quinta-feira, 1 de maio de 2025

TECENDO NOVOS FIOS INVISÍVEIS PARA COMPOR NOVAS REALIDADES IMPOSSÍVEIS!

 Por Samuel da Costa (Itajaí, SC)

 

Existem imagens que olham

Há aquelas que sentem

E aquelas que nos capturam

***

Os artistas pós-modernos

 E as suas artes pós-modernistas

Em confronto com a hirta realidade

Em um breve lembrete

Nada comovente

Para instigar as vossas potencialidades  

E as vossas imaginações sem limites

***

Navegando pelo deserto do real

 Que rejeita as belezas negras

Rebelamo-nos então através

Das belas-letras e das belas-artes

A reclamar as novas afro narrativas

Para reescrever as nossas histórias

Quantas vezes for necessário

***

Através de sublimes cores ousadas

Composições suprareais dinâmicas

E vagas formas abstratas

Dão conta dos portentosos

Guardiões em perdidas aldeias

Não são mais aquelas figuras místicas

Usando grotescas máscaras faciais

E armas primitivamente obsoletas  

***

Então somos testemunhas

Oculares e auriculares  

Das forças duradouras das antiquíssimas

 Tradições culturais afro

Das muitas conexões espirituais profundas

Entre o passado, o presente e o futuro

***

Um conceito sem sentido algum

A única coisa que me traz a paz

É me enxergar nos outros seres viventes

 Às vezes me pergunto

Dos motivos termos a mente dividida

Entre a razão e emoção

Impedindo de percebermos

As infindas belezas negras  

Quando as mentes não estão em sincronia

***

Um conceito estranho

Li e reli textos

Vi e revi imagens estáticas

E em movimentos

Até os olhos secarem

E constato que eu devo continuar

A desvendar as imagens difusas

Que surgem diante de mim

***

Conceito sobre os dourados sonhos

As coisas não são assim

Tão simples e posso assegurar

Às vezes somente observo

E foca demasiado

Da outra pessoa dentro de mim

Se afastar dos seus sonhos

***

E a me dizer que os sonhos dourados

Não se sustentam em definitivo

 E ser bem sucedido

E em certas alturas impossíveis  

Não nos dá a possibilidade

 De sustentar ideias vagas

Suspensas no ar  


Fragmento do livro: Astro-domo, de Samuel da Costa, contista, poeta e novelista em Itajaí, Santa Catarina.

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