segunda-feira, 15 de agosto de 2011

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

domingo, 7 de agosto de 2011

NELSON SARGENTO (documentário, 1997, 22 min)



Nelson Sargento

Gênero: Documentário
Diretor: Estevão Ciavatta Pantoja
Elenco: Carlos Cachaça, Nelson Sargento, Paulinho da Viola
Ano: 1997
Duração: 22 min
Cor: Colorido
Bitola: 35mm
País: Brasil
Local de Produção: RJ

Retrato biográfico do sambista Nelson Sargento no Morro da Mangueira, Rio de Janeiro.

Ficha Técnica

Produção Flávio R. Tambellini, Ana Gabriela Fotografia Dudu Miranda Roteiro Estevão Pantoja Edição Cesar Miglorin Som Direto Paulo Ricardo Nunes Direção de Arte David Bartex

Prêmios

Melhor Montagem no Festival de Gramado 1997
Prêmio Multishow no Festival Internacional de Curtas de São Paulo 1997
Melhor Montagem no Rio Cine 1997
Prêmio Especial da Crítica no Rio Cine 1997
Prêmio Especial do Júri no Rio Cine 1997

EH, PAGU, EH! (documentário, 1982, 15 min)




Eh Pagu, eh!


Gênero: Documentário
Diretor: Ivo Branco
Elenco: Aldo Bueno, Clodomiro Bacellar, Edith Siqueira, Julio Calasso
Ano: 1982
Duração: 15 min
Cor: P&B
Bitola: 35mm
País: Brasil
Local de Produção: SP

O filme conta um pouco da vida e da obra de Patrícia Galvão, a Pagu. Casada com Oswald de Andrade, participou do Movimento Antropofágico. Jornalista, escritora e tradutora, entre outras coisas, ficou presa por quase cinco anos durante a ditadura Vargas por ser militante do PCB.

Ficha Técnica

Produção Rebeca Mc Mello Fotografia José Roberto Sadek Roteiro Ivo Branco Som Direto Guga Bandeira Direção de Arte Adão Pinheiro Câmera José Roberto Sadek Narração Ivo Branco, Raul Cortez, Ênio Gonçalves, Julia Pascale Assistente de Produção Claudia Andrea Fajuri, Cristina Winter Pesquisa Fotográfica Ivo Branco, Vladimir Sachetta, Paulo César De Azevedo Montagem Francisco magaldi

Prêmios

Melhor Curta no Festival de Brasília 1982
Melhor Roteiro de Curta no Festival de Brasília 1982
Prêmio Estímulo no Secretaria de Estado da Cultura/SP 1982

terça-feira, 2 de agosto de 2011

TER

Por Pedro Du Bois (Itapema, SC)

 
Posted by Picasa

CARTA DE PRINCÍPIOS

Por Antônio Francisco de Paula


A Carta de Princípios
Do nosso tradicionalismo
Nasceu do idealismo
Do saudoso professor
Poeta declamador
Glaucus Saraiva da Fonseca
Que resumiu em poucas letras
Esse documento de valor.

Na cidade de Taquara
No CTG fogão gaúcho
Num galpão simples sem luxo
A mais de cinquenta janeiros
Reuniram-se os companheiros
Numa calorosa reunião
Onde se deu a aprovação
Da missiva por inteiro.

Acabando assim por vez
Com o receio e a desconfiança
Do Governo e lideranças
Que imperavam na ocasião
Restabelecendo a união
O amor e a esperança
E a recíproca confiança
Por todo o nosso torrão.

O movimento tradicionalista
Daquele momento em diante
Deu de rédeas e seguiu avante
Pelos campos e cidades
Respeitando com lealdade
As diretrizes e preceitos
Os deveres e direitos
Impostos a sociedade.

Cumprindo todos os aspectos
Éticos, cívicos, culturais,
Filosóficos e estruturais
Com afinco e seriedade
Preservando a identidade
Os costumes do gauchismo
A tradição e o nativismo
Com muita civilidade.

A Carta de Princípios
Despertou nossa memória
A cultuar a nossa história
O folclore e a tradição
Contribuindo com a formação
Dos jovens tradicionalistas
Pelas lutas e conquistas
E sua preservação.

(Poesia classificada em 1° lugar , no 19° FEGARP ,realizado na cidade de Luiz Eduardo Magalhães,BA,nos dias 15,16,e 17 de julho de 2011)

“NOSSA SENHORA DA OLIVEIRA”

Poe Antonio Francisco de Paula


Nos Campos de Cima da Serra
Nos pagos de Vacaria
Um Camponês certo dia
Queimava sua invernada
Estorricada pela geada
Na mais triste judiaria

O fogo lambeu as coxilhas
Varrendo léguas e léguas
Transformando em cinzas as macegas
Com a fúria das labaredas
E se apagando de vereda
Junto a um murchão de pedra

Numa reboleira de capim
Que o fogo não queimou
O Camponês encontrou
Bem no meio da touceira
Uma imagem de madeira
Da mãe do redentor

Trazendo uma inscrição
Bem legível no pedestal
O nome celestial
Nossa Senhora da Oliveira
A santinha milagreira
Oriunda de Portugal

Aquele humilde homem
Tomado pela emoção
Prostrou-se de joelhos no chão
Com os olhos rasos d’água
E rezou pra imaculada
Com fervor e devoção

Levou a imagem pro rancho
Pra junto de sua família
Contagiando de alegria
Toda gente do povoado
Que vinha de todos os lados
Adorar a santa mãezinha

Naquele rincão bendito
Entre os dois arroios vizinhos
Uruguaizinho e Carazinho
Onde a santa foi encontrada
Uma capelinha improvisada
Foi erguida com carinho


Cobertura de capim
Barreada de chão batido
Um altar todo florido
Adornando a imagem sagrada
Da virgem imaculada
Dos pobres e desvalidos

A notícia se esparramou
Por aquele sertão afora
Das graças e muitas glórias
Concebidas aos peregrinos
Aos devotos campesinos
Da virgem Nossa Senhora

Da pequena freguesia
Encravada na coxilha
Da lendária Baqueria
Dos frondosos pinheirais
Pago santo dos ancestrais
Da nossa raça caudilha

Dos índios primitivos
De Castela e Lusitanos
De Tropeiros e Vaqueanos
E dos Patrícios do além mar
Que mais tarde vieram povoar
O sagrado chão pampeano

E aqueles valentes gaúchos
Que ali fizeram morada
Construíram pra imaculada
Junto à praça principal
Uma linda Catedral
De pedra moura entalhada

Onde repousa a imagem
Da venerada santinha
A nossa querida mãezinha
Para toda a eternidade
Abençoando a comunidade
Da cidade de Vacaria

E assim foi consagrada
Pela fé dos habitantes
Pelo seu amor irradiante
Nossa Senhora da Oliveira
A virgem Santa Padroeira
Da porteira do Rio Grande

CHALEIRA PRETA

Por Antonio Francisco de Paula

Ao te ver chaleira preta
Carcomida , encascurrada
Esquecida ,abandonada
Junto aos trastes no galpão
Num instante brota a lembrança
Da minha feliz infância
No meu querido rincão

Em pensamento te avisto
Enganchada na corrente
Pendurada junto a trempe
Chiando sobre o tição
Sempre cheia de água quente
Servindo nossa gente
Na roda de chimarrão

Entreverada no borralho
Com caldeirão e panela
Entre espetos de costela
Batata doce e pinhão
Lambuzada de graxa
impregnada de fumaça
envernizada de carvão

No seu formato bojudo
De bico longo envergado
Cabo firme remanchado
Para aguentar o repuxo
A quentura dos braseiros
Nos fogões galponeiros
Dos ranchos simples sem luxo

Rude utensílio campeiro
De ferro bruto fundido
Forjado no tempo antigo
Nos idos da escravidão
Que trás entranhada na estampa
A hospitalidade do pampa
Do povo do meu rincão

Quantas vezes viajastes
Enfurnada em bruacas
Ouvindo tropel de patas
Duetando com as tralhas
Sacolejando nos cargueiros
Entre aboios de tropeiros
E rangidos de cangalhas


Nos pousos das comitivas
Nos ranchos abandonados
Nos fogões improvisados
Com pedaços de cupim
Sovando chapas e grelhas
Chamuscada de centelhas
De brasas de guamirim

Te recordo chaleira preta
Bordada de picumã
No aconchego das manhãs
Nas mãos do cozinheiro
Preparando com carinho
Um café forte quentinho
No velho estilo campeiro

Regando a cuia morena
De topete levantado
De mate amargo cevado
Num ato de comunhão
Nos dias frios de geada
Na tertúlia com a peonada
Ao pé do fogo de chão

Lendária chaleira preta
Relíquia de estimação
Rainha da tradição
Que o tempo não deu fim
Herança dos ancestrais
Dos avôs de meus pais
Que guardo dentro de mim

CUSCO PRETO

Por Antônio Francisco de Paula

Meu velho cusco preto,
Companheiro de andanças,
Das caçadas e festanças
E gauderiadas pelos pagos,
Nos bolichos e nos tragos
Estava sempre comigo,
Protegendo-me do inimigo,
Rosnando sempre ao meu lado.

Sesteando em riba das patas,
Com as orelhas estaqueadas,
Se criou largando as pulgas,
Entreverado com a peonada,
Nos corredores de estrada,
E lá no fundo do galpão,
Escutando o resmungo da gaita
E tinido de facão.

Os retinidos de esporas,
Relinchos de redomão,
Os berros de terneiros
E do bugio lá no capão,
Estalo de relho e tropel de cascos,
Rangido de carreta no espigão,
Zunidos de argolas de laços,
Nos dias de marcação.

Assim vivia o meu cusco
De rincão em rincão,
Comendo bago na brasa
Nas lidas de castração,
Atocaiando um lagarto
Lá no fundo do chiqueiro,
Correndo pelo potreiro
Atrás de um potro gavião.

Cachorro preto teatino,
Sem raça, criado guacho,
Sempre foi guaipeca macho
Nos rebuliços de campanha,
Desde muito que me acompanha
Demonstrava inclinação
Em pegar boi pelas ventas
E fazer escarvar o chão.

Cusco preto pêlo duro
Que trás as marcas no couro
De chifradas de touro
E manotaço de bagual,
Vive hoje na porta do rancho,
Entravado sobre um baixeiro,
Na sombra de um abacateiro,
Já não pode mais pelear.

Pois, por força do destino,
O guasca foi atropelado
Por um índio desalmado
Que por pouco não lhe matou,
Mas, Cusco..., preto valente
Vai pastoreando deitado,
As lembranças do passado
Do patrão que le criou.

(Publicado originalmente na Revista Cerrado Cultural n° 4/2009)

O QUE SOU?

Por Paccelli José Maracci Zähler


Penso comigo mesmo,
Pra que vaidade,
Orgulho,
A gente

Caminhando sobre a terra,
Se tudo termina de repente,
É deitar e apodrecer
Embaixo dela?

Pra que a vida,
Fantasmas,
Mistérios?

Pra que cidades,
Pessoas,
Fome?

Almas perdidas,
Sem destino,
Desesperançadas!

Pra que a guerra,
O sonho,
A ilusão,
Se tudo termina
Num piscar de olhos?

E eu,
O que sou
Nessa loucura toda
A que chamam Vida?



(Publicado originalmente na Revista Cerrado Cultural nº 4/2009)

SE NÃO FOSSEM OS POETAS...

Por Paccelli José Maracci Zahler


Ah, se não fossem os poetas,
A vida seria amarga,
As flores não teriam cor,
Os homens não conheceriam
A sinfonia do Amor.

Ah, se não fossem os poetas,
A pena não teria forças
Pra denunciar a dor
Infligida pelas armas
De um facínora usurpador.

(Publicado originalmente na Revista Cerrado Cultural nº 4/2009)

Brasilíngua Por (Tu) Guesa(1979)

Por Gustavo Dourado

Laço em laço: enlace-me:
Pindoramafra: luzilázia…
A língua de Juca Pyrama:
Zumbi(u) Camoniânima
Luxafra - brasilíndia tupiguarânia
Morenua Rósea Sertântrica…

Floresce(u) Latim por tintim:
Romamor Romãe: proema
D África: Axé-Nagogô
Brasilis-flor naturativa
Antropofálica Mistura:
Frevo-fervor: Línguímã: Nheengatu…

Por tu Guesa:faço-me errantente
Trovejo-me silen cio nuniversom
Relambeijo a Língua-gen
Dos Grãs Sertons:
Lusíadas…Veredas…

BrasiLíngua! Por(tu)Guesa:
Lusídica rosa personalizada…
Experimentalizo la langue
Nas ancas filo-lógicas do verso…

Contra.passo-lhe numbigo:
Bahianauta barrococó Gregórion
Riobaldorim Casmurro Borba
Policarpideiro Caminha Drummond
Matias, Aires, Bernardim, Vieira…

Machado! Motor-serra textual
Álvaro Ricardo Alberto
Pessoa metalingual:
Santa Cecília cancioneira…
Murilo, Jorges, Sousândrade
Andrades, Campos, Bandeiras…
Serafim Ponte

Grande Mira o Mar
Bossa Nova: Tropicália…
Cobra Cabral Macunaíma…
Lima Barretom Jobim…
Rosa de Hiroshima.
Rosa das Minas:
Guímã-Rosa do Povo:
Embaixador do Ser-Tao…


(Publicado originalmente na Revista Cerrado Cultural nº 4/2009)

ENTARDECER

Por Gislaine Canales

A paz do entardecer...Fascinação...
Com mil beijos de cor sobre o universo!
Eu sinto, bem no fundo, o coração
querer cantar essa beleza em verso.

Fazendo, dessa paz, sublimação,
inunda-se no belo, submerso,
vivendo, assim, total transmutação,
esquecendo que o mundo é tão perverso.

Vai sonhando mil sonhos coloridos,
cantando mil canções, só de alegria,
e esquece a solidão dos tempos idos.

Realizando assim sua utopia,
de posse, então, de sétimos sentidos,
contempla o pôr-do-sol em poesia!

(Publicado originalmente na Revista Cerrado Cultural nº 4/2009)

AMO

Por Gislaine Canales

Amo com toda a força do meu ser.
Amo a beleza, a arte, uma canção.
Amo o eterno desejo de vencer.
Amo os versos que vêm do coração.

Amo as flores, é grande meu querer.
Amo essa amarga e triste solidão.
Amo os sonhos que estou sempre a tecer.
Amo o infinito em sua imensidão.

Amo também a morte, dura e fria.
Amo na morte, toda a ausência e dor.
Amo meu mundo em meio à fantasia.

Amo a tristeza, e mais, amo a alegria.
Amo a vida e esse mundo encantador.
Amo o amor, amo a paz, amo a poesia.

(Publicado originalmente na Revista Cerrado Cultural nº 4/2009)

HÁ A LUA

Por Delasnive Daspet

Não há borboletas voando
Ou pássaros cantando.
A superfície do lago esta calma, morta.
Nenhum mergulhão madrugador
Corta os céus.

Nenhum zumbido de inseto.
O vento não corre entre as árvores.
As folhas não farfalham.
A água não bate na praia.

A beleza, alimento d'alma,
já não existe...
Tão quieto o mundo,
Ou será só o meu?
O mais leve ruído quebraria
A camada do gelo que me cobre !

Ainda assim, há a lua.
Todas as noites.
Soturna, pálida, bela.
Só ela não muda o encanto.

É a ausência que tudo cala.
É o vazio que preenche o espaço.
É a força do nada que se avoluma.
É a mesquinhez que se agiganta
E nos apequena...

Ainda assim há a lua...
Todas as noites sento
Ao pé do salgueiro
A beira do lago
Fico em silêncio e ouço.

Escuto a vida,
Palavras lindas murmuradas
pelo vento.
Eu também te sussurro e peço
Que não demores, e que chegues
Nos raios do luar que comigo
Espera....Há a lua, sempre!



Sobre a autora:

Delasnieve Daspet é natural de Porto Murtinho, MS . É poetisa, advogada e faz trabalho social com menores carentes, em Campo Grande-MS. Publicou e preside a FALA-MS - Federação das Academias de Letras e Artes de MS. É Embaixadora Universal da Paz, Embaixadora do “Movimiento Poetas del Mundo” para o Brasil e proprietária dos sites:
www.delasnievedaspet.com.br( referendado pela UNESCO )
www.pantanalms.tur.br ( referendado pela UNESCO)
www.lunaeamigos.com.br ( referendado pela UNESCO)
www.ebooklunas.com.br
www.onlinebook.com.br
http://br.egroups.com/group/LunaeAmigos

(Publicado originalmente na Revista Cerrado Cultural nº 4/2009)

"MEA CULPA"

Por Delasnieve Daspet

Na sucessão de erros que fiz na vida,
Em alguns, por sugestões,
Medo, passividade, me perdi.

Perdi meus sonhos;
Perdi os amigos...
Pois o medo retrai.
Não sei quanto tempo fiquei
Sem acreditar nas coisas e nas pessoas...

Deixei teu mal querer
Me contagiar e vivi em nebulosas.
Preciso reencontrar a fé
Nas coisas simples do ser e de ser...

Minhas alegrias...
Já não as lembro.
Não lembro o imenso amor,
As esperanças e mágoas,
Toldaram-se, todos, de cinza
Das tristezas que acumulei...

Eu nem percebi que me perdi,
Que nos perdemos há tanto tempo!
Não percebi que ser feliz, amar e sonhar
Não é apenas um tempo
Mas um processo a se cultivar.

Um sentimento afetivo e efetivo
Da nossa presença no mundo.
Fiquei tão longe que não ouvia
O eco de minhas palavras.

É esta a " mea culpa".
Deixei que me mudasse...
Deixei que moldasse meu querer,
Fui sonhar o teu gosto e sonhos...
Olvidei minhas lutas , lutas, pelas quais,
Já houvera traçado caminhos
Noutro porvir...

(Publicado originalmente na Revista Cerrado Cultural nº 4/2009)