Por Samuel da Costa (Itajaí, SC)
Eu
ainda estou tentando aprender
A
compor textos em belas-letras
Deixando
os meus rastros
Como
pegadas eviternas
Nas
ebúrneas áreas de uma praia
Convenientemente
deserta
***
Oficialmente
deveria ser
A
temporada de flores
Definitivamente
eu me sinto
Como
um aldeão perdido
Em
uma cidade grande
***
Deixei
para trás a minha obsessão
De
evoluir a minha arte escrita
Centrada
na tecnicidade pós-modernista
E
na pesquisa exaustiva
No
eviterno aprender algo novo
E
abruptamente inesperado
***
As
belas-letras é mais nobre das artes
Do
que a própria arte pela arte
Como
um belo vestido diáfano
Em
uma dulcíssima dama
Deveria
fazer a vida ser mais amena
***
Meninas
lindas aqui vai uma dica
Não
se apaixone por poetas ultrarromânticos
E
escritores neosimbolistas
Apenas
use roupas elásticas
Compradas
em populares lojas virtuais
Ali
na esquina
***
Não
há como não se encantar
Com
a rara beleza de um sorriso
Fabricado
por uma inteligência artificial
Recém
criada
***
Mais
que de repente
Decidi
ignorar as minhas velhas rotinas
Toda
vez que começo
A
compor novos estribilhos
E
não entre em contato comigo
Pois
eu não tenho melhores
E
maiores detalhes
Sobre
o assunto
***
Poetisa
alabastrina musa minha
Apaixonada
pelas belas-letras mortas
Eu
que és
Acreditas
no incomensurável
Poder
da criação artística
Que
ajuda no teu processo de cura
***
Eleve
os teus limites
E
libere todo o teu potencial
Tens
que confiar no processo
Artístico
e criativo
Eu
sou o teu maior crítico
E
bem antes que os incautos te critiquem
Eu
já te critiquei
Com
todos os rigores tecnicistas
E
academicistas
E
com a pura negra emoção
***
Deixe
um comentário
Ou
me ignore por completo
Sinta-se
à vontade para me esquecer
O
mais breve possível
***
Obrigado
pelas perguntas constrangedoras
No
meu privado
Respondo
assim que possível
O
que pode ser respondido
Fragmento do livro: Astro-domo, de Samuel Costa, contista, poeta e
novelista em Itajaí, Santa Catarina.
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