domingo, 1 de agosto de 2021

O VINHO E OS LÁBIOS

Por Artton Rodrigues (Natal, RN)

                                                                                  

‘Não se faz mais, verão nem se degusta, mas vinho em os teus lábios hoje apenas sussurou-si! Em si os cincos, sentidos que o vinho fez ser sentindo aos teus lábios, ao serem tocados ardentemente foi inserido o poder do “ser” sentido no beijo molhado e surrado do lábios molhando de gotas de vinho tão velho já no passado que te fez renascer o sentindo; já a anos ou a décadas adormecidos tudo lhe retornou-lhe nas suas perdidas e esquecidas memórias olfativas e voltou-se a fazer-se todos os sentidos entre “o vinho e os lábios”.



CONVEXO E REVEXO

Por Artton Rodrigues (Natal, RN)

                                                                                       

‘Sinto você profundamente enraizado no meu abissal ser. Sou seu no avesso, no convexo e no revexo no gole que geriu mais, que também gestou todas as formas que transforma-as e transfiguras a condicional existência incondicional do convexo e do revexo, dentro daqueles inesquecíveis dias do existir em poucos instantes de prontidão aos teus pés, como sou um humilde servo dedicando ao abissal em forma pura ao esteio, em que possa sempre deslumbrá-lo; como ao toque delicado de um cristal abissal por dentro e por fora do exterior para o interior; com tamanha e grandeza admiração eterna ao toque precioso da preciosidade maior da luz do convexo e do revexo, toca-me como a pedra preciosa de um cristal abissal dentro do convexo cósmico “ser” e do revexo universo “sou” aos sermos um do outro, somos apenas um.

REFLEXO DE UM VERSO

  Por  Artton Rodrigues (Natal, RN)


Talvez a vida seja um reflexo

De uma brincadeira sentada na

Cadeira aplaudindo a velha

Beleza aposta a mesa de quando

Agente enfeita o universo no reflexo

Das luzes, de um verso nas chamas

Que acende a lareira da chaminé

Que compõem as chamas da evolução

Do reduto cósmico mundo entre

O “ser” essência e o “sou” resiliência.

 

 

 

FORÇAS ARMADAS (LIVRO INÉDITO DE VON STEISLOFF)

Por Paccelli José Maracci Zahler (Brasília, DF)

 

Mais uma vez Von Steisloff nos brinda com mais um livro de memórias. Um texto leve, com algumas pitadas de humor, inspiração e paixão, características de um apaixonado pelas Letras.

Na primeira página, faz-nos uma “Advertência”, citando a própria “Bíblia, em João 8:1-7”. Pensando com meus botões, fiquei um pouco intrigado e fui atrás da referência. Nela, disse o Mestre : “Aquele que dentre vós está sem pecado, que atire a primeira pedra”. Hum, então Von Steisloff vai confessar-se? Que nada! Von Steisloff vai contar-nos uma história cativante, vai fazer-nos viajar no tempo, na época em que serviu às Forças Armadas. Suas aventuras, suas paixões, suas impressões, enquanto servia no 16º Regimento de Infantaria, em Natal, RN.

Ao mesmo tempo, aproveitava para estudar, ir além do honroso sentimento de servir à defesa do País em uma época de agitação política, na qual o Senador Getúlio Vargas concorria à Presidência da República, e as Forças Armadas foram requisitadas pelo Tribunal Superior Eleitoral – TSE para garantirem a lisura das urnas.

Tive a honra de trabalhar com Von Steisloff no mesmo departamento no Ministério da Agricultura. Além das conversas técnicas, passávamos uma parte do tempo falando sobre Literatura. E afirmo, sem medo de errar, que muitas das histórias narradas neste livro, eu tive a oportunidade e o privilégio de ouvi-las do próprio autor nas nossas várias conversas.

Para minha felicidade, elas agora foram reunidas nesta obra.

Voltando à “Advertência”, estaria Von Steisloff tentando se redimir dos seus pecados tal e qual Santo Agostinho o fez ao escrever “Confissões”? Sinceramente, creio que não! A vida nos proporciona várias experiências, as quais nos levam a alguns desatinos dos quais nos arrependemos, mas servem como lições para o resto da vida. Ademais, quando as registramos em papel, seguindo a máxima latina “verba volant, scripta manent” (palavras faladas voam para longe, palavras escritas permanecem), as histórias são reprocessadas no coração e aqueles “pecados” podem não ser tão graves assim.  Nunca esqueço os versos de Fernando Pessoa: “o poeta é um fingidor, finge tão completamente, que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente”.

 

Paccelli José Maracci Zahler, é escritor, poeta, membro da Academia de Letras do Brasil, Seccional Distrito Federal (ALB/DF), da Academia de Letras de Teófilo Otoni – ALTO (correspondente); do Instituto Histórico e Geográfico do Mucuri (correspondente). É editor da Revista Cerrado Cultural (www.revistacerradocultural.blogspot.com).

 

A FORÇA DO ESCRITOR

Por Marcelo de Oliveira Souza, IWA (Salvador, BA)

 

Sem destino, perdido,

Pobre, desvalido.

Nunca olhado...

 

Muito menos, notado,

Preso em suas angústias

Em suas ideias...

 

Ele sonhava com tudo

Mas não possuía nada

Na força da palavra

Escrita,

Começou a se encontrar.

 

Escreveu, rimou

Cresceu, imaginou

Seu sonho sedimentou

Onde sua estrela começou brilhar.

 

Contou, uniu, se engajou

Casou com a rima

Rimou no casamento,

As palavras deram-lhe o pão.

 

Um sonho construído

Fez-se a emancipação

Agora, amado

Antes, armado

com a dor

Ganhou vida

Alegria e muito amor,

Tornando-se um verdadeiro

E s c r i t o r.

LUTA INGLÓRIA

 


Luta inglória.

Por Dias Campos (São Paulo, SP)

            Muitas foram as lendas que se formaram em torno da soberana Norma Culta. No tempo das monarquias absolutistas, por exemplo, corria à boca miúda que fora ela, e não o Rei Sol, quem primeiro proclamou a famosa frase L´état c’est moi; e isso quando o enxotava do seu quarto por não lhe agradar a noite de amor.

O fato, porém, é que seu poder e influência eram tão grandes que excederam os limites da Velha Terra, cruzaram o Atlântico, e desembarcaram em terras brasileiras.

E como encontrasse solo fértil, onde “em se plantando tudo dá”, pôs-se a cultivá-lo com esmero, seduzindo os intelectuais, entusiasmando os literatos, e cativando um seletíssimo público. – e viva o Parnasianismo!

Ocorre que sua ambição não tinha limites. Daí que sua vontade começou a chocar-se com a dos súditos que aqui viviam, chamados Regionalismos, posto que não aceitassem ver suas tradições profanadas.

Ora, como fosse uma déspota não esclarecida, pouco ou nenhuma importância dava às suas reivindicações. E tratou de ordenar o encarceramento dos insubmissos.

Não demorou muito, portanto, para que a insurreição eclodisse!

De primeiro, quatro foram os focos de resistência. No Sul, os orgulhosos Bah Tchê, cuja participação de sua cavalaria na quarta expedição a Canudos marcaria o início da queda do Conselheiro; no Sudeste, os insubmissos Orra Meu, que a história mostraria não ter sido vã a morte de quatro de seus estudantes (M.M.D.C.), e os come-quietos Uai, que um dia teriam o privilégio de ver no filho mais dileto de Diamantina a personificação do progresso; e no Nordeste, os sossegados Oxente, que se por um lado eram admirados pela elaboração da iguaria acarajé, por outro, seriam temidos, pois saberiam usar da peixeira quando o sangue lhes subisse à cabeça.

E se é verdade que as investidas da realeza produziam muitas vítimas, não menos exata é a afirmação de que as incursões dos insurretos acarretavam perdas consideráveis.

Só que à medida que a opressão recrudescia, e alastrava-se, outros Regionalismos começaram a interessar-se pela revolta. E ao cabo de alguns meses, todo o Brasil uniu-se em torno de uma mesma bandeira – era preciso derrubar o reinado de Norma Culta.

Depois de perder praças cruciais, e temendo por sua vida, a monarca achou prudente recuar; pelo menos até que conseguisse reagrupar suas tropas.

Em um esforço desesperado, dois de seus ministros, o barão Gongorismo e o conde Quevedismo, mandaram publicar, nos principais jornais do país, manchetes conclamando os eruditos a que defendessem Norma Culta.

Apenas Olavo Bilac respondeu ao chamado. E ofereceu às partes em contenda a Última flor do Lácio, inculta e bela, com que homenageou a língua portuguesa, considerando-a a última das filhas do latim.

Houve um verdadeiro alvoroço! menos pela sublimidade do soneto do que pela compreensão quanto aos adjetivos finais. – o que não deixava claro se o poeta tomara ou não algum partido.

Daí que Sua Majestade sentiu-se profundamente ultrajada, visto que se achava bela, sabia-se a culta.

Já os Regionalismos deliciaram-se, pois mesmo que a beleza da rainha tivesse sido enaltecida, o Príncipe dos Poetas Brasileiros atrevia-se a chamá-la de ignorante.

E como a celeuma permanecesse, alternativa não teve Olavo Bilac senão a de explicar o que pretendera.

Começou dizendo que a palavra “inculta” referia-se ao latim vulgar, ao falado pelos soldados, pelos camponeses, pelo povo em geral. Diferia, portanto, do latim clássico, o empregado pelas classes mais esclarecidas.

No entanto, fosse utilizada por estas, fosse dita por aqueles, o que importava, em verdade, era que a língua portuguesa continuava a ser bela!

E terminava perguntado quem aproveitaria uma guerra se a parte mais prejudicada seria sempre a Flor do Lácio?

Como caíssem em si, firmaram um armistício.

E desde aquela época, Regionalismos e Norma Culta convivem em harmonia, contribuindo, cada um à sua maneira, para que a nossa Flor torne-se cada dia mais viçosa.

SUBSTRATOS POÉTICOS EM DISPERSÃO

Por Fabiane Braga Lima (Rio Claro, SP) e Samuel da Costa (Itajaí, SC)

                                                                        Atlântida

 

Ainda te sinto aqui,

 Bem perto de mim...

Você me faz perder os sentidos.

***

Sou o eu inexato contiguo a ti

Nas tuas nevoentas quimeras

Mais profanas

Mais cândidas e mais ardentes

***

Deixa-me louca de desejo,

Meu corpo fica úmido

A cada minuto pensando em você

Lembro-me do seu cheiro,

Impregnado em mim

***

Fico eu flanando introspectivo

A circunavegar em ti

No êxtase absoluto 

Ninfeia alva 

***

Do teu corpo nu deslizando sobre o meu.

Lembro-me dos teus braços fortes me encostando

Contra a parede e me beijando com ardor,

Mordendo cada parte do meu corpo.

***

Como te quero junto mim

Absoluta

Magnificente

Completamente entregue

***

Como queria estar com você,

Sentar no teu colo toda nua, te fazer gemer,

Descontrolada te levar ao paraíso.

***

Como te quero junto mim

O nós dois enclausurados

Para todo o sempre

Nos nossos paraísos artificiais 

***

Lembrar de você, me deixando excitada,

Fico atiçada, molhada, perco o juízo.

Fico faminta desejando e clamando por você.

(Fabiane Braga Lima e Samuel da Costa)

 

 

Das nossas eviternas verdades inauditas

 

Fiz deste amor minha eterna verdade

Reciprocidade, te amo sem vaidades

Sem cobranças entreguei o meu coração

Com emoção, ainda te sinto, suspiro....

***

Sinto o leve flanar das sibilinas asas tua

Aqui aonde estou

Em perpétuo movimento

Em meia as brumas  

***

Tudo fica colorido, minha pela arde

Intensa é a minha paz, me aconchega

Contigo consigo sorrir, ir muito além

Na minha verve vive, quebra os cinzas.

***

São os etéreos versos teus

Suspensos no ar

Ninfeia alva

Que leio e releio

Em total êxtase profundo

***

Decifrar o que sinto, seria impossível

És brando, me felicita, eterna primícia

Transbordo de amor, me revigora….

***

Decifro-te na infunde

Do teu ser mais-que-perfeito 

Amo-te na complexidade

Pós-contemporânea 

De tu magnificente poetisa

   eternamente suspensa no ar 

***

Fique comigo, mesmo distante, te quero

Deixe teu coração, aqui, sem explicação

Em versos resumes, meus anseios

E o meu amor!.....

(Fabiane Braga Lima e Samuel da Costa)

 


Talzes/Maybe

Ousamos ser o que

Queremos ser

Em belas-letras mortas

 E em belas-artes plásticas

Samuel da Costa

 

Poetisa irrequieta e adorada 

Talvez deveríamos trocar correspondências

Não as de hoje em dia

Inodoras, insipidas

E lacônicas

E sim as velhas correspondências

Lânguidas e lentas

Compostas à meia luz

De candeeiros e lamparinas

Ou mesmo ditadas pelo matraquear

Da mecanografia

Ou molhada no pico da pena

E finalizada no mata-borrão

***

Talvez deveríamos trocar

Correspondências

Não as de hoje em dia

Pois seriam mesmo velhas

Então, vamos simplificar

Este texto

Que tal!?

Palavras onde ninguém

Mais ninguém

Precisasse consultar o dicionário

***

Sim concordo

Mas sou apegada

Em belas-letras mortas

Ao som inaudível

De noturnas sinfonias lânguida e lenta

Arrastada

Sim, vamos trocar impressões

Em paraísos artificiais

Na distância mais que segura

***

Ditadas com amor

Ou desamores

Como gênios da literatura

Onde o clássico nunca morre

Que tal!?

O movimento simbolista

E esquecer o nosso falso

Surreal

***

Doravante sejamos

Nós duas mulheres livres

Doravante ousamos brilhar

O brilho fulgido dos astros mortos

***

Sim, seria o certo

Não o duvidoso

Mas o natural...!

(Fabiane Braga Lima e Clarisse Cristal)

 

Flamejante (o ritmo atemporal da inexata clepsidra)

 

Cobiço o teu corpo,

                                                   Meu poema indiscreto,                           

Desculpe a minha ousadia!

***

Dos teus secretos desejos

Bem gradados

Deixaram inefáveis sabores

No celeste no estribilho teu

***

Quero-te sem censuras,

Quero-te todo e somente meu,

Ao beijar tua boca faminta,

Fico eu desejosa,

***

Dos teus milenares segredos

Outrora enclausurados

Na sacrossanta turris ebúrnea

Eu guardo comigo

As tuas dulcíssimas confissões 

Sopradas ao ouvido meu

***

Deslizo sobre a tua pele,

De ébano

 Irradia o teu negro olhar

Flamejante e atrevido,

 Enlouquece-me,

Faz-me querer amar-te todos os dias…!

***

Que os ventos solares levem

Todos os nossos segredos lascivos

Bem guardados ao ritmo atemporal

Da inexata clepsidra

Que resplandeçam

Entre os astros-mortos

Para além do tempo atemporal

E do cosmo infinito

(Fabiane Braga Lima e Samuel da Costa)

 

Com ousadia, venha provar do meu negro vinho!

 

Tenho lembranças de um tempo

Que por mais que me esforce

Não se desfaz,

Minha mente fica inquieta,

Meu trêmulo tesão.

***

Tenho saudades de um tempo

Que nunca passou

Tenho doces lembranças atemporais 

Que nunca ocorreram

***

Tenho lembranças inesquecíveis,

Pois sou mulher

E me permito lembrar.

***

Sou o teu sintéctico aedo

Perdido na apoplética

 Pós-modernidade fluída reinante 

***

Lembro dos nossos corpos entrelaçados

Como enamorados,

Fazendo amor sem nos tocar.

***

Eu me lembro dos nossos secretos

 Encontros fugidios

Dos nossos corpos-incorpóreos nus  

Irmanadas na nossa turris ebúrnea

***

Com ousadia lembro do vinho derramado

Em nossos corpos, desejosos,

Degustando nosso cheiro por telepatia.

 As tuas carícias, os teus toques

Deixaram-me a vontade e impregna de ti.

***

Eu te ofereço sidéreas negras flores

E um celeste ramalhete

De ancestrais rosas álgidas

***

Deixa-me sem razão.

Preciso ouvir os teus gemidos

Nas madrugadas adentro,

Implorando mais e mais.

Rasga-me por dentro com seu sexo rígido,

Acalma a minha alma indomada, se envolva com meu corpo,

 Aperte-me sobre o teu,

Passeando com sua língua lasciva molhada

***

Eu só posso te ofertar

Doces lembranças vagas

Difusas e irreais 

***

Excita-me e sussurre baixinho que ama!

Apetece o meu corpo nu, devasso,

Molhada eu sou toda desejo,

 Venha me babujar com o negro vinho,

De Baco e Dionísio

 Embriaga-se de mim….!

(Fabiane Braga Lima e Samuel da Costa)

 

Fabiane Braga Lima é poetisa em Rio Claro, SP.

Contato: bragalimafabiane@gmail.com

Samuel da Costa é poeta em Itajaí, SC.

Contato: samueldeitajai@yahoo.com.br

 

DUETOS POÉTICOS

 Por Fabiane Braga Lima (Rio Claro, SP) e Samuel da Costa (Itajaí, SP)

____________Infinitudes__________

 

Busco tantas palavras pra lhe escrever!!!

Será que percebeu!?

Fiz vastidões de versos

Só p’ra você

Infinito amor que carrego na alma

***

Destes nossos infindos multi-versos

Imaginativos

Tomo-te nos etéreos braços meus

Amo-te divinal mussulinosa poetisa

Como quem vai contemplar 

As eviternas estrelas da noite

***

E todo este amor me acalma

Revigora-me

Desnuda-me em sepulcral silêncio

***

Amo-te

Em puro desespero

Como que ama perdidamente 

A mais bela da prima donna

Que brilha nas luzes

Da ribalta

***

No oculto invadi e me toma

Deixe-me ser sua, seja meu o homem!!!

Deixe-me ver se existem carícias

No teu olhar, se as tuas intenções

São puras

Se existe reciprocidade!!!

Mas, meu amor, escuta-me:

Se for vaidade tua, eu quero a verdade

Pois, te amo nesta realidade fluida

(Fabiane Braga Lima e Samuel da Costa) 

 

Inevitável o meu te querer

 

Hoje o silêncio árduo, me invadiu

Não pude me conter

E te busquei

Busquei o teu cheiro que me impregna

Meu corpo atroz que rasga em fúria

Fugaz delírio, domina, me entrego a ti.

***

Que o gélido frescor da negra noite

Nos abraçasse por completo

Que o lascivo silêncio noturno

Nos envolva à meia luz

***

Cativas-me, com o teu incógnito olhar

Inevitável não querer me doar e te tocar

Sentir as minhas mãos fugazes

A te desvendar

Leva-me a loucura, me alucina…

***

Quero sentir as tuas mãos famintas

A percorrer com ferocidade

O meu corpo incorpóreo

A desvendar

O meu labiríntico ser infindo  

***

Prove meu corpo despido e exposto

Faça-me tua devassidão,

A tua serva submissa

Toque em meu corpo, suga-me.

***

Não te quero submissa e abstrata

Quero-te por inteiro

Quero-te voraz

Quero-te absoluta e vívida 

***

Rendo-me, de mãos atadas

Acaricie-me agora amor meu

Como meu homem me apalpe toda

Deleite-me em teu corpo

E me desfrute à meia luz…!

***

Inevitável

É o meu te querer

Inevitável é o meu te querer

Por inteiro

(Fabiane Braga Lima e Samuel da Costa)

 

O esplendor celestial

 

No inverno da minha vida

 És tu que eu procuro e peço

Apetece meu corpo frio e m’aquece

Desnuda-me no teu íntimo

E sem pressa alguma

Leva-me no teu olhar, não esmoreço...

***

Adentramos cândidos nubentes

 Na câmara ardente

Celebramos o hialino amor celestial

Com todas as divinais bençãos

De todos os deuses e deusas  

***

Mas não posso mais viver aqui te esperando

Tenho receio de oscilar

E sempre ficar sozinha

Nosso amor é a esperança, um brilho brando

Finda toda a espera, sem o amor cessar.

***

Não te faço esperar mais

Prima donna minha

Dá-me a tua abstrata mão

E trespassemos juntos 

O gélido rio de límpidas águas

Tranquilas

***

Continuará m’envolvendo sem abismos

Hei d’olhar nos teus olhos, sem fanatismos

Renascerá o mais puro

E verdadeiro amor

***

Contíguo a ti

Sagro o mais puro e sacrossanto amor

Em desalinho

Com o tempo presente

Contíguo a ti eu ouso ser eu mesmo

E mais ninguém 

***

Entenda-me não te quero

Enclausurado num calabouço

Quero-te liberto

 A desfrutarmos no alvor

No nosso belo crepúsculo

Vamos viver, luzindo, exorcizando os medos...!

(Fabiane Braga Lima e Samuel da Costa)

 

_______Aflorar (Em sidéreas paixões)_______

 

O escrever é sobretudo o transcender

Para o além do infinito!

É fugir dos óbvios que a realidade

Nos impõe no dia-a-dia

E é não conhecer e ter limites algum!

Adérito Muteia

 

 

Tudo que me encoraja

A te amar perdidamente

São os sutis laços invisíveis

 Que nos uni em universo

Teu aroma que me envolve

Silêncios os sábios que me faz

Sentir teus beijos

***

Sinto os ufanos sabores

Toque celeste

Dos eufônicos lábios

Que juntos aos meus

No nosso perdido Éden 

***

No entrelaçar dos nossos corpos

Olhando para o céu luar

Cessa minha fúria

Sinto-me somente tua

Acalma-me a minha alma

Quiçá pudesse ouvir o meu coração

Entender todo este pulsar

***

Vejo-te na aurora rubra

Vejo-te como uma Super-nova

Vejo-te como uma Quasar

Vejo-te como uma Pulsar

Que irradia um brilho rara

Para muito o além dos astros-mortos

***

Revigora-me

Como eu queria!!!

Que pegasse em minha mão

Sentisse minha mão suar

***

Como eu queria benfazejo

Ter-te ao lado meu

E me perder extasiado

Nos místicos labirintos

Dos milenares mistérios teus

***

Embriagada

Sinta o calor dos nossos corpos

Envolve-me agora enamorado meu

***

Eu sinto o calor ardente

Dos nossos corpos incorpóreos

Suspensos no ar

***

Toda saliva dos teus lábios

Leva-me à tentação

Sem razão, me ouça em fantasia

Em frenesi

***

Babujar-te-ei à meia luz

Amar-te-ei na perdida noite 

No nevoento e mítico quarto teu

***

Venha comigo

Deixe te levar a perdição

Minha insana tentação

Minha louca de paixão

(Fabiane Braga Lima e Samuel da Costa)

 

Fabiane Braga Lima é poetisa em Rio claro S.P

Contato: bragalimafabiane@gmail.com

Samuel da Costa é poeta em Itajaí SC

Contato: samueldeitajai@yahoo.com.br