quinta-feira, 1 de maio de 2025

SÓ PRECISO DE ROSAS VERMELHAS

 Por Samuel da Costa (Itajaí, SC)

 

A sublimidade do abissal desfiladeiro

Não substitui o imediatamente

As inquietações momentâneas

Dos meus cotidianos contemporâneos

***

Não existe nada mais fastidioso e perigoso

Do que ser íntimo de pessoas vazias

 Insípidas e inodoras  

 Se entrelaçar com outro alguém

Onde não há absolutamente

Nenhuma conexão espiritual

Muito menos conexões mentais

Ou ligações físicas

***

O meu corpo físico

 Não é a única que precisa

Estar interligado a outros corpos físicos

É muito diferente de precisar

 Estar ligados intimamente

 Como outros alguéns

***

Ainda não aprendi a reintegrar

O meu lado emocional

Ao meu lado racional 

Fazer as minhas breves caminhadas

Ao passado sem me desfazer

E milhões de nano-pedaços

***

É uma viagem tortuosa

Que não vale a pena empreender

Eu já passei por doridos traumas repetidos

É bom deixar o passado

Bem quieto lá no passado

 E começar a viver outros momentos

Ruidosos e alvissareiros

***

Eu não sou muito lírico

Na forma de expressar o meu amor

Porque vejo o amor

Como mais uma forma de arte

Deixo os delírios infantis românticos

Para quem sente e vive a vida

Como uma forma de arte

E a arte é a magia que o mundo precisa

Percebo profundamente

Que vivo o momento presente

Quando realmente eu quero falar

Da arte de amar e se apaixonar

Por outra pessoa

***

Logo percebo que a minha alma gêmea

Está muito ocupada ao telefone

Conversando com outra alma gémea

Em um convescote muito além

Das minhas limitadas compreensões

Do que é real ou mesmo pura fantasia

***

E relembro das minhas antigas configurações

 Mas com notas diferenciadas

E sinto que é fundamental ter

Essa energia fluida para fazer

As minhas criações artísticas  

Circulando no meu eu mais que profundo  

E perco a capacidade de não ter restrições

***

Dos nossos ardorosos beijos no nevoento vergel

Tarde da noite, nas madrugadas frias

A expressão ou aplicação

Das nossas habilidades criativas

***

E digo que a imaginação humana

É tipicamente visual

 Como pinturas ou esculturas industrializadas

E posso constatar que a humanidade produz

 Trabalhos artísticos para serem apreciados

Então apreciamos as belezas artísticas

E o poder emocional

Como algo corriqueiro

E banal

Fragmento do livro: Astro-domo. Texto de Samuel Costa, contista, poeta e novelista em Itajaí, Santa Catarina.

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