quarta-feira, 3 de outubro de 2012

MANIFESTO PELA PERMANÊNCIA DA ALT/DF NO ESPAÇO CULTURAL DE TAGUATINGA


Por Gustavo Dourado
Presidente da Academia de Letras de Taguatinga - ALT/DF

MANIFESTO PELA PERMANÊNCIA DA ACADEMIA TAGUATINGUENSE DE LETRAS NO ESPAÇO CULTURAL DE TAGUATINGA

 Ao governador do Distrito Federal, administrador de Taguatinga e autoridades responsáveis pela educação e cultura do Distrito Federal.

 No Espaço Cultural de Taguatinga (ECT) funcionam a Academia Taguatinguense de Letras (ATL/DF), a Biblioteca Braille Dorina Nowill (BBDN), o Teatro da Praça (TP) e a Biblioteca Machado de Assis (BMA), constituindo o maior patrimônio cultural do povo de Taguatinga. Nele se desenvolvem atividades imprescindíveis à comunidade. A Academia tem o maior acervo de livros de escritores do Distrito Federal, em número de sete mil obras, atuando no campo da cultura, da literatura e da educação. A Biblioteca Braille atende aos deficientes visuais, proporcionando-lhes oportunidades de participação no campo da educação e cultura, possuindo o maior acervo bibliográfico em Braille. O Teatro da Praça acolhe as atividades artísticas da comunidade. A Biblioteca Machado de Assis, de leitura e consulta, detém o maior acervo de livros de Taguatinga, em todos os ramos do conhecimento humano, estando aberta diariamente aos estudantes e cidadãos da cidade. Apesar de sua importância, como se vê, o Espaço Cultural está sempre ameaçado de despejo, há quem pretenda destruí-lo transformando-o em um shopping, existe quem queira transferir as Bibliotecas para o outro lugar; o teatro sofre de descaso do Poder Público, deixando-o sem manutenção, iluminação, servidores, equipamentos etc, e até serve de manipulações políticas, em detrimento de sua destinação natural, ou seja, apresentações teatrais e afins. Pretendem, agora, “tombar” o Espaço, o que seria de grande valia para Taguatinga. Contudo, para fazê-lo, inexplicavelmente, querem excluir a Academia Taguatinguense de Letras, havendo parecer desfavorável à sua permanência no Espaço, apesar de sua importância para a comunidade. Indaga-se: a quem  interessa desalojar a ATL? Será por que defendemos a cultura com todo fervor de nosso idealismo? Será por que constituímos um sodalício de mais de duzentos escritores e eles não podem manter-se agregados? Enxergamos nessas perguntas interesses pessoais escusos de pretendentes que agem ensombreados,no apagar das luzes, na surdina, na calada da noite, contra a Academia. Mas estamos prontos para lutar pela permanência da ATL no lugar onde ela se encontra, enfrentando seus inimigos com as armas que nos concede a Democracia – a palavra, o pensamento, a imprensa, a mídia, a internet, as redes sociais, a denúncia junto às autoridades sensíveis à cultura, o protesto público, e até a resistência física se for necessário! Temos uma grande aliada, ou seja, a Constituição Cidadã. Em seus arts. 215/216, a cultura (nela está incluída implicitamente a ATL) é tratada como relevante para consecução dos objetivos da República, e por estes dispositivos constitucionais, portanto, devem se pautar o Poder Público e as autoridades para fazerem suas leis e normas, evidentemente sem exclusões dos entes e agentes que fazem a cultura. Se os escritores, professores, estudantes, leitores, formadores de opinião e os cidadãos de todo Distrito Federal estiverem de acordo com a permanência da Academia Taguatinguense de Letras, no Espaço Cultural de Taguatinga, por tudo que ela representa para a coletividade, pela liberdade de expressão e pelo desenvolvimento do pensamento criativo, livre, conclamo-lhes a aderir à nossa luta, subscrevendo este importante Manifesto, que será entregue às autoridades, divulgado à Imprensa e publicado na Internet e nas Redes Sociais.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

PRIMAVERA


Por Paccelli José Maracci Zahler

Brisa suave
Acariciando a face
Gotas de orvalho
Irrigando a terra
Flores se abrindo
Exalando perfume
Na manhã fresca
De primavera.

E o frescor de tua pele,
Teu perfume e carinho,
O calor do teu beijo
Superando os espinhos,
Quando te abraço
Buscando conforto,
Me dizem, com certeza:
-Primavera é teu corpo!

HÁBIL

Por Pedro Du Bois


Hábil, rabisco verdades: levo o pão
sob o braço, comida faltante na mesa
do pai. Ofereço minha habilidade
desferida em tiros: atiro a esmo
nos cadáveres deixados. Vou
pelo caminho acrescentado
(no bolero reencontro os passos)
onde me encontro na habilidade
recíproca do renascimento.

MANIPULAÇÃO DE NOTÍCIAS OU A INFLUÊNCIA DA TV


Por Humberto Pinho da Silva


Ainda que o neguem, afirmando serem independentes, os meios de comunicação, além de informarem, formam a mentalidade dos leitores e ouvintes.
O modo como são redigidas as notícias ou como as “ cozinham”, os pareceres dos redactores e cronistas, e até os títulos, influenciam no jeito de pensar dos leitores, mormente os mais assíduos.
O actor João Reis, em entrevista concedida a “ Notícias TV” (29.06.12), assevera, igualmente, isso: “ Se quiserem, as televisões conseguem manipular as pessoas. Aliás, basta ver, às vezes, o alinhamento dos noticiários para ver que manipulam.”
Poderosos grupos económicos guerreiam-se para adquirirem órgãos de maior audiência, e partidos políticos esforçam-se para assenhoreiam-se de “títulos” ou conquistarem a simpatia de empresas jornalísticas.
Político que crie laços de amizade com jornalistas, homens de letras ou grupos importantes de comunicação, têm a actividade facilitada, e pode, se o desejar, manipular notícias ou evitar que sejam publicadas.
A TV, como órgão de informação por excelência, é entre a mass-media, a que maior influência exerce no comportamento dos cidadãos.
A socióloga Helena Vilaça, em entrevista concedida a Joana de Belém, publicada no “Diário de Notícias” ( Lisboa) de 24/08/12, lembra, que: “ No Brasil houve um fenómeno muito interessante: os últimos censos dão conta de um aumento de conversões ao Islão e os estudos indicam que estão relacionados com uma telenovela que passava uma imagem positiva do Islão, o que contribuiu para que houvesse mais conversões”.
Em poucos anos, a TV, pode alterar hábitos, modos de pensar e até subtilmente influenciar resultados eleitorais.
Como se sabe, a maioria da população não pensa, repete o que ouve ou insinuam, pela telenovela, mesas redondas, noticiários e blogues.
A publicidade conhece perfeitamente esse extraordinário poder, vendendo produtos, lançando figuras públicas ou ideias, com sucesso, em escassos meses.
Nem a literatura escapa. Cai bem aqui o que li sobre livro de Mário Sá Carneiro, julgo ser “ Confissão de Lúcio”.
Lamentava-se o editor de não conseguir vender. Mário Sá Carneiro manda retirar os volumes do mercado. Pede a amigos que escrevam palavras elogiosas. Imprime páginas extras, com essas “críticas”, e cinta os livros, indicando que é segunda edição. A obra esgotou-se em poucas semanas.
Por isso se vê muita coisa, que não vale um chavo, ser best-seller, e obras dignas de serem lidas e relidas, como monos nas estantes dos livreiros, enodoadas de humidade e empoeiradas pelo tempo.

PREOCUPAMENTOS MUNDANOS


Por   Luiz Carlos Leme Franco

Com quê? 
Com tudo, com todos,
Com nada, com ninguém,

Não importa, estou  muito preoupadoso.
Com o futuro, comigo mesmo.
O que será mais que virá neste mundo?
Violência já chega.

Miseriadade? Basta a da África.
Desamoria? A sociedade preenche todos os espaços.
Angustiamento, ansiedade, depressão?
Para que mais?
No que vejo o mundo caminha para cousas desagradáveis,
para uma pioração tremenda.

Tenho tido impções preocupadoras
com o  futuro dos humanos, com a Terra, com a vida
No caminhar que percebo o (i)mundo será catastrófico,
com mínima água, com quase nadinha de verde,
com gente bastante demais,
com condições de menos.

O que os seres superiores estão fazendo com o habitat?
Por que cada qual não se antevê amanhã ou depoisdeamanhã,
e perceba a ruindeza que deixarão no mundo?
Preocupo-me com os filhos, netos nossos,
com a raça mesmo, num futuro breve até.

Por que tanto ambicionamento,
toda querência, tal despropositamento?
Por que tantos tem  tantas terras,
outros tantos menos cantos?
Para que insolariedade que se deixa crescer?
Por que este agimento angustioso
em busca do mais, se já se tem tudo?

Por que esta exploracência do semelhante,
Esta  vontadeza de mostrar mais poder ?
Vejo o futuro sem isto,
 porque acabarão com  todas as riquezas da Terra
 e todos  igualar-se-ão  em nada, sem recursamentos  naturais.

As feitorias artificiosas, maquinaria , tecnobobosias,
não servirão para ninguém por falta do que trabalhar,
do que comer, do que ser;

Por que não se usa O que se tem e só se tem o que se usa,
repartindo o desnecessário com o próximo?
Próximo? Quem?