Por Elisa Augusta de Andrade Farina* (Teófilo Otoni, MG)
Janelas sempre foram para mim
possibilidade de liberdade e pontos de observação. Gosto de me colocar num
lugar outro para olhar o mundo e as pessoas.
Quanta novidade se pode
aprender quando você deixa seus olhos dormitando na caixinha dos segredos,
procurando ver as pessoas com um olhar de entendimento, numa troca de
(in)segurança e até de humildade. No átimo de troca, você descobre que não é
melhor do que ninguém e a gratidão invade todo o seu ser.
As janelas fecham-se e
abrem-se na objetividade a que foram constituídas. Diz o adágio popular:
“quando uma janela se fecha, outras se abrem”.
É preciso abrir janelas,
muitas delas! A vida oferece muito mais aos que aprendem a sair de si mesmos e
se arriscam na direção dos outros, numa mão única de desejos e concretude.
Abrir as janelas é, também,
expandir fronteiras, aprender novas vivências, degustar outros sabores e vencer
os obstáculos. E debruçada nas janelas da vida, permaneço sobrevoando,
desejando um dia ser e muito ver.
A vida sempre me ensinou como
eu poderia ser forte, mas exigiu de mim atitudes mais potentes em momentos em
que acreditei que só existia fraqueza no meu viver. Com o tempo aprendi a
escutar o que o meu silêncio tinha o que me dizer — certifiquei-me que ele diz
muita coisa. Aprendi a reconhecer o que é de verdade, principalmente os
sentimentos. Aprendi também a fazer as pazes com o que não foi necessariamente
uma perda. E o mais magnifico: que viver é um ciclo eterno de recomeços e que a
melhor universidade é a felicidade de viver.
Assim, vou abrindo janelas,
recolhendo conhecimentos e alegria de viver de forma solidária, coesa e cônscia
dos que têm certeza do que querem e precisam para recolher momentos indeléveis
e mágicos na grande vereda chamada vida.
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* Elisa Augusta de
Andrade Farina é escritora, presidente da Academia de Letras de Teófilo
Otoni e integrante da turma Manoel de Barros, da Vivência Novos Autores, Árvore
das Letras
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