terça-feira, 1 de dezembro de 2020

O "MORTICÍNIO" DAS CATURRAS

 

O “MORTICÍNIO” DAS CATURRAS

Por Severino Moreira (Bagé, RS) 

Já dizia meu falecido vô Bira, que “qualquer querência é querência, depois que a gente se aquerencía”. E eu pra não lhe faltar com a verdade, tenho querências tantas que em qualquer lugar desse meu Rio Grande, onde boleio a perna, espalho as garras e me acomodo como se fosse dono, pois lugar que se encontra cara alegre e mate amargo pra lavar a poeira das estradas, é terra de gaúcho.

Por outro lado, não existem raízes mais fortes e nem mais profundas do que aquelas que nos prendem ao rincão onde nascemos, por isso ande eu por onde andar, cruze os caminhos que cruzar, de quando em vez me pego troteando no rumo de Santaninha, nem que seja pra ver mais uma tropa flagelada, mais um caponete que virou cinza, ou mais um rancho que virou tapera, nesse pago já tão solito, tão atirado à própria sorte.

Pois, foi na última vez que voltei à querência mãe, que ao passar em frente a tapera do tio Dorivaldo Teixeira, de longe avistei toda imponente, florida como sempre e pontilhada de ninhos de caturritas, aquela *paineira velha, que pelo que parece só ela resistia ao tempo, pois até o rancho principiava a rachar as paredes e o galpão velho já tinha inclinado a parte da frente, que nem o gado quando ajoelha p´ra se deitar e remoer o pasto abocanhado durante o dia.

Pensando bem, nessas minhas andanças por esse Rio Grande de Deus e de todos os gaúchos, não lembro de ter visto muitas paineiras, até pra não lhe faltar com a verdade, de Bagé até Santaninha não lembro de ter visto outra, além daquela que estava ali vendendo saúde e debulhando flores por cima do pasto, me fazendo lembrar desse causo, que de tão antigo eu quase arremato esses mal escritos, passando por cima, como se nada tivesse pra ser lembrado.

- Vamos então ao bendito causo.

Era uma tarde veraneira, o sol já baixinho e o tio “Valdo” e meu primo Valdir caprichavam a pontaria, com uma espingarda velha lustrosa de azeite, num bando de caturritas que se cruzavam fazendo um rebuliço medonho, por entre o mundaréu de ninhos que se emaranhavam desd’as primeiras forquilhas, logo acima do tronco até as guias da paineira.

A espingarda velha já estava com o cano quente, pois a cada tiro, trocava o atirador, o cartucho e dê-lhe chumbo de novo e as caturritas, de tão acostumadas estavam com os estampidos, já nem voavam e desse jeito as pobrezinhas iam despencando aos lotes lá de riba.

Lembro que meu tio atirava nas “cocótas”, que pousavam nos galhos da direita da paineira e meu primo nas que pousavam nos galhos da esquerda e devia ter por certo melhor vista, pois a cada tiro desabava de meia dúzia pra mais, direto p´ro o chão e aquele lado já estava tão coalhado de caturritas, que por certo não cabia uma pata de cachorro sem pisar por cima dos bichinhos mortos. Sem contar as que se empilhavam, por cima.

O lado direito raleava um pouco, mas dava pra encher três ou quatro sacos, não digo até transbordar, mas até onde desse pra atar a boca, por certo enchia.

Eu, na época era guri de sete pra oito anos, e estava uma sarna pra botar as mãos naquela espingarda e fazer um escarcéu naquele bando de bichos barulhentos, parecia “cousa” fácil. Se eles não erravam um tiro, não seria eu que ia errar, não ia mesmo, nem que piscasse os “zóio” na hora de atirar, nem que tremesse o braço, nem que não tivesse pontaria.

Nem cego errava, de tanta caturrita que tinha.

Acontece que arma não é coisa pra guri e por mais que eu “purganteasse”, não havia jeito de me deixarem dar um tiro. Um que fosse já me deixava satisfeito, pelo menos um pra sentir o gosto.

Até que pelas tantas insistências... E outras tantas negativas. “Mais contrariado que burro comendo urtiga”, o meu tio foi lá dentro, pegou uma espingarda de dois canos, que tinha sido do falecido Feliciano Teixeira, “seu pai” e, que a mais de vinte anos ficava pendurada bem na entrada da sala, num cabide, feito com um dente de porco, mais pra enfeite e ninho de marinbondo do que pra qualquer outra coisa e carregando essa arma, com dois cartuchos só de pólvora, me largou nas mãos pedindo por amor de Deus que parasse de“ Purgantear”.

Era a realização do meu sonho, uma espingarda “a meu ver carregada”, colocada em minhas mãos e um bando de caturritas esvoaçando na frente.

Já sentia a glória do meu primeiro tiro, o penaredo verde voando e a revoada das que sobrassem. Isso se sobrasse alguma.

Ia ser um tiro de respeito, ou melhor, dois acolherados  em um só.

Calcei o joelho esquerdo no chão e a coronha carunchada, no ombro direito, alinhando a “cuiera” de canos da arma no rumo do bicharedo, pois a alça de mira há muito a ferrugem tinha comido.

Não foi sem forcejar, que com dois dedos de cada mão, puxei os dois “pinguéis” já p´ra lá de encravados, pelo tempo sem uso, cheguei até a pensar que não detonariam os cartuchos e, talvez, por isso não estivesse com a arma bem firme, “pois” quando disparou, levei um coice tão “brabo” no peito, que me largou tastaveando pra trás, até me esparramar por cima da tia Noêmia que remendava uma bombacha ali perto, derrubando a coitada com cadeira e tudo por cima de meia dúzia de cusquinhos, que antes mamavam numa cadela baia.

Digo antes do tiro, pois depois disso a cadela não foi mais vista.

Na paineira, se abriu um clarão, que acredito entre folhas, flores e gravetos dos ninhos, devo ter derrubado uma “meia arroba”.

Matei setenta e seis carurritas, isso porque se eu disser que foram setenta e sete, periga até me chamarem de mentiroso.

Quando consegui levantar, ainda meio azoado das idéias, perna bamba e fedendo a pólvora queimada, vi que meu tio ainda estava no mesmo lugar, com a boca escancarada e os olhos cravados no clarão que ficou na paineira, sem entender como um tiro sem um grão de chumbo pra contar, tinha feito tamanho estrago.

Recolhi a espingarda que havia saltado a meia dúzia de passos e lhe digo. O par de canos tinha ficado que nem ralador de laranja de tanto buraco que apareceu e na coronha, ainda, saía uma fumacínha branca, pelos buraquinhos dos “carunchos”, de onde apesar de meio surdo, eu vi os “carunchinhos” saírem tossindo, e oscos de fumaça...

E as caturritas que matei, coitadinhas, ficaram crivadinhas com as lascas da ferrugem que tinha se acumulado nos canos da arma.

Esse é um dos pecados que até, hoje, tenho remorsos. E por certo, morro de velho e não boto em dia, essa pendência com o Patrão Velho.

 

 

 

 

*A paineira, citada nesse causo é, certamente, uma das poucas que existem pelo menos neste lado do Rio Grande do Sul e tem uma história muito interessante, pois foram trazidas duas mudinhas de paineira de Cachoeira do Sul no ano de 1933, por José Francisco Teixeira, mais conhecido por “Nenezinho” (irmão mais novo de Dorivaldo Teixeira), que retornava aos pagos, após cumprir o serviço militar.

A outra muda, plantada ao lado do rancho de seu pai Feliciano Teixeira, infelizmente não vingou.

Como o leitor pode ver essa árvore, hoje, tem quase 80 anos, e é uma das poucas coisas que restam onde um dia foi o referido rancho, ao qual ainda restam pedaços de parede caída, a beira da estrada entre Minas do Camaquã e Santana da Boa Vista, quase em frente ao “Cerro da Ronda.” Esse trecho é talvez a única parte verdadeira deste causo, além do local e os personagens.

 

 

 

TRIBUTO A MARADONA

 

(Gustavo Dourado, escritor, poeta, presidente da Academia de Letras de Taguatinga - ALT, DF)



DOMESTICAR


Por Pedro Du Bois (Balneário Camboriú, SC)

 

SOBRE CONSTRUÇÕES



Por Pedro Du Bois (Balneário Camboriú, SC)


Construo minha casa com a argamassa

dos dias cinzentos e coloridos. Inicio

pelo detalhe de viver e ter a certeza

da necessidade da construção.

 

Cerco o terreno em flores e crio

frutos proibidos: minha alimentação 

enquanto a obra avança ao teto.

Obro portas e janelas oxigenadas

ao interior dos ranços trazidos.

 

Refaço os móveis na quantidade 

dos dias em que morarei na casa

acerto na macieza do assento a saliência 

do colchão e na tepidez da pedra o correr

da água na escuridão do quarto.

 

Completo a mudança

e me retiro: toda casa prende

os corpos em martírio.

CONDUZ-ME

Por Fabiane Braga Lima (Rio Claro,SP)

Percorri mundos diversos que me levaram a você, sua respiração ofegante conduz-me. Entrego-me, sem medo, o seu corpo me aquece com ternura, levando-me a luxúria, momentos intensos.

Perco-me toda nessa vastidão de sentimentos, sinto seus gemidos, fico trêmula, entrego-me aos prazeres libidinosos molhados entre o gozo sagrado, pecaminoso dos nossos corpos.

 Peço mais, quero sentir o gosto de seus beijos, de sua língua percorrendo cada curva do meu corpo, degustando, trançando labirintos maliciosos.

 Perco-me toda no calor do seu corpo que me aquece, mexe com meus hormônios, excita-me. Rendo-me toda a você! Despiu minha alma, de um jeito oculto tomou meu corpo com gestos obscenos, pecaminosos saciou meu corpo.

De um jeito rude me levou a loucura, atiçou meus instintos carnais! Rendo-me, hoje sou sua, meu corpo lhe deseja, minha alma lhe busca...! Meu corpo tem sede do seu!

Contato: bragalimafabiane@gmail.com

 

RENDO-ME

Por Fabiane Braga Lima (Rio Claro, SP) 

Hoje amanheci com saudade de você, cheia de tesão, eu sei que muitos vão me criticar, pode ser inveja, sinceramente, não importo-me. Lembrei de você na madrugada, do seu corpo excitado, seu jeito doce, tão gostoso, senti saudade do seu ciúmes, seu modo rude de me ganhar!

Foram tantas, madrugadas, ainda estou aqui toda excitada, louca de vontade de beijá-lo e entregar-me ao pecado. Ainda mordo meus lábios, pensando em você, lembrando do modo em que me tomava, apalpando meu corpo, eu gritava, era exagero.

 Fico pensando: — Como queria você ao meu lado, beijando meu corpo encalorado, como sempre fez!

Rendo-me, vem toma-me em seus braços, só de pensar fico excitada, querendo seus beijos, toda molhada, serva desse desejo, sou apaixonada...!

 

 

 

AMOR INSANO

Por Fabiane Braga Lima (Rio Claro, SP) 

Que amor é esse que invadiu minha mente, insano, confundiu meus sentimentos. Esqueça, todos os versos que lhe fiz com dedicação, jamais foram feitos para você, nunca tiveram endereço.

Tudo em você e me perturba, não sou serva da sua demência do seu egoísmo. Não quero a escuridão me rodeando, preciso cuidar da minha alma, apague os versos que me escreveu. Anjo!

Apenas a escuridão que assombrou minha vida quis despir minha alma, invadir meu corpo... Mas ganhou desprezo, infelizmente, ninguém despi minha alma!

 

 

INSANOS SÃO OS MEUS PENSAMENTOS!

Por Fabiane Braga Lima (Rio Claro, SP)

Quero tê-lo envolvido em meu corpo, sentir o gosto dos seus beijos, calar esse grito eufórico por dentro! Se é loucura, não sei, mas se for, vou me entregar por inteira, sentindo seu corpo sedento de desejo, gemendo noites afora, aforando o meu libido com intenso prazer.

            Quero sentir seu corpo encalorado, surtar insaciado, entre lençóis molhados, quero intensamente com gozar junto a você. Com luxuria sacie meu incontrolável instinto, domina, supra-me com gestos obscenos, é tudo que meu corpo precisa, necessita!

Então, venha! Toma-me todo em seus braços, sinto-me extasiada, toda úmida de tesão. Não pare! Acorrenta-me junto a você me fazendo estremecer. Devore-me toda até amanhecer, quero estar presa como fera no cio, sentindo seu cheiro!

Venha logo, cá estou esperando! Chegue agora com vontade, penetre forte em meu copo, quero muitos orgasmos! Quero lhe ver louco e completamente excitado!

Meu corpo se rende! Prenda-me, sou toda sua, se é pecado, não sei, mas quero padecer nessa insana loucura de lhe querer...!  Mata-me de prazer

Contato: bragalimafabiane@gmail.com

DESPIU-ME

Por Fabiane Braga Lima (Rio Claro, SP)

Despiu-me sem juízo, desenhou sob meu corpo seus desejos mais ocultos, sua ânsia em querer se satisfazer! Saciou minha sede, envolvendo-me em seu corpo másculo, devorou meus sentidos, em desatino.

Prendeu-me no seu íntimo, me fez sentir a tortura mais extasiante, que inflamou minha carne devassa, em meio a gritos e gemidos.

Impregnou-me, com seu cheiro impuro, com seu fogo sagrado, curou feridas da minha alma, invadiu-me toda, sem pedir permissão, com sua essência me dominou.

Rendida, ensinou-me o verbo amar, e nos deliciamos, nos lascivos prazeres libidinosos, envolvidos sob às estranhas de nossa alma...!

Contato: bragalimafabiane@gmail.com

SINTA-ME

Por Fabiane Braga Lima (Rio Claro, SP) 

Sinta meu coração, minha respiração ofegante gritando seu nome, quanto mais tento, me acalma meu corpo se envolve junto ao seu, então me liberto, sinto-me dominada por sua essência.

Perco o sentido, invadi minha alma, meu corpo, fico sem controle, sou sua, quero sentir sua boca acariciando todo meu corpo, voraz, me faz gozar, entre gemidos e delírios que me levam a outros universos.

Sem medo, sinta minha mão lhe tocando, grite peça mais, quero ser a mulher que lhe deixe vasto de desejos profanos, sem limitação. Fico emaranhada, não sei se é loucura, mas me deixa excitada, meu corpo se fundi ao seu, sinto sua intensidade! Paixão ou loucura minha alma se acalma. Aquieto-me...!

Contato: bragalimafabiane@gmail.com

PEREGRINO

 

Por Samuel da Costa (Itajaí, SC)

Para Aristides Souza Maia

 

Na primavera dos povos

Foste tu a criar divinais asas

Nos pés

E flanar livremente

No tempo atemporal

E no espaço 

***

Em todas as primaveras

De todos os povos reprimidos

Foste tu a criar sibilinas

Asas nos pés

E voar infinitamente 

Nas impossíveis alturas

***

Na infindável primavera

De todos os povos sub-jugados

Foste tu a voejar heroicamente

Em uma jornada eviterna

Trans-oceânica

Até os confins do novo mundo

Para ouvir em êxtase

  O dulcíssimo bel canto

Magnificente da Iara amazônica


 

 

NADA FÁCIL

Por Clarisse da Costa (Biguaçu, SC)

Eu bem me lembro dos muitos risos na minha vida, alguns nem eram da minha espontaneidade. Quando eu os ouvia eu me sentia qualquer coisa menos gente.

Quando eu ganhei o meu primeiro diário me perguntaram com toda ironia do mundo o que eu iria escrever ali de tão secreto. Disseram para mim que eu nada tinha para contar. E a gente precisa de ter uma grande uma grande história de vida para escrever algo?

A mulher sofre oposição até dentro da família. É como se ela não pudesse existir ou for a mulher que ela se tornou. No meu caso é pior, pois sou mulher negra. Parece que a mulher negra tem que ser igual ao sistema, podre, frio e obediente. Mas eu nasci para obedecer ao sistema não democrático desse país e muito menos para seguir os padrões de beleza. 

Eu tenho a minha particularidade, uma beleza única.  A minha persistência me faz crer que posso ir além do que todos imaginaram. Hoje eu tenho uma história de perseverança pra contar. Porque para viver nesse mundo tão desigual é preciso perseverar. 

Depois que eu fiquei doente eu vi um novo mundo a minha volta. Também vi em mim outra mulher, porém vulnerável. Eu não era forte. Eu sentia que existiam em mim duas mulheres, uma queria desistir de tudo e ir morar na lua. Se é que isso é possível! Eu achava que lá, somente lá eu poderia ser quem eu sou. É inevitável, quando a sociedade lhe exclui do meio e as pessoas lhe julgam. Obviamente que eu me isolei. Não fazia diferença a minha presença para eles. Mas o incrível é que eu não deixei de sonhar de acreditar. 

Eu caí várias vezes, não foram rasteiras da vida, simplesmente as pernas não me obedeciam. Talvez no meu subconsciente eu não quisesse sair do lugar.

Eu jamais me senti incapaz, mas às vezes os olhares das pessoas me faziam me sentir diferente, excluída. 

O que é inclusão se a sociedade lhe exclui por ser negra ou ter alguma deficiência física? 

Eu perdi o ano escolar preste a ir para o terceiro ano do ensino médio. A escola sequer me deu alternativas para estudar. A partir disto me senti excluída e vi o valor de uma pessoa quando fica doente. De repente eu era nada e sem liberdade para querer mais da vida.

Então através das poesias eu construí as minhas asas, com as poesias me sinto livre. Claro que, sem fugir da realidade, completamente com os pés no chão como o meu amigo escritor me ensinou. 

Quando eu perdi quem eu mais amava parecia que eu tinha perdido tudo. Cheguei a me sentir perdida sem ter para onde ir e o que fazer. Eu tinha um sonho e zero oportunidade. 

Eu sequer tinha planejado a minha vida sem ela. Eu falo de minha mãe. Após sua partida parei pra pensar em tudo que vivi ao longo dos meus 35 anos de vida. 

Comecei a entender sobre o racismo que vivi já na infância, os olhares para cima de mim e os questionamentos depois que comecei a usar andador. 

A partir daí encontrei em mim outra mulher outra escritora.  Forte e crente na minha capacidade.  Decidi olhar pra mim pra vida. A sociedade não me incluiu. Eu me incluí no mundo. 

Eu entrei no supermercado, ali eu não era mais uma pessoa à fazer compras. Parecia que eu era um ser de outro planeta, tamanho os olhares sobre mim. Mas eu segui em frente com a cestinha na mão e fui até o caixa pagar. Cheguei em casa com a satisfação de que eu tinha vencido mais um obstáculo. Até o meu pai ficou surpreso.

Mas o melhor da minha história foi quando entendi que a minha mãe não queria me ver triste. A noite ela sentou-se na beirada da cama e me disse: "Calma, eu estou aqui!" Então comecei a lutar com toda força em busca do meu sonho.

Claro que não foi fácil, a vida nos surpreende o tempo todo. E nós como humanos temos os nossos atos falhos. Não temos o controle de tudo. E essa vida me apresentou o escritor Samuel da Costa e este me deu o caminho das pedras. Ele me incluiu no mundo literário. 

O caminho é fácil? Não. Nem o ser humano é. A inclusão existe para todos? Não. Mas é preciso lutar. Existir para algum propósito que lhe faça a diferença.