Por Fabiane Braga Lima (Rio Claro, SP) e Samuel da Costa (Itajaí, SC)
Maiêutica poética (liberta-me de mim)
Hoje, olhei no espelho
E não me reconheci
Minha face resplandecia felicidade
Parecia rosada
Há tempos, não me enxergava assim...
Senti o doce no meu paladar,
Não senti mais a podridão.
***
Vem aqui
Sacrossanta ebúrnea poetisa
Senta-te ao lado meu
A beira do nosso mítico regato
E me fala tranquilamente
O que tu sentes agora
***
Seria mentira dizer que me sinto bem
Há fragmentos na alma que me machucam
Tenho calma, com o tempo vou removê-los
Tempo, é o que preciso p’ra recomeçar.
***
Reconheço-te arcangélica
E dulcíssima e tão tranquila
E cheia de paz a beira
De um límpido rio claro
***
Hoje reconheço, foi preciso, morrer um dia por vez…
Enxuguei as minhas doloridas lágrimas
E renasci novamente.
Não nego, ainda machucada e eu sangro…
***
Não chores assim
Liberta-te de todas
As tuas seculares dores
***
Hoje sou uma nova mulher liberta.
Liberta de ilusão do cárcere da morte
Precisei morrer p’ra viver, e recomeçar...!
(Fabiane Braga Lima e Samuel da Costa)
Encarcerados ( in a perpetual dreams)
Escrevo, mas não p’ra satisfazer meu ego
Estudo almas, então escrevo p’ra aliviar
Carrego em minh’alma dores e gemidos
Gritos eloquentes, vozes que não se calam.
***
Eu em descompasso
Com o tempo presente
Componho para mim
E para os outros
Negras linhas
Em páginas em branco
***
Há quem pense que enlouqueci, mas não
Cansa-me todo este fardo no qual carrego
Madrugadas são amenas, a lua me acalma
Descarrego todo grito contido por dentro.
***
Prima-dona das belas-letras
Eu componho a minha verve
Na tela que é vívida
No corpo incorpóreo nu
Postado no além dos astros mortos
Minha ebúrnea maestrina imortal
Poetisa que repousa
Absoluta em um rio claro
De límpidas águas tranquilas
***
Escrevo fugaz, poemas de amor e paixões
Pode ser o inconsciente, ou apenas sonhos
Mas preciso gritar em versos! Descarregar!
***
Compunha livres versos
Atemporais, bela-donna minha
Que os cósmicos ventos solares
Espraiem ad aeternum
Os teus ardentes estribilhos
***
Doí a carne, atravesso os mundos paralelos
Fortifico-me, clamo pelos encarcerados
Ajoelho, oro, e dou voz a estranha insanidade.
(Fabiane Braga Lima e Samuel da Costa)
Tecituras astrais (réquiem aeternam)
Na solidão da noite, nada nos restou
Somente este mistério instigante
Amarra-me ao teu corpo despido
Hoje sou a vítima da tua eloquência
Sombrio! Tu apeteces das minhas nudes...
***
Alva! Do que realmente me apetece
Na negra nebulosa noite sem fim
O que acomete abissalmente
É ter a voraz fome
E a insaciável sede de ti
Dos divinais celestes
Toques teus
A beira do álgido abismo alvaresiano
***
Conduz-me aos mistérios complexos
Leva-me a heresia, acalma o meu sexo
Já não existe palidez no meu corpo
Nem dor que afligia meu coração...
***
Alva! Se se entregue por complexo
E somente para mim
E mais ninguém
Alva! Ousamos nos amar
Antes que o mundo acabe
***
A tua sedenta língua passei
Pelo meu corpo celeste infindo.
Como serpente pecaminosa que sou.
O teu fruto proibido
Na solidão da noite, insana,
Sou somente tua
***
Alva! Quero a tua boca faminta
A explorar o labiríntico
Corpo incorpóreo meu
***
Beije com audácia, suga meus seios
Com prazer. Hoje, espero, me aqueça
Faça-me refém dos teus delírios…..!
(Fabiane Braga Lima e Samuel da Costa)
Nós dois (entre complexos atos e entre
sibilinos gestos)
Ninguém sabia, mas havia muito tempo
Em que a garota não sonhava em vão
Ela se refez não vivia mais de lamentos
Removeu todos os nanos-estilhaços
Do seu coração.
***
Dos nossos notívagos estribilhos
Dos nossos nevoentas estros
Saudamos com um evoé
Os nossos novos eu’s
Mais puros e mais conscientes
***
Do meu jeito, esperançosa
E me reinventava
Em cada gesto mais complexo
Em cada ato mais simples
Nunca procurei um amor,
Eu soube esperar
Era calada, tímida, vejam só! Me superei....
Aparentava ser sombria, não era alegria.
***
Renova-te em cada sibilino gesto
Em cada abstrato estro
E vem hialina nubente
Ao encontro meu
Tão pura... Tão bela
Tão minha
***
Lembro-me, do teu coração que transbordava
De tantos sentimentos bons
De tanto amor puro, sua única sina era lutar...
Mas ela nunca desistiu, sempre atrevida.
***
És tu, a minha divinal poetisa
A minha ebúrnea prima-donna
Mais-que-perfeita
Flanando entre as eviternas
Estrelas da noite
***
Hoje, adulta e mais consciente, eu sei viver.........
Jamais perdi a minha crença. Mas o destino,
Cessou a fábula, conheceu o grande amor...!
De menina mulher adulta
(Fabiane Braga Lima e Samuel da Costa)
Fabiane
Braga Lima é poetisa em Rio claro S.P
Contato:
bragalimafabiane@gmail.com
Samuel
da Costa é poeta em Itajaí SC
Contato:
samueldeitajai@yahoo.com.br
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