domingo, 1 de janeiro de 2017

RE-LEITURAS NA PÓS-MODERNIDADE

 Por Samuel da Costa (Itajaí, SC)

Um monge budista
Pega fogo em praça pública
E o mundo arde em chamas
***
Um miliciano fortemente armado
Adentra na favela tranquilamente
Enquanto alguém chora
Mas é um alarido
Que ninguém quer ouvir
***
Um decrépito mendigo faminto
Pede uns trocados
Para quem passa
Na esquina de alguma rua
No novo mundo
Enquanto a polícia desce o morro
De uma grande cidade
Sul Americana
***
Uma jovem e decadente meretriz
Parada na esquina
De um bairro periférico
Decidiu de última hora
Fazer um bom desconto
Possivelmente se agradou
Do novo cliente
Jovem e de poucos recursos
***
Um pastor abre aos braços
No púlpito em regozijo
Prega de olhos fechados
Mais algumas boas ofertas
Para Deus que tudo vê
***
Enquanto o mundo gira
E nada acontece
Nada muda

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