quarta-feira, 3 de abril de 2019

MIL ONDAS ELÉTRICAS

Por Cláudio Bull (banda Superquadra) (Brasília, DF)

LENTO

Por Teo Florez (Colômbia) e Carmen Etsuko (Paraguai)

NATUREZA


BEIJO NA PASSAGEM SUBTERRÂNEA DO BEIRUTE




O ATREVIMENTO NÃO TEM LIMITES


Por Humberto Pinho da Silva (Porto, Portugal)



Quando frequentava o liceu Alexandre Herculano, no Porto, tinha como companheiro, rapaz de olhos tímidos, que se isolava da restante turma.
Mal a sineta tocava, indicando que era hora de recreio, saia, calmamente, e logo se encostava ao balcão do vestuário, a conversar, ou melhor, a ouvir, a senhora Olívia, mulher baixinha, de meia-idade, responsável pela roupa, e demais utensílios dos alunos.
Era, na ocasião, o “urso” da turma. Sempre tinha resposta pronta, na ponta da língua, e indicador alçado ao céu de estuque, da sala.
Mais tarde, inexplicavelmente, foi decaindo, chegando a reprovar, uma ou duas vezes, o mesmo ano.
Lembrei-me desse infeliz ao falar com o amigo Zé; e no que me disse, em dia de confidências: “ - Raras vezes aceitam as minhas ideias! …”
É que, muitos anos depois de ter deixado os bancos liceais, encontrei-o, como balconista, numa livraria da minha cidade.
A fisionomia era a mesma, assim como o aspecto físico, mas logo pressenti, que dentro daquele corpo franzino, de olhos tristes e acabrunhados, havia espírito de invulgar capacidade.
Durante a curta conversa que travamos, disse-me: que ninguém o levava a sério, porque: “ humilde trabalhador, nunca tem razão…”
Até descobrir meio eficaz de ser escutado, com atenção, e com muito respeito.
- Como? - Perguntei, curioso.
- “ A maioria das pessoas, são como livros encadernados, de folhas brancas: bonitos por fora, ocos por dentro; mas prezam-se de serem considerados cultosQuando se quer impor opinião, sempre se deve, esclareces: que a ideia não é nossa, mas de iminente figura: filósofo famoso; teólogo sapiente; político considerado; economista reconhecido; ou psicólogo iminente.”
E prosseguiu:
- ” Ao citar frases inteiras (falsas) e opiniões de homens célebres (que apenas se conhece o nome), sobre este ou aquele assunto, o interlocutor, que não quer ser considerado ignorante, engole em seco, e “ acredita”, admirando o saber e a cultura do amigo ou subordinado.”
Assim, segundo disse, passou de néscio, a sapiente; de “analfabeto” a “doutor”.
Não sei se a esperteza do meu antigo condiscípulo, é original; mas receio, que haja “eruditos” de cafetaria, que empreguem o estratagema com sucesso.
A fraude, só pode ser descoberta – julgo eu, – se a citação é escrita, e acompanhada do nome da obra, onde se encontra inserida.
O atrevimento não tem limites…

O QUE ACONTECEU A MARIA MATOS, NO CONSERVATÓRIO


Por Humberto Pinho da Silva (Porto, Portugal)



Maria Matos era uma menina talentosa, mas muito tímida, e muito introvertida.
Quando se apresentou, ao exame de admissão, ao Conservatório, tremia como varas verdes.
Perante o jure, que a ia examinar, não era capaz de articular, fosse o que fosse.
Tudo que decorara e ensaiara, cuidadosamente, se varrera, inexplicavelmente, da memória.
Os membros do jure, pacientemente, aguardavam que recitasse poema, à escolha, ou trecho de texto, por ela escolhido. Mas nada. Tomada de medo, sua boca, era completamente muda.
A menina, agitando nervosamente a saia, ofegando, de olhos vagos, muito abertos, brilhando de ansiedade, esperava a sentença… A reprovação era certa…
Presenciava aquela confrangedora cena, D. João da Câmara, e apiedou-se da angústia daquela candidata, e, em tom meigo e paternal, disse-lhe:
- “ Reze a Avé - Maria…”
Ao escutar a voz amiga do dramaturgo, Maria Matos, como se fosse impelida por força misteriosa, aprumou-se, ergueu a cabeça, com altivez, e começou a declamar, diria melhor: a rezar, a oração, com tanta sensibilidade, de forma tão bela, que o jure, por unanimidade, não hesitou aprová-la.
D. João da Câmara, reconhecida por todos, que tiveram o privilégio de o conhecer, como Homem bom, prestável e amigo de auxiliar os que necessitavam, salvou aquela menina de reprovação certa.
Mais tarde, já famosa, considerada, pela crítica, como uma das melhores atrizes do seu tempo, sempre que lhe surgiam dificuldades, dirigia-se ao cemitério, e diante do jazigo de D. João da Câmara, pedia-lhe intercessão, perante Deus, e conselhos amigos.
“ Faz ternura…Não faz? …” Escrevia a D. Emília da Câmara Almeida Garrett, a sua mãe, em missiva, enviada de Castelo Branco, em 28/6/1910, acrescentando, que ouvira, o que acabei de narrar, da própria boca da atriz, quando a visitou, ao passar, em tournée, por aquela cidade.

MEU AMIGO MANEL


Por Humberto Pinho da Silva(Porto, Portugal)


Conheci-o na antiga Escola Académica, no Porto, onde fui parar, após ter sido o melhor aluno da turma, no “Alexandre”
O Manel, era um adolescente, franzino, elegante, de estatura meã. Tinha rosto moreno e na boca, permanente sorriso gaiato e camarada.
Certa manhã, manhã doirada, marchetada a tons rosáceos, estava a caminhar no gracioso jardim, fronteiro ao edifício da escola, quando vi o Manel, a conversar, animadamente, com colegas. Falavam do Porto e de figuras portuenses.
Pé ante pé, avizinhei-me, e intervi na acalorada conversa.
Olharam-me surpreendidos; mas ele, escutou-me com muito atento e interesse, mormente, quando comecei, a determinado passo, a citar o Conde d’Aurora.
Em breve seríamos inseparáveis. Raro era o dia, que não trocássemos confidências. Contava-me, com graça - era excelente conversador, - as aventuras do pai, que adorava; e as “ diabruras” da irmã - menina encantadora e meiga, segundo dizia.
Uma tarde, por sinal chuvosa, mostrou-me sebenta escolar, onde esboçara, a lápis, complicada mecânica, de carro movido a água.
Tinha sido a sua última invenção…
Debatemos o funcionamento da engenhoca, recorrendo aos parcos conhecimentos de física e química, que tínhamos.
Nos longos passeios, que dávamos, falava-me de mundo, que não conhecia: de Bento de Amorim, e seu famoso automóvel; do Conde de Campo Belo; de Sousa Guedes; de Alberto Pinheiro Torres; Condes de Alpendurada; Magalhães Bastos…; e de amigos e amigas do higt-life.
Havia duas meninas, que não saiam dos seus olhos: uma, vivia na Avenida Rodrigues de Freitas; outra, perto do antigo liceu “ Carolina”. Mas, os olhos brilhavam de júbilo, ao referir-se à última. Seria namorada? Não sei…Certamente era…
Semanalmente, realizávamos curiosas e instrutivas excursões pelas velhas e típicas ruas e ruelas, do velho Porto. Nessa recuada época, alguns bairros, estavam infectadas de fartum enjoativo, bafiento, que nos obrigava a estugar o passo.
Juntos, calcorreávamos locais pitorescos da cidade. Não havia monumento, museu ou jardim, que não fossem visitado e apreciado, por todos os ângulos…
A vida militar separou-nos. Ainda recebi correspondência da Guiné; mas, por motivos que desconheço, cessaram os aerogramas…
Os anos passaram…Passou, também, a juventude…
Encontrei-o, mais tarde, já casado. Era o mesmo Manel, alegre e folgazão; mas, os olhos, brilhavam, agora, de tristeza e desanimo.
Ainda demos um passeio pela baixa gaiense. Visitamos a igreja de Santa Marinha, e armazéns de vinhos; e recordamos, com terna e profunda saudade, os felizes tempos, do passado, já longínquo…
Na despedida ficou de me telefonar…
Soube, pouco depois, que falecera. Desaparecera, assim, o meu melhor amigo da juventude…Nunca mais tive amizade, como a dele…

QUANDO PARTIRES

Por Clarisse da Costa (Biguaçu, SC)

Quando tu partires
Boa parte de mim
Irá com você
Só me restará
Esse amor negro
Numa dor silenciosa;
Trêmula de choro
E completamente só
Sem sequer poder
Pedir que não me deixes;
Fecharei meus olhos
Para dormir
E mais uma vez
Sonhar com você;
Ficar ali esperando
Que alguém me busque
E livra-me
Dessa penumbra de amar-te!


DIVINO SER


Por Pedro Barcellos (Bagé, RS)

Oh, bela Afrodite,
com teus olhos esmeraldas e pele perfumada,
entrego meu amor a ti, mulher de poder.
Vênus encantada, da concha perolada,
do voal dos mistérios perdidos.
Hey... Calipso, deusa da vida e da morte,
feiticeira do mar, ninfa de Ogígia,
com teus olhos amendoados e pele reluzente,
entrego as chaves de minhas prisões a ti, mulher de poder.
Donzela da gruta azulada, das águas da cura abençoada!
Atena, Helena, Hebe, Iris e Gaia: mulheres de força,
de beleza, de intensidade,
de verdade, de caça e de esperteza.
Ouçam meu agradecimento,
minha certeza com a voz ao vento,
retumbando no relento, dos pagos às ilhas,
das florestas às inúmeras e distantes milhas.
Mulheres de intuição,
fases da lua refletidas nos lagos da compreensão,
sussurros místicos no íntimo do meu EU.
Mulher da terra, do mar, do fogo e do ar,
obrigado por tudo ver, ter e reter.
Agraciados por ensinarem, do princípio ao fim,
a simplesmente...SER

TE AMO


Vivaldo Terres (Itajaí, SC)

Tu és uma mulher meiga e bonita,
Teus carinhos são tão grandes como a tua calma,
Às vezes quando não estas contente...
É porque motivos outros te feriram a alma.
***
Alma tão boa de bondade eterna,
Bondade esta que a todos encanta,
Te amo tanto, que quero que um dia,
Tu sejas minha, muito minha, oh Santa.
***
Vives no mundo com objetivo...
De acabar com a senda da maldade,
Nascestes mesmo para praticar o amor,
Para mostrar a tua dignidade.
***
És para todos nós que te rodeiam.
O anjo bom, a fada da bondade,
Isto porque em toda tua vida,
O que mais fizestes foi à caridade.


ENTREGAR SEU CORAÇÃO


Por Vivaldo Terres (Itajaí, SC)

Neste mundo tão bonito
Mas de tanta incompreensão,
Como pode o ser humano,
Entregar seu coração.
***
Nesta época de incertezas,
E de tanta desilusão
De tamanha desventura
E tanta insatisfação!
Como pode o ser humano
Entregar seu coração.
***
Neste tempo de angustias,
E de tanto dissabor
De problemas não resolvidos
E de muita tristeza e dor.
***
O ser humano esqueceu
De exercitar o amor!
Esta essência divina...
Pregada pelo Senhor!


VOZES DAS RUAS


Por Samuel da Costa (Itajaí, SC)

Andam dizendo…
Por ai!
Que moras nas encostas!
Que traficas drogas.
Que não alimentas teus filhos.
***
Dizem...
Que cantas bem!
Que cultuas teus Deuses...
As escondidas!
Dos olhos vorazes de todos
E todas
***
Dizem...
Que andas se amontoando...
Na cidade dos motores!
A cantar músicas profanas!
***
Dizem...
Que estampas as páginas…
Das colunas policiais
Dos jornais!
***
Dizem...
Que andas por ai...
A clamar por justiça!


SEREIA


Por Urda Alice Klueger (Enseada de Brito, SC)

                                   Chegou uma sereia a esta Enseada. Não se sabe bem como chegou, como se desgarrou das outras sereias que viviam em grupo em águas tépidas de um longínquo mar meio verde, meio azul – decerto foi a febre que a desnorteou e fê-la perder-se dentre as correntes marinhas, a tal ponto que já não sabia mais dar conta de si e se deixou levar pelas águas batendo queixo, com tremuras de frio, até tão longe que já não sabia mais aonde estava. Talvez tivesse morrido, pois sereias também morrem, caso não tivesse encalhado aqui nesta Enseada. Marolinhas de nada fizeram com que sentisse que ali era um mar com fundo raso, e ela se ajudou um pouco e encalhou na praia, noite fechada, sem fazer ideia de onde estava. Reconheceu a forma de uma canoa e se escondeu dentro dela, encolhida e infeliz, a febre alta a devorá-la, espasmos de tosse a não lhe permitirem o descanso.
                                   Foi o dono da canoa quem viu aquela sereia encolhidinha ali e alertou ao moço bonito, que veio com cuidado, sentiu a temperatura dela, ouviu a tosse, pensou nos chás que ela deveria tomar e acabou por toma-la nos braços com o cuidado e a ternura com que se carregam filhotes peludos. Levou-a para a sua casa, aquela casa que há muito ele preparava com requinte à espera de uma sereia, toda arrumada e ajeitada por dentro e por fora, pois quem espera sereias é muito cuidadoso em todos os detalhes. Deitou a sereia na sua própria cama, fez-lhe os chás, diminuiu-lhe a febre, aprontou um prato com a boa comida que os moços bonitos sabem fazer, e no outro dia ele a tinha devolvido à vida.
                                   Eu a conheci ontem, a essa sereia de sobrancelhas cerradas como as que vivem ao norte do Oceânico Índico, longos cabelos de pura seda que devem ondular muito lindo dentro da água, mas que também são tão bonitos assim na secura do ar – usava uma camiseta do moço bonito, pois aqui é terra de gente que usa roupa, e a luz da tarde rebrilhava calidamente nas escamas do seu longilíneo rabo em tons de negro e prata, como são os de tantas sereias. Estava sem febre e se deliciava comendo algumas frutas. Achei que ela irá ficar morando aqui fora do mar e que no futuro nascerão sereiazinhas na casa do moço bonito. Oxalá!

Sertão da Enseada de Brito, 23 de março de 2019.

ICONOCLASTA

Por Samuel da Costa (Itajaí, SC)

Foi de repente...
Depois de muito tempo,
Ela decidiu voltar para casa…
Sem qualquer explicação aparente!
Sem dizer uma palavra sequer...
Sem dar motivos para sua partida
Ou mesmo do seu retorno...
E eu afinal de contas,
Sem nada dizer!
Uma palavra sequer ao menos...
Sem saber o que fazer.
Acabei aceitando-a de volta!
Como se eu não fosse nada,
Uma mera figura decorativa apenas...
Bem ali parada!
Disponível...
Dispensável & artificial.
Contudo!
Já não poderia viver... Sem sua doce presença...
Na minha vida.
Tão inconstante & breve!
Não tinha como não aceitar,
As coisas são assim mesmo!
Inexplicáveis… inconstantes!
Irreais! Surreais.

A NOVA ERA NOS EXTREMOS

Por Samuel da Costa (Itajaí, SC)


            As últimas eleições estabeleceram um novo paradigma para a sociedade brasileira. Bem se sabe, que a onda conservadora e extremista de direita não é um fenômeno exclusivamente brasileiro e sim ocidental. E vem na esteira da falência das instituições e do próprio sistema capitalista ocidental, uma crise de representatividade, uma crise de representatividade acima de tudo. Assim o foi com a primeira era dos extremos, onde o nazismo alemão e o fascismo italiano foram as suas expressões mais cruéis, nos anos vinte, trinta e quarenta do século XX. E por aqui teve forma mais visível com o grupo político Ação Integralista Brasileira,a AIB, a prima pobre da extrema direita europeia.
            Mas aqui em terras brasileiras o reflexo é particularmente perverso, para não dizer cruel, onde a extrema desigualdade social somada ao péssimo sistema educacional e uma estrutura do estado carcomido por vícios seculares geraram, não somente um péssimo presidente da república e uma péssima bancada de parlamentares. E sim uma gama de pequenos ditadores e truculentos agressores outrora marginalizados pelo mito de uma sociedade sem preconceitos, o mito de uma sociedade tolerante entre os seus desiguais.
            Em terras brasileiras pequenos proto-fascistas guaiaram as ruas e as redes sociais com as suas convicção racistas, elitistas, homofóbicas e misóginas fazendo vítimas toda a gama de gente desassistida serem pobres, negros, gays, índios, imigrantes e trabalhadores e mulheres. No Brasil tomaram cores diferentes até então. E por ironia do destino foram os mesmos que ajudaram a eleger um falso Messias, seu representante máximo, com as suas respostas simples para problemas complexo, deu voz e vez para quem sentia a margem do processo político. Sim, se sentem com o direito de agredir e matar livremente, em nome de Deus, da moral, da propriedade privada e por patriotismo.
            A nova Era dos extremos está apenas no seu começo, e vai depender do aprofundamento da crise econômica, para se espalhar, ainda mais, no ceio da sociedade. Se no passado tiranos, com seus discurso populistas encantavam uma massa que desacreditava no sistema eleitoral vigente para resolveram seus problemas imediatos. E marchavam com seus lindos uniformes verde oliva, marrom e preto, nos dias de internet e sociedade mundializada o papo é bem outro. Hoje reinam as notícias falsas online, mentiras ditas mil vezes até tornarem realidades, e gestos imitando armas com as mãos se tornaram moda fácil.
            Se os operadores do sistema capitalista ainda controlam seus tiranetes nas pós-modernidade, é de se pensar na possibilidade dessas desastres anunciados caíram nas mentiras que eles mesmos foram adestrados e contar. A história recente já demostrou como terminou a primeira era dos extremos. E hoje há um enorme campo aberto para novas desgraças, armamentos infindos de destruição em massa em estoques guardados mundo a fora

MEU CONTÍNUO ATO

Por Samuel da Costa (Itajaí, SC)

  Fico eu a pensar...
 Nas minhas utopias.
E na nova geração que já não sonha mais!
E pensar nas múlti-plas razões...
Do meu contínuo...
Ato de escrever!
Textos que ninguém vai compreender.
Ai vem o desejo...
De revisar os meus textos!
E lembro-me também de ‘’re-visitar’’
Meus antigos mestres já mortos!
Então ensaio o meu Adeus às Armas!
Eu não consigo!
Ensaio o meu Motim!
Eu não consigo!
Ensaio o meu Boy-cote!
Eu não consigo!
Ensaio a minha Greve de fome!
Eu não consigo!
Ensaio o meu Retorno à vida.
 Eu não consigo!   
Ai tento escrever algo novo...
Eu não consigo!
Tento viver outra vida!
Eu não consigo!
Tento novos hábitos!
Eu não consigo...
Tento novos padrões de consumo!
Eu não consigo!
Tento ficar sozinho...
Eu não consigo!
Tento quebrar o silêncio sepulcral!
Em mim...
E não consigo!
Tento entender as pessoas!
Eu não consigo!
Tento compreender- te...
Eu não consigo!
Tento me esconder de ti...
Eu não consigo!
Tento te esquecer por completo...
Eu não consigo!
Ensaio me entender...
E eu não consigo!