domingo, 1 de agosto de 2021

FORÇAS ARMADAS (LIVRO INÉDITO DE VON STEISLOFF)

Por Paccelli José Maracci Zahler (Brasília, DF)

 

Mais uma vez Von Steisloff nos brinda com mais um livro de memórias. Um texto leve, com algumas pitadas de humor, inspiração e paixão, características de um apaixonado pelas Letras.

Na primeira página, faz-nos uma “Advertência”, citando a própria “Bíblia, em João 8:1-7”. Pensando com meus botões, fiquei um pouco intrigado e fui atrás da referência. Nela, disse o Mestre : “Aquele que dentre vós está sem pecado, que atire a primeira pedra”. Hum, então Von Steisloff vai confessar-se? Que nada! Von Steisloff vai contar-nos uma história cativante, vai fazer-nos viajar no tempo, na época em que serviu às Forças Armadas. Suas aventuras, suas paixões, suas impressões, enquanto servia no 16º Regimento de Infantaria, em Natal, RN.

Ao mesmo tempo, aproveitava para estudar, ir além do honroso sentimento de servir à defesa do País em uma época de agitação política, na qual o Senador Getúlio Vargas concorria à Presidência da República, e as Forças Armadas foram requisitadas pelo Tribunal Superior Eleitoral – TSE para garantirem a lisura das urnas.

Tive a honra de trabalhar com Von Steisloff no mesmo departamento no Ministério da Agricultura. Além das conversas técnicas, passávamos uma parte do tempo falando sobre Literatura. E afirmo, sem medo de errar, que muitas das histórias narradas neste livro, eu tive a oportunidade e o privilégio de ouvi-las do próprio autor nas nossas várias conversas.

Para minha felicidade, elas agora foram reunidas nesta obra.

Voltando à “Advertência”, estaria Von Steisloff tentando se redimir dos seus pecados tal e qual Santo Agostinho o fez ao escrever “Confissões”? Sinceramente, creio que não! A vida nos proporciona várias experiências, as quais nos levam a alguns desatinos dos quais nos arrependemos, mas servem como lições para o resto da vida. Ademais, quando as registramos em papel, seguindo a máxima latina “verba volant, scripta manent” (palavras faladas voam para longe, palavras escritas permanecem), as histórias são reprocessadas no coração e aqueles “pecados” podem não ser tão graves assim.  Nunca esqueço os versos de Fernando Pessoa: “o poeta é um fingidor, finge tão completamente, que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente”.

 

Paccelli José Maracci Zahler, é escritor, poeta, membro da Academia de Letras do Brasil, Seccional Distrito Federal (ALB/DF), da Academia de Letras de Teófilo Otoni – ALTO (correspondente); do Instituto Histórico e Geográfico do Mucuri (correspondente). É editor da Revista Cerrado Cultural (www.revistacerradocultural.blogspot.com).

 

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