Por Samuel da Costa (Itajaí, SC)
A
sublimidade do abissal desfiladeiro
Não
substitui o imediatamente
As
inquietações momentâneas
Dos
meus cotidianos contemporâneos
***
Não
existe nada mais fastidioso e perigoso
Do
que ser íntimo de pessoas vazias
Insípidas
e inodoras
Se
entrelaçar com outro alguém
Onde
não há absolutamente
Nenhuma
conexão espiritual
Muito
menos conexões mentais
Ou
ligações físicas
***
O
meu corpo físico
Não
é a única que precisa
Estar
interligado a outros corpos físicos
É
muito diferente de precisar
Estar
ligados intimamente
Como
outros alguéns
***
Ainda
não aprendi a reintegrar
O
meu lado emocional
Ao
meu lado racional
Fazer
as minhas breves caminhadas
Ao
passado sem me desfazer
E
milhões de nano-pedaços
***
É
uma viagem tortuosa
Que
não vale a pena empreender
Eu
já passei por doridos traumas repetidos
É
bom deixar o passado
Bem
quieto lá no passado
E
começar a viver outros momentos
Ruidosos
e alvissareiros
***
Eu
não sou muito lírico
Na
forma de expressar o meu amor
Porque
vejo o amor
Como
mais uma forma de arte
Deixo
os delírios infantis românticos
Para
quem sente e vive a vida
Como
uma forma de arte
E
a arte é a magia que o mundo precisa
Percebo
profundamente
Que
vivo o momento presente
Quando
realmente eu quero falar
Da
arte de amar e se apaixonar
Por
outra pessoa
***
Logo
percebo que a minha alma gêmea
Está
muito ocupada ao telefone
Conversando
com outra alma gémea
Em
um convescote muito além
Das
minhas limitadas compreensões
Do
que é real ou mesmo pura fantasia
***
E
relembro das minhas antigas configurações
Mas
com notas diferenciadas
E
sinto que é fundamental ter
Essa
energia fluida para fazer
As
minhas criações artísticas
Circulando
no meu eu mais que profundo
E
perco a capacidade de não ter restrições
***
Dos
nossos ardorosos beijos no nevoento vergel
Tarde
da noite, nas madrugadas frias
A
expressão ou aplicação
Das
nossas habilidades criativas
***
E
digo que a imaginação humana
É
tipicamente visual
Como
pinturas ou esculturas industrializadas
E
posso constatar que a humanidade produz
Trabalhos
artísticos para serem apreciados
Então
apreciamos as belezas artísticas
E
o poder emocional
Como
algo corriqueiro
E
banal
Fragmento do
livro: Astro-domo. Texto de Samuel Costa, contista, poeta e novelista em
Itajaí, Santa Catarina.
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