tecez os primeiros poemas
Os versos da arquitextura
Na Faculdade de Direito
Era pouco interessado
Teatro, arte e boemia
Era bem do seu agrado
Desenho e xilogravura
E a dança no costado
Goethe estudou italiano
Latim, ciência, religião
Francês, grego e inglês
Gravura e equitação
Violoncelo e piano
A arte da transmutação
Desde a prima infância
Contato com a literatura
Sua mãe contava histórias
Da Bíblia fazia leitura
2000 livros na biblioteca
Pra ampliar a cultura
Em 1768
Saúde debilitada
Tuberculose em voga
Mal do Século na jornada
Dedicação à leitura
Com pesquisa esmerada
1769
Primeira antologia
Publicou Neue Lieder
Estudou astrologia
A busca do ocultismo
Segredos da alquimia
Escreveu Die Mitschuldigen
Sua primeira comédia
Tempo de Iluminismo
Leitura de enciclopédia
Homero, Shakespeare, Ossian
No contexto da tragédia
1770
Direito em evidência
Em Estrasburgo, Alsácia
De Herder a influência
Artes e literatura
Religião e ciência
Contato com a Volkspoesie
A poesia popular
Com Friederike Brion
Poesia a romancear
Sesenheimer Lieder
Literatura no ar
Aos 19 anos
Químico experimental
Saber, regra, criação
O amor essencial
A amizade fraterna
Amparo espiritual
1770
Direito em conclusão
Convivência com Herder
O amor em devoção
Com Friederike Brion
Inflamou o coração
Dedicou a Friederike
Poemas originais
O amor iluminado
Com seus toques naturais
O Direito em sua mente
Com as ideias sociais
1772
Atividade profissional
Advoga em Wetzlar
Tem desejo sensual
Por Charlotte se apaixona
Platonismo fulgural
O cavaleiro da mão de ferro
Eclode o movimento
Mudança para Wetzlar
Goethe em bom momento
Paixão por Charlotte Buff
Mexe com o sentimento
Goethe deixa Wetzlar
Pelo impulso da paixão
Charlotte era noiva
Ocupado o coração
O jeito era partir
Buscar outra condição
Brota o Bildungsroman
Romance de formação
Liberta-se de seus anseios
Werther em ebulição
Gotz von Berlichingen
Um drama de projeção
Tempestade e impulso
Com impetuosidade
Líder do Sturm und Drung
Schiller, Herder, vivacidade
Com Klinger, Wagner, Lenz
Goethe pulsou liberdade
Autor do Sturm und Drang
Mais tarde no Classicismo
Em Leipzig e Strasbourg
Fez Direito com altruísmo
Romancista e dramaturgo
Luminar do Romantismo
Múltiplas atividades
E projetos culturais
Diversos cargos políticos
Atos institucionais
Exercício da política
E das ciências naturais
Do feudal para o burguês
Período de transição
Vai do Sturm und Drang
Ao classicismo alemão
Fez parceria com Schiller
Com alta reflexão
Nova produção literária
A expressão do lirismo
Licença da faculdade
Despertar do Romantismo
Tempestade e Ímpeto
Com impulso e dinamismo
Retorno a Frankfurt
Escritório de advocacia
Sturm und Drang em voga
Sacode a calmaria
Tempestade impetuosa
Vendaval na poesia
Der Konig von Thule, Das Gottliche
Feitiço da eternideidade
1774
Fronteira da humanidade
Viagem hibernal pelo Harz
Conquista a celebridade
1774
Werther é publicado
Goethe ganha projeção
Com seu nome destacado
Tem reconhecimento
Um escritor renomado
Werther dilacerante
Uma paixão devastadora
Uma história interior
Verve arrebatadora
O romanceio da alma
Com a morte redentora
O Eu mostra sua força
O sujeito em evidência
A escuta do herói
Com ampla correspondência
A busca do absoluto
Natura, amor, experiência
Amor ao próximo, à natureza
Vivência e intimidade
As relações do autor
Com sua realidade
Amor, paixão e suicídio
A morte e a fatalidade
Karl Wilhelm Jerusalém
Desenlace em tragédia
A desilusão do amor
A morte é intermédia
A paixão e o suicídio
Na vida não se faz média
Goethe - Werther– Jerusalém
Tem vigor e unidade
A arte imita a vida
Tem morte, vivacidade
O transe de uma paixão
Transcende a realidade
O drama em arcabouço
Crescente, martirizante
Catástrofe anunciada
Em fulgor eletrizante
A dor e o sofrimento
De forma altissonante
O coração na narrativa
Bem na temática central
Amor, paixão e desejo
Na esfera sentimental
A expressão da natureza
Na ação primordial
Werther foi vitimado
Pela limitação humana
Aspirou a infinitude
A eternidade soberana
Mas a morte no caminho
Quebra nossa porcelana
Amor não correspondido
Desejo e desilusão
A perdição em si mesmo
O medo, a frustração
A falta de um sentido
Sentimento em combustão
1775
Engajamento em Weimar
Conselheiro Político – Econômico
Não deixou de pesquisar
Neoclassicismo prenuncia
Nova escrita a clarear
Corte de Herzog Carl August
Ação ministerial
No Condado de Weimar
Atuação cultural
Ciência, arte, pesquisa
Humanismo potencial
1780
Maçonaria Iluminada
Filia-se ao Illuminati
Entidade ocultada
Sociedade secreta
Perseguida e conjurada
Insatisfeito com o trabalho
Sai da administração
Rompimento com Charlotte
Busca nova relação
Viaja para a Itália
Renova seu coração
Em 1786
A Itália na estrada
Goethe vai a Verona
Veneza, Lago di Garda
Roma, Nápoles e Sicília
Em uma bela jornada
Viajou sem aviso prévio
Pra não ser reconhecido
Usou um pseudônimo
E sem fazer alarido
Percorreu várias cidades
Foi um ato destemido
Novamente em Weimar
Amizade com Johanna
Mãe de Arthur Schopenhauer
Uma mulher soberana
Poética e filosofia
Onde a arte se irmana
Até 1786
Goethe em Weimar viveu
Exerceu funções diversas
A política bem teceu
Foi ministro e diplomata
Boa arte concebeu
1786/1788
Na terra italiana
Rompe com o pré-romantismo
Encontra o seu nirvana
Adentra-se ao classicismo
Com sua verve soberana
1788
Na terra do Renascimento
Ifigenie, Egmont, Tasso
Escrita em prosseguimento
Rafael e Andrea Palladio
A estética em movimento
Dois anos na Itália
Retorna para Weimar
Dedicação ao desenho
Poesia solta no ar
Uma boa experiência
Soube bem aproveitar
Escreve o “Torquato Tasso”
Lá em Roma iniciou
Com sensibilidade estética
Boa arte germinou
Em 1789
Sua obra terminou
Com a Revolução Francesa
Goethe ficou bastante aturdido
Em um lamento profundo
Cria que seria esquecido
Mas sua arte é eterna
Um poeta sempre lido
1790
As “Elegias romanas”
Romische Elegien
Experiências profanas
Mitologias arcaicas
Das terras sicilianas
1794
Com Schiller em parceria
Estreitam-se as relações
Composições em poesia
“Xenien”, sátira-epigrama
Para além da epifania
Die Horen, com Schiller
Revista de arte e cultura
Em 1794
Floresce a literatura
Estética do Classicismo
No ideal da cultura
Romance Wilhelm Meisters Lehrjahre
Os anos de aprendizagem
Poema Hermann und Dorothea
Épico em sua mensagem
Die Braut von Koninthe
Nas baladas da linguagem
1802
Em Weimar é liberado
O amor em expansão
Coração apaixonado
Goethe em bom momento
Está bem enamorado
Em 1805
Hegel para professor
Na Universidade de Berlim
Dá apoio ao pensador
Morre o amigo Schiller
Goethe em momento de dor
1806
Acontece o casamento
Com Christiane Vulpius
O amor em movimento
Sentimento amoroso
Um bom relacionamento
Na Universidade de Jena
Era membro conselheiro
Onde conheceu Schiller
Outro pensador luzeiro
Fizeram uma parceria
Que acendeu o candeeiro
Em 1806
A França invade Weimar
Casa-se com Christiane
O amor a transbordar
Nas ciências naturais
Continua a pesquisar
Conhece Christiane Vulpius
Tem bom relacionamento
Jovem simples, sem prestígio
Deu impulso ao sentimento
Em 1806
A festa do casamento
Goethe e Christiane
10 anos de união
Juntos até a morte
Uma boa comunhão
O amor dava impulso
Ao mestre da criação
Com a morte de Schiller
Momento de pessimismo
Invasão napoleônica
Medo e obscurantismo
Em angústia e tormento
Abalo no iluminismo
Em 1808
Alta condecoração
No Congresso de Erfurt
Das mãos de Napoleão
Cruz da Legião de Honra
Ao escritor alemão
1808
O Fausto inicial
O pacto com Mefistófeles
A trama referencial
Conhecimento e Prazer
Em um drama magistral
Primeira parte de Fausto
Recebe publicação
Em 1808
Fausto em divulgação
Die Wahlverwandtschaften
Em boa editoração
1810
Tem ciência no ar
A Teoria das Cores
Goethe a apresentar
O lado pesquisador
Criativo a demonstrar
1816
Sua esposa faleceu
Organiza seus escritos
O escritor padeceu
Mas a vida segue em frente
Goethe não arrefeceu
Continua na pesquisa
Com a verve soberana
A morte de Cristiana
Italienische Reise
Experiência bacana
Viagens especiais
À boa terra romana
Fragmentos da tragédia “Pandore”
Clássicas convicções
West –Ostlicher Diwan
No divã das emoções
O lirismo goethiano
Incendeia os corações
1819
Divã occeido-oriental
1821, Wilhelm Meister
A viagem essencial
1823, Trilogia da Paixão
Amor é fundamental
Dichtung und Walirheit
Sua autobiografia
Memória “Poesia e Verdade”
Toda a sua fantasia
Segundo Fausto contínuo
No labor do dia a dia
60 anos de escrita
Arquétipo e mitologia
Sessenta anos de escrita
Fausto em mitologia
Taumaturgo da palavra
Demiurgo da magia
Dramas e mentiras
O toque da sedução
Margarida é conquistada
Conflitos com seu irmão
Afoga o filho de Fausto
E padece na prisão
Margarida é seduzida
E depois abandonada
Mata o filho em desespero
Sendo depois condenada
Expira nos braços de Fausto
Redimida, eternizada
Fausto: Uma Tragédia
Versos da dramaturgia
Deus e o diabo dialogam
À luz da filosofia
Fausto em busca do prazer
Com os artifícios da magia
O sublime e o grotesco
Em conflito permanente
A falta de unidade
Na ação do inconsciente
Tempo e espaço sem rumo
Ante o fogo da serpente
Deus e o diabo debatem
Sobre nossa humanidade
Alma de Fausto em aposta
Entre mentira e verdade
Desejos que enfeitiçam
Na luta da diversidade
O cálice do desespero
Envenena o coração
O retumbar dos sinos
Despertar da criação
Corpo e mente acordam
Em busca da cosmovisão
O pacto com Mefistófeles
Por prazer e alegria
Desejos realizados
Doçura com fantasia
O elixir da juventude
A flor da feitiçaria
Renovação do corpo
O velho é remoçado
Floresce para o amor
Coração apaixonado
Por mulher bem jovem
Fausto fica enamorado
Alianças diabólicas
Feitos sobrenaturais
Goethe – Fausto em Poesia
Em tempos medievais
Livro Popular de Spiess
Histórias originais
Especulação dos elementos
Busca do Conhecimento
Paracelsus e Silesius
Pansofia em movimento
Floresce o saber humano
Nas ondas do pensamento
Mística de Jacob Böhme
A sapiência de Ficino
Cosmos de Kepler, Leibniz
A natureza do destino
Goethe no espaço-tempo
Desde o tempo de menino
Johannes Georg Faust
Uma lenda medieval
1480 - 1540
Um personagem real
Mito da dramaturgia
Com impulso literal
Georg Faust de Knittlingen
Residiu em Wittenberg
Morou em Gelnhausen, Erfurt
Em Wüzburg e Bamberg
Sua morte foi em Staufen
Passeou em Nuremberg
Dizem que era médico
Praticou astrologia
Foi vidente e profeta
Fez também quiromancia
Estudou a cabala
A arte da alquimia
Rejeitado por teólogos
Provocava o temor
Aceito por naturalistas
Pactário sedutor
Reanimador dos mortos
Ao Demo dava louvor
Caminhos e descaminhos
Na rota da humanidade
A secreta harmonia
Mundos em pluralidade
Bíblia, dogmas e astros
Busca da diversidade
“Doutrina das Mônadas”, de Leibniz
Pesquisa e dissertação
Universidade de Wittenberg
Tempo de imaginação
Biblioteca dos Romances
Fausto em publicação
Novelas, lendas, histórias
Sobre Fausto personagem
Muito bem antes de Goethe
O mito e a sua imagem
Fausto prestigiatore
Nos arcanos da linguagem
Crise da sociedade humana
Enfoque na realidade
A origem do mal em si
Conflito e adversidade
Versificação e ritmos
Sonhos, mentira e verdade
12.111 versos escritos
Na tragédia faustiana
Amor, impulso, aspiração
Fascinação goethiana
Guerras e revoluções
Eterna labuta humana
Desiludido por Mefistófeles
Desfiguração do real
Traição da esperança
A dor existencial
As maquinações políticas
Na concepção do mal
Busca do mundo humano
Vida com dignidade
Visão utópica do herói
O sonho da humanidade
A expressão do indivíduo
Na luta pela liberdade
Simbologia e semântica
Exegese literária
Origem e tradição
Na concriação rimária
O inovador pulsante
Na verve vocabulária
Faust. Ein Fragment
Contrastante, amalgamado
Urfaust; Protofausto
Híbrido e fragmentado
Linguajar mefistofélico
O mistério humanizado
As veleidades humanas
Crenças e convicções
O homúnculo em cena
Com suas contradições
Deus e o diabo pelejam
Pelos nossos corações
Goethe esquadrinha o texto
Corrói a negatividade
Dessacraliza o contexto
Transcende a realidade
Bíblia e Shakespeare
Em sua vivacidade
História D. Johann Fausto
Por John Speiss publicada
Inspirou Sir Marlowe
Narrativa na jornada
Jó, Hamlet e Macbeth
Tradição irradiada
Tratados alquímico-cabalístico
Hinos, provérbios, canções
Antecedentes de Fausto
Medievas construções
Fausto - Mefistófeles, poesia
Versos de cosmovisões
Poema enciclopédico
Desfila tragicomédia
O feminino-eterno
Alegritante tristédia
Serpe, serpen, serpente
Rasteja na multimédia
Transluciferato - transluciferino
Círculo mágico no escuro
Horrendo inferno medonho
Fogo - enxofre no esconjuro
Luzbel sobe ao proscênio
Planeja o próprio futuro
Opróbrio, feitiço, ardor
A alma do pactário
Pelas hostes infernais
A danação no calvário
O cálice da amargura
Sangra no vocabulário
Fausto em ascensão
Milícias angelicais
Inflameja, clarilumina
Nas dimensões siderais
A centelha do espírito
Nas vias transcendentais
Peleja entre Deus e o diabo
Entre Mefisto e o Senhor
O demo degrada, bestializa
Impulso dominador
Fausto é salvo pelo Vida
E o ideal do sonhador
Poema-drama sui generis
Da Literatura universal
Fausto é a humanidade
Na batalha contra o mal
Com seus erros e acertos
Na busca do divinal
Colóquio entre os arcanjos
Aposta com o Anjo do Mal
A busca da perfeição
Anseios de um ideal
O mundo na totalidade
O ser existencial
Fausto já velho e cego
Sonha com a utopia
Quer um mundo mais humano
Com liberdade e fantasia
Onde prevaleça a luz
No voo da cidadania
Conceito de Identidade Nacional
Por Herder influenciado
Alexandre Dumas, Walter Scott
Tem em Goethe vate bardo
Victor Hugo lia Goethe
E seu poderoso brado
Werther; Wilhelm Meister
Clavigo; Romische Elegien
Hermann und Dorothea
Gotz von Berlichingen
Máximas e Reflexões
Die laune des Verliebten
As Afinidades Eletivas
Com "Poesia e Verdade"
Egmont; Doutrina das Cores
Pulsar da genialidade
Tradição oral dos vilarejos
Treva e luminosidade
Goethe, poeta, dramaturgo
Pensador, crítico, estadista
Teoria das Cores, Viagem à Itália
Administrador e romancista
Ifigênia, Elegias Romanas
Obras de um grande artista
Stella; O humor das amantes
Anos de Peregrinação
Anos de Aprendizagem
O amor no coração
West - ostlichen Divan
Os arquétipos da paixão
Com Georg Hegel e Friedrich Schelling
Influência e amizade
Romance com Charlotte von Stein
Grande afetuosidade
2 mil cartas e bilhetes
Desejo, amor e saudade
Venetiatischen Epigrame, Reise der Söhne Megaprazons
Aus meinem Leben, Dichtung und Wahrheit
Unterhaltungen Deutscher Ausgewanderten
Grenzen der Menschheit, Die Aufgeregten
Die Mitschuldigen, Kampagne in Frankreich
Der Gross-Cophta, Die Laune des Verliebten
Muitas obras publicadas
O Aprendiz de Feiticeiro
Das Mädchen von Oberkirch
Novelas, luz, candeeiro
Versuch die Metamorphose
Versos pelo mundo inteiro
Poema Wandrers Nachtlied
Reineke-Fuchs, Der Bürgergeneral
Tantas obras produzidas
Forte essência cultural
Poesia, romance e drama
De um escritor magistral
Sobre a Revolução Francesa
Sátira e ironia
Crítica à Europa
Com a sua hipocrisia
Tempo de iluminação
Claridade na poesia
Fundamentos estéticos da arte
Classicismo de Weimar
Análises e discussões
Conhecer, filosofar
Busca da sabedoria
Na ciência do pensar
A Teoria das Cores
Incursões pela ciência
Arte e literatura
Poesia de excelência
Teatro e reflexões
Escritos de sapiência
Escritos autobiográficos
Correspondência epistolar
Romances, peças, elegias
A ciência a pesquisar
Sem esquecer apoesia
Sempre em primeiro lugar
Pesquisador científico
Química e osteologia
As ciências naturais
Botânica, geologia
Alquimia pesquisou
E até astrologia
Goethe tinha influência
Na ciência e na cultura
Foi diretor de Teatro
Farol da literatura
Dirigiu a escola de desenho
Valorizava a leitura
Die Wahlverwandschaften
O seu romance final
Faz autobiografia
E um relato natural
Um trabalho em botânica
Fez ciência em seu quintal
Em 1823
Eckerman o secretaria
Revisa os seus escritos
Dedica-se de noite a dia
As conversações com Eckerman
Floresceu da parceria
Conversações com Eckermann
Com suas fabulações
Diálogos, experiências
Vivências, definições
Texto, contexto, intertexto
Sonhos e cosmovisões
1830
Fausto é finalizado
Obra-prima de Goethe
Gênio imortalizado
Deu impulso à leitura
Pensamento iluminado
1832
Aos 82 anos de idade
Dia 22 de março
Foi para a eternidade
Deu exemplo como artista
Com sua vivacidade
Poeta e pesquisador
Humanista universal
Foi Clássico-Romântico
Um autor primordial
Luminoso escritor
Referência cultural
Goethe luz amplitude
Poesia, arte, pintura
Múltiplo em suas ações
Dá gosto a sua leitura
Poética que nos eleva
Ao ápice da literatura