Por Fabiane Braga Lima (Rio Claro, SP) e Samuel da Costa (Itajaí, SC)
Atlântida
Ainda te sinto aqui,
Bem perto de mim...
Você me faz perder os sentidos.
***
Sou o eu inexato contiguo a ti
Nas tuas nevoentas quimeras
Mais profanas
Mais cândidas e mais ardentes
***
Deixa-me louca de desejo,
Meu corpo fica úmido
A cada minuto pensando em você
Lembro-me do seu cheiro,
Impregnado em mim
***
Fico eu flanando introspectivo
A circunavegar em ti
No êxtase absoluto
Ninfeia alva
***
Do teu corpo nu deslizando sobre o meu.
Lembro-me dos teus braços fortes me encostando
Contra a parede e me beijando com ardor,
Mordendo cada parte do meu corpo.
***
Como te quero junto mim
Absoluta
Magnificente
Completamente entregue
***
Como queria estar com você,
Sentar no teu colo toda nua, te fazer gemer,
Descontrolada te levar ao paraíso.
***
Como te quero junto mim
O nós dois enclausurados
Para todo o sempre
Nos nossos paraísos artificiais
***
Lembrar de você, me deixando excitada,
Fico atiçada, molhada, perco o juízo.
Fico faminta desejando e clamando por você.
(Fabiane Braga Lima e Samuel da Costa)
Das nossas eviternas verdades inauditas
Fiz deste amor minha eterna verdade
Reciprocidade, te amo sem vaidades
Sem cobranças entreguei o meu coração
Com emoção, ainda te sinto, suspiro....
***
Sinto o leve flanar das sibilinas asas tua
Aqui aonde estou
Em perpétuo movimento
Em meia as brumas
***
Tudo fica colorido, minha pela arde
Intensa é a minha paz, me aconchega
Contigo consigo sorrir, ir muito além
Na minha verve vive, quebra os cinzas.
***
São os etéreos versos teus
Suspensos no ar
Ninfeia alva
Que leio e releio
Em total êxtase profundo
***
Decifrar o que sinto, seria impossível
És brando, me felicita, eterna primícia
Transbordo de amor, me revigora….
***
Decifro-te na infunde
Do teu ser mais-que-perfeito
Amo-te na complexidade
Pós-contemporânea
De tu magnificente poetisa
eternamente
suspensa no ar
***
Fique comigo, mesmo distante, te quero
Deixe teu coração, aqui, sem explicação
Em versos resumes, meus anseios
E o meu amor!.....
(Fabiane Braga Lima e Samuel da Costa)
Talzes/Maybe
Ousamos ser o que
Queremos ser
Em belas-letras mortas
E em belas-artes
plásticas
Samuel da Costa
Poetisa irrequieta e adorada
Talvez deveríamos trocar correspondências
Não as de hoje em dia
Inodoras, insipidas
E lacônicas
E sim as velhas correspondências
Lânguidas e lentas
Compostas à meia luz
De candeeiros e lamparinas
Ou mesmo ditadas pelo matraquear
Da mecanografia
Ou molhada no pico da pena
E finalizada no mata-borrão
***
Talvez deveríamos trocar
Correspondências
Não as de hoje em dia
Pois seriam mesmo velhas
Então, vamos simplificar
Este texto
Que tal!?
Palavras onde ninguém
Mais ninguém
Precisasse consultar o dicionário
***
Sim concordo
Mas sou apegada
Em belas-letras mortas
Ao som inaudível
De noturnas sinfonias lânguida e lenta
Arrastada
Sim, vamos trocar impressões
Em paraísos artificiais
Na distância mais que segura
***
Ditadas com amor
Ou desamores
Como gênios da literatura
Onde o clássico nunca morre
Que tal!?
O movimento simbolista
E esquecer o nosso falso
Surreal
***
Doravante sejamos
Nós duas mulheres livres
Doravante ousamos brilhar
O brilho fulgido dos astros mortos
***
Sim, seria o certo
Não o duvidoso
Mas o natural...!
(Fabiane Braga Lima e Clarisse Cristal)
Flamejante (o ritmo atemporal da inexata clepsidra)
Cobiço o teu corpo,
Meu
poema indiscreto,
Desculpe a minha ousadia!
***
Dos teus secretos desejos
Bem gradados
Deixaram inefáveis sabores
No celeste no estribilho teu
***
Quero-te sem censuras,
Quero-te todo e somente meu,
Ao beijar tua boca faminta,
Fico eu desejosa,
***
Dos teus milenares segredos
Outrora enclausurados
Na sacrossanta turris ebúrnea
Eu guardo comigo
As tuas dulcíssimas confissões
Sopradas ao ouvido meu
***
Deslizo sobre a tua pele,
De ébano
Irradia o teu negro
olhar
Flamejante e atrevido,
Enlouquece-me,
Faz-me querer amar-te todos os dias…!
***
Que os ventos solares levem
Todos os nossos segredos lascivos
Bem guardados ao ritmo atemporal
Da inexata clepsidra
Que resplandeçam
Entre os astros-mortos
Para além do tempo atemporal
E do cosmo infinito
(Fabiane Braga Lima e Samuel da Costa)
Com ousadia, venha provar do meu negro vinho!
Tenho lembranças de um tempo
Que por mais que me esforce
Não se desfaz,
Minha mente fica inquieta,
Meu trêmulo tesão.
***
Tenho saudades de um tempo
Que nunca passou
Tenho doces lembranças atemporais
Que nunca ocorreram
***
Tenho lembranças inesquecíveis,
Pois sou mulher
E me permito lembrar.
***
Sou o teu sintéctico aedo
Perdido na apoplética
Pós-modernidade
fluída reinante
***
Lembro dos nossos corpos entrelaçados
Como enamorados,
Fazendo amor sem nos tocar.
***
Eu me lembro dos nossos secretos
Encontros fugidios
Dos nossos corpos-incorpóreos nus
Irmanadas na nossa turris ebúrnea
***
Com ousadia lembro do vinho derramado
Em nossos corpos, desejosos,
Degustando nosso cheiro por telepatia.
As tuas carícias, os
teus toques
Deixaram-me a vontade e impregna de ti.
***
Eu te ofereço sidéreas negras flores
E um celeste ramalhete
De ancestrais rosas álgidas
***
Deixa-me sem razão.
Preciso ouvir os teus gemidos
Nas madrugadas adentro,
Implorando mais e mais.
Rasga-me por dentro com seu sexo rígido,
Acalma a minha alma indomada, se envolva com meu corpo,
Aperte-me sobre o teu,
Passeando com sua língua lasciva molhada
***
Eu só posso te ofertar
Doces lembranças vagas
Difusas e irreais
***
Excita-me e sussurre baixinho que ama!
Apetece o meu corpo nu, devasso,
Molhada eu sou toda desejo,
Venha me babujar com
o negro vinho,
De Baco e Dionísio
Embriaga-se de mim….!
(Fabiane Braga Lima e Samuel da Costa)
Fabiane Braga Lima é poetisa
em Rio Claro, SP.
Contato:
bragalimafabiane@gmail.com
Samuel da Costa é poeta em
Itajaí, SC.
Contato:
samueldeitajai@yahoo.com.br