domingo, 2 de junho de 2019

EM MECA-NOGRAFIA!

Por Samuel da Costa (Itajaí, SC)

Compõe-se o poema!
Com poesia abstrata...
Em dias de fúria...
Ao som estridente….
De absurdas máquinas…
***
Movesse o tipo!
Móvel!
Para mover o mundo abstrato!
Alienado!
Absorto em si mesmo...
***
Movesse as barras de tipo...
De chumbo...
De aço!
Da Máquina de Escrever!
***
Pego a pena...
E vou e escrever!
Ora com a mão direita.
Ora com a esquerda.
***
Mudo de pena...
Ora biselada à direita.
Ora biselada à esquerda.
***
Componho o poema!
Com poesia...
Com candidez...
Arte pós-modernistaa!
Subterrânea...
Abstrata!
Defasada...
Liquefeita!
***
Guardasse a pena!
O tinteiro!
O mata-borrão!
Guardo no penal,
Guardo o rascunho...
Recolho o poema!
Com sintéctica poesia,
Recolho-me em mim.
Dentro de mim...
Guardo a arte supra-modernista!
***
Bate!
Bate!
Na tecla...
Da máquina de escrever!
Move o tipo!
Que estava imóvel!
Movesse o tipo móvel...
A preencher o vazio!
Da folha em branco!
É a tinta negra,
No papel em branco...
***
Movesse o mundo das belas-artes!
Das belas-letras...
Publicasse velhas notícias.
Publicasse os poemas;
Criticasse o poema.
Movesse o mundo!
Torce o aço!
Torce o metal...
Mudasse o mundo!
Ao som das máquinas...
Morre o poema
E arte
O artista por fim

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