Por Clarisse da Costa (SC)
Somos moradas daquilo que
guardamos.
Tão jovem
E ao mesmo tempo velho
Guardou a chance de fazer algo;
Ele parou no tempo
Enquanto o tempo do mundo se
renova
Todos os dias.
O sofá ficava ali sempre a sua
espera;
Nem podia sequer reclamar
De alguma coisa,
Não lutou não sonhou não
idealizou;
O sistema tomou conta da sua vida
E este homem se deixou
Acomodar-se pelo sistema;
As flores do seu quintal eram
O reflexo de si mesmo,
Uma beleza seca
Que morre lentamente
E quando vemos não existe mais
flor;
Não existe mais vida.
Passou a primavera
E o homem nem amou de verdade
Não sentiu o perfume da mulher,
Ou sequer sorriu para a sua
vitória;
No inverno não teve razões para
abraçar
E ser abraçado.
Era um homem negro
Largado
Desempregado
Um morto vivo em suas indefinições!
Clarisse
da Costa é poetisa em Biguaçu SC
Contato:
clarissedacosta81@gmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário