Por Paccelli José Maracci Zahler (Brasília, DF)
Mais uma vez Von Steisloff nos brinda
com mais um livro de memórias. Um texto leve, com algumas pitadas de humor,
inspiração e paixão, características de um apaixonado pelas Letras.
Na primeira página, faz-nos uma
“Advertência”, citando a própria “Bíblia, em João 8:1-7”. Pensando com meus
botões, fiquei um pouco intrigado e fui atrás da referência. Nela, disse o
Mestre : “Aquele que dentre vós está sem pecado, que atire a primeira pedra”.
Hum, então Von Steisloff vai confessar-se? Que nada! Von Steisloff vai
contar-nos uma história cativante, vai fazer-nos viajar no tempo, na época em
que serviu às Forças Armadas. Suas aventuras, suas paixões, suas impressões,
enquanto servia no 16º Regimento de Infantaria, em Natal, RN.
Ao mesmo tempo, aproveitava para
estudar, ir além do honroso sentimento de servir à defesa do País em uma época
de agitação política, na qual o Senador Getúlio Vargas concorria à Presidência
da República, e as Forças Armadas foram requisitadas pelo Tribunal Superior
Eleitoral – TSE para garantirem a lisura das urnas.
Tive a honra de trabalhar com Von
Steisloff no mesmo departamento no Ministério da Agricultura. Além das
conversas técnicas, passávamos uma parte do tempo falando sobre Literatura. E
afirmo, sem medo de errar, que muitas das histórias narradas neste livro, eu
tive a oportunidade e o privilégio de ouvi-las do próprio autor nas nossas
várias conversas.
Para minha felicidade, elas agora foram
reunidas nesta obra.
Voltando à “Advertência”, estaria Von
Steisloff tentando se redimir dos seus pecados tal e qual Santo Agostinho o fez
ao escrever “Confissões”? Sinceramente, creio que não! A vida nos proporciona
várias experiências, as quais nos levam a alguns desatinos dos quais nos
arrependemos, mas servem como lições para o resto da vida. Ademais, quando as
registramos em papel, seguindo a máxima latina “verba volant, scripta manent”
(palavras faladas voam para longe, palavras escritas permanecem), as histórias
são reprocessadas no coração e aqueles “pecados” podem não ser tão graves
assim. Nunca esqueço os versos de
Fernando Pessoa: “o poeta é um fingidor, finge tão completamente, que chega a fingir
que é dor a dor que deveras sente”.
Paccelli José Maracci Zahler, é escritor, poeta, membro da Academia
de Letras do Brasil, Seccional Distrito Federal (ALB/DF), da Academia de
Letras de Teófilo Otoni – ALTO (correspondente); do Instituto Histórico e Geográfico do Mucuri (correspondente). É editor da Revista Cerrado Cultural (www.revistacerradocultural.blogspot.com).
Nenhum comentário:
Postar um comentário