MANIFESTO

Por Samuel da Costa (Anápolis, GO)

É a negra tinta

A macular o papel timbrado

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É o escriba em tempos modernos

Com sua verse mecanizada

Seriada, fria e indolor!!!

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São páginas em branco...

Maculadas

Pelo furor inconsequente

Do bardo na pós-modernidade

Liquefeita

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É o tipografo incorpóreo

E uma enorme família de tipos-móveis

Digitalizados

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  É a negra tinta

A macular o papel timbrado!

Mecanizado

Digitalizado

É o aedo que semeia

No deserto do real

Na realidade liquefeita... 

Palavras iconoclastas digitalizadas jogadas

Ao vento... 

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  É a negra tinta

Que macula o papel timbrado!

Oficialmente obsoleto

Pela mecanografia digital