segunda-feira, 1 de novembro de 2021

O EFEITO DAS BOAS E MÁS COMPANHIAS

Por Humberto Pinho da Silva (Porto, Portugal)

 

Dizia Ramalho, que são raras as mães, que reconhecem o benefício das boas companhias. Imputam sempre a péssima conduta dos filhos, às más companhias:

" São raríssimas aquelas que sabem agradecer, como colaboração dos seus desvelos a parte enorme que as " companhias boas" tiveram na formação do espírito e na formação do carácter, na inteligência, na dignidade, na honra, na gloria de seus filhos" – Ramalho Ortigão " As Farpas", Vol. IV.

A formação intelectual e espiritual deve-se não só aos progenitores, mas a toda a família, e amigos, que convivem ou conviveram com a criança.

O adolescente, se teve educação cristã, baseada na Bíblia, e não em superstições e crendices, saberá, por certo, escolher os amigos que melhor lhe convêm, e saberá afastar-se das más companhias, que poderia levá-lo à delinquência e a actos libertinos.

Algumas Igrejas Evangélicas, recomendam, os jovens, a conviverem com membros da sua Confissão, e a participarem em movimentos juvenis.

A ideia é desviar das "más companhias" e criarem amizades com jovens cristãos, e dai resultarem prováveis matrimónios, com jovens da mesma denominação.

Idêntica preocupação existe na igreja Católica, congregando jovens em movimentos cristãos.

Deste modo o risco da "más companhias", fica reduzido, e podem alicerçarem-se amizades mais seguras, das que se encontram em discotecas.

Todos somos devedores daqueles que nos criaram e incutiram valores morais, que formaram a nossa sensibilidades, carácter e personalidade.

Não se deve olvidar, que além da influencia paterna, da família e da escola – nem todo o professorado é bom conselheiro, – somos frutos do que lemos, ouvimos e vemos.

Não há imunes aos meios de comunicação social.

O jornal, a TV, a rádio, o cinema e o livro, tanto podem serem benéficos, como causadores de atitudes e comportamentos desregrados.

Bem escreveu o Professor da Universidade de Louvain, o Bispo Fulton Sheen: " Quanto mais moralidade, decência e virtude houver na humanidade, mais paz haverá no mundo." - "Guerra e Rumores de Guerras" – " Paz de Espírito" – Edição da livraria Figueirinhas. 

COMO CHEGOU O CAFÉ AO BRASIL

 Por Humberto Pinho da Silva (Porto, Portugal)


Antes de Cabral desembarcar em Porto Seguro – sabem quem é o décimo sexto neto do navegador? Chama-se Bernardo Vasconcelos e Sousa, e é director da Torre do Tombo, – na imensa Pindorama, não havia: galinhas, cavalos, bois... nem o maior amigo do homem – o cachorro.

Era, também, desconhecido, a: cana-de-açúcar – trazida da ilha da Madeira, – e muito menos, o café.

Só mais tarde, no século XVIII, Gabriel Clieu, ao ser nomeado governador de Martinica, o cafezeiro foi introduzido na ilha.

O aparecimento do café em terras de Santa Cruz, realizou-se um pouco mais tarde:

Quando Francisco de Melo Palhete, visitou a Guiana francesa, por incumbência do governo do Pará, era governador Claudel D'Orvilliers.

Tanto ele como a simpatiquíssima esposa, receberam -no, em Caiena, em grande hospitalidade e por cortesia, ofereceram-lhe o delicioso cafezinho.

Palhete, desconhecia a bebida, e encantou-se com o aroma e sabor, mostrando-se interessado em o cultivar, também, no Brasil.

Esclareceram-no – para sua tristeza, que era proibido o envio ou oferta de sementes ou mudas de cafezeiro, para fora, – ordem de França.

Palhete compreendeu, e aceitou as sinceras desculpas do governador.

Em compensação, Caudel, convidou-o a visitar cafezal, para conhecer a planta e os redondinhos e rubros frutos

Durante a demorada visita, entrecortada de silêncios e aprazível conversas, a mulher de Caudel, por gentileza, sorrateiramente, introduziu no bolso da jaqueta de Palhete, punhado de sementinhas de café.

Regressou eufórico, a terras brasileiras, e logo tratou de as mandar semear.

Mas, nem no Pará, nem no Maranhão e Amazonas, se desenvolveu, quiçá à qualidade da terra ou desconhecimento da técnica de cultura.

Os resultados foram desastrosos.

Reinava o desânimo nos agricultores... Entretanto, João Alberto Castelo Branco, teve a feliz ideia de o trazer para o Sul do País.

Aí, sim: o cafezeiro cresceu, desenvolveu e reproduziu-se, abundantemente. Mas a planta era cultivada só para uso doméstico e amigos, em insignificantes áreas.

Por esse tempo, o Padre Couto, abastado fazendeiro, resolveu cultivá-lo intensamente, para venda.

Rapidamente a cultura do café expandiu-se: pelo: Rio, São Paulo e Minas, tornando-se numa das maiores riquezas agrícolas do País.

Será que o Brasil soube agradecer, devidamente, à mulher do governador da Guiana, o gesto polido?

Duvido. A gratidão não é comum entre o humano, e ainda menos entre as nações.

 

 

 

A PRIMEIRA VISITA DE D. PEDRO A VÍTOR HUGO

Por Humberto Pinho da Silva (Porto, Portugal) 

 

O livro: " Vitor Hugo chez lui", inclui a curiosa visita, Realizada pelo Imperador, a 22 de Maio de 1877, ao célebre poeta.

Não li a obra, mas a tradução, que Ramalho fez a 30 de Julho, para a " Gazeta de Noticias"; mais tarde incluída, pela Livraria Clássica Editora, em: " Notas de Viagem".

D. Pedro II desejava, ardentemente conhecer Vítor Hugo, em pessoa, mas receava comparecer em sua casa.

Resolveu, então, pedir-lhe, através da embaixada brasileira, se lhe dava a honra de o vir visitar.

Respondeu-lhe Vítor Hugo, que não ia a casa de ninguém.

Combinaram, todavia, encontrarem-se no Senado; mas também não se concretizou.

Uma manhã, pelas nove horas, o Imperador, pôs de parte o receio e o protocolo, e bateu timidamente, à porta da casa de Vítor Hugo.

Segundo a tradução livre de Ramalho, o encontro decorreu deste jeito:

- " Peço-lhe Sr. Vítor Hugo, que me diga uma palavra de animação; acho-me cheio de timidez" - disse D. Pedro.

O poeta ofereceu-lhe, gentilmente, um fauteuil.

D. Pedro II agradeceu, e continuou:

- " Sentar-me em um fauteuil ao lado de Vítor Hugo, eis o que verdadeiramente me produz o efeito de ocupar um trono."

E falando das monarquias, prosseguiu:

- " É preciso, não queremos demasiadamente mal aos meus colegas: são homens de tal forma rodeados, de tal modo traídos, por tal forma enganados, que na verdade eles não podem pensar como a gente pensa."

Ao que Vítor Hugo, respondeu:

- Oh! Vossa Majestade é único...felizmente

Como D. Pedro mostrasse gosto de conhecer a família, Vítor Hugo mandou chamar os netos, que como avô, dedicara-lhes o livro: " L'Art D'être Grand-Père":

"Jeanne (menina de olhos azuis, que o poeta amava enternecidamente) apresento-te o Imperador do Brasil."

E logo de seguida:

- " Tenho a honra de apresentar, meu neto Jeorge."

O Imperador fez-lhe um carinho, e:

-" Aqui, meu jovem amigo, não há senão uma majestade; é a do seu avô."

E virando-se para Jeanne:

- " Queres dar-me o prazer de me abraçar?...

Deu-lhe a face para o Imperador beijar.

-"Então?... vamos, abraça-me tu, que é o que eu te peço!"

Jeanne (a medo) abraça o pescoço de D. Pedro.

-"Bastará – Jeanne, bastará! Creio que não quererás dar o luxo de começar o teu dia esganando um Imperador!..."

A conversa continuou:

Contou-lhe, o poeta, a sua vida e seus hábitos, em Paris: todos os dias após o almoço dava uma volta pela cidade, no alto de um ómnibus. Prazer que o Imperador não podia...

-" Privado, eu, de trepar ao alto dos ómnibus. Mas de modo algum! É precisamente no alto dos ómnibus que eu tenho o meu lugar - um lugar de imperial." - Disse D. Pedro.

Vítor Hugo interroga-o se não receava sair tanto tempo do Brasil:

- " Não: eu sou substituído no Brasil por gente que vale tanto e que vale mais de que eu. Além do que, não perco o meu tempo aqui. Reino sobre um povo jovem e é principalmente em o esclarecer, em o guiar, em o melhorar, em o fazer progredir que eu desejo usar dos meus direitos...Ou antes...Não me exprimi bem...Eu tenho direitos. Do que uso apenas é do poder que recebi do acaso, da sorte e da herança da família."

Vítor Hugo amaciando a voz:

-" A família de Vossa Majestade é venerável. Vossa Majestade é um filho de Marco Aurélio."

O aprazível encontro durou meio-dia. D Pedro foi convidado a jantar, no dia seguinte. Vítor Hugo oferece-lhe o último livro, com dedicatória: " A D. Pedro de Alcântara, Vitor Hugo."

Depois desta visita, a família de Vítor Hugo, tornou-se grande amiga do Imperador.

Os diálogos apresentados, foram transcritos, literalmente do livro: "Vitor Hugo chez lui", segundo a tradução livre de Ramalho Ortigão.

AH! SE NÃO ME CRESCESSEM OS PELOS...

Por Dias Campos (São Paulo, SP)

Ah! se não me crescessem os pelos...

                                                                                                                   Zadig

            Ontem tive que enfrentar uma situação muito arriscada.

Mas ao contrário do que se poderia imaginar, ela não ocorreu porque me esqueci de colocar a máscara quando fui ao supermercado, porque não passei álcool gel durante o período em que estive fora, ou porque fui obrigado, pelas circunstâncias, a enfrentar um ambiente aglomerado.

As minhas costeletas volumosas aliadas ao confinamento que nos foi imposto é que foram as causas de tamanho risco.

É compreensível, leitor amigo, que você tenha enrugado a testa.

O desenrolar desta crônica, todavia, fará com que você compreenda aquela afirmação.

            Éramos recém-casados. No apartamento faltavam ainda alguns móveis e globos nas luminárias. E como os nossos salários não admitiam esbanjamentos, por um bom tempo as únicas quatro cadeiras revezaram-se entre as salas de jantar e de estar, e as lâmpadas de 60 W irradiaram mais luz do que deveriam.

Filhos? Não passavam de hipóteses remotas.

            Mas vivíamos muito felizes, como era de se esperar.

            É claro que os gostos e os hábitos trazidos da vida de solteiro tiveram que sofrer as naturais adaptações.

Assim, se antes o guarda-roupa era só meu, depois de casado tive que abrir mão de (várias) gavetas; se antes eu usava a mesma faca para passar no pão o requeijão e a geleia, depois de trocadas as alianças tive que me acostumar com uma faca para cada pote. E por aí vai. – Aproveito a oportunidade para protestar, pois até hoje reivindico pelo menos mais um gaveta!

Só que existem certas práticas que são impossíveis de serem alteradas.

Por isso, mesmo indo morar em bairro distante de onde vivia, não deixei de ir ao barbeiro que frequento há mais de trinta anos.

Não vou negar que, por causa da distância, cheguei a pensar em procurar outro barbeiro. Até porque, há os que cobram menos, os que são mais rápidos, e os que servem desde cafezinho até champanhe (desde que pague).

Esse pensamento jamais se concretizou, pois como nunca mudei o penteado, nem preciso dizer a ele o que quero. É só me sentar, pôr os assuntos em dia, e aguardar o resultado, que sempre me agradou.

Certo dia, porém, um presente que ganhei foi suficiente para que outras mãos substituíssem as do meu barbeiro.

 Minha mãe acabara de chegar de viagem do exterior. Ao passar pelo free shop, viu um cortador de cabelo recarregável, e se lembrou deste cronista.

O presente vinha bem a calhar, pois o momento por que passávamos pedia que apertássemos um pouco os cintos.

Por conta disso, perguntei para minha esposa se ela toparia dar uma de barbeiro.

Essa ideia a deixou um pouco receosa. Afinal, ela nunca manejara tal engenhoca.

Mas como enfatizei que faríamos uma boa economia, o receio se foi, e ela aceitou o desafio.

Sentei, então, de costas, inclinei a cabeça, e pedi para que começasse a aparar de baixo para cima, como sempre fez o meu barbeiro.

Ocorre que a maquininha tinha mais beleza do que potência, pois longe estava de ser um cortador profissional.

Apesar desse mero detalhe, insisti para que prosseguisse.

Entretanto, o aparelho não deslizava como supunha, o que obrigava minha esposa a aumentar a pressão contra a minha cabeça.

E de pressão em pressão, o terreno foi sendo vencido.

Devido à falta de prática, que impunha lentidão no cortar, as baterias logo gastaram, e o cortador perdeu a serventia.

E a experiência teve que ser suspensa.

Só que uma área razoável já tinha sido cortada. Nada mais natural, portanto, que quisesse conferir o seu trabalho; mesmo que, para isto, tivesse que me contorcer na frente do espelho.

Quando me virei para falar com minha esposa, notei que seu semblante não refletia a felicidade dos que se sentem orgulhosos.

E gelei!...

Levantei e fui ao espelho. E o que consegui identificar foi de partir o coração...

Eram degraus! Sim, o que minha esposa conseguiu foi esculpir vários degraus na parte de trás da minha cabeça!

Em um primeiro momento, meus olhos se arregalaram, e minha voz simplesmente sumiu.

Em seguida, levei a mão direita até aquela escada, na intenção de comprovar com o tato aquilo que minha visão já tinha constatado.

Com o passar dos segundos, contudo, meus olhos retornaram às órbitas, e minha voz reapareceu; se bem que ainda trêmula.

Minha esposa até quis se explicar.

Não precisou. Deixei claro que ninguém tinha culpa.

E o que se há de fazer quando nada mais pode ser feito? Chorar ou rir.

E preferimos a segunda opção.

Mas o estrago aí estava, e precisava ser contornado.

Pois tomei coragem, retornei ao meu barbeiro, e dei uma desculpa tão esfarrapada que nem um tolo acreditaria.

É claro que ele, experiente que só, em nenhum momento acreditou na minha justificativa; tanto que percebi a sutileza com que levantou o canto esquerdo da boca.

Mesmo assim, arrumou o quanto pôde.

E o que tudo isso teve a ver com o que afirmei no início deste texto?

Ora, por força da quarentena, todos sabemos que só deveremos sair de casa por motivos imperiosos – os ligados às atividades essenciais.

E pelo que sei, cortar cabelo não faz parte desse rol.

Daí que, não apenas o meu cabelo já estava para lá de comprido, como, também, faltava muito pouco para que as minhas costeletas fossem confundidas com suíças.

Pois adivinha, amigo leitor, qual foi a situação arriscada que tive que encarar ontem? Sabedora de que fico bastante incomodado quando as costeletas se avolumam, minha esposa se ofereceu para apará-las.

E gelei mais uma vez!...

            Não obstante o tremendo arrepio, o jeito foi aceitar que ela se aventurasse de novo. Só que desta vez, manuseando uma tesoura para unhas, pois me livrei daquele cortador tão logo surgiu ocasião.

            Depois de alguns minutos, e de muita tensão, o saldo até que foi satisfatório. – Ufa!

            De outra parte, tudo indica que a vacina contra a covid-19 demorará, em que pese já divisarmos luz no fim do túnel.

Por consequência, o isolamento social provavelmente será mantido, mesmo que flexibilizado.

Disso resulta que a barbearia, que já estava com as portas fechadas, talvez nunca mais reabra. – espero esteja enganado!

Seja como for, o meu cabelo continuará a crescer.

            Diante desse quadro, prevejo mais um risco, e por certo muitíssimo maior que o anterior: E se minha esposa ficar empolgada com o sucesso obtido com as costeletas e decidir estender o seu pequeno triunfo?

Bem, se isso acontecer, de duas, uma: Ou submeterei a minha basta cabeleira à sua tesourinha, ou terei que me acostumar a ir dormir no sofá. – Conhecendo-a como a conheço, não há uma terceira hipótese.

No entanto, por medida de precaução, antecipo que preces envolverão cada uma de suas tesouradas. É que seria terrível descobrir ao final uma escadaria serpenteando minha cabeça. 


(Nota: Destaque Cultural no I Concurso Literário da Academia de Letras e Artes de Praia Grande, SP)

GIRA, GIRA, ENGRENAGEM

 Por Dias Campos (São Paulo, SP)

            “As fontes da grandeza e felicidade de um povo, a indústria, o comércio, as artes, as ciências e as mais luminosas instituições da sabedoria, não podem prosperar senão no seio da paz e da confiança.”

Quando li essa afirmação de D. Raimundo de Seixas, senti alegria e tristeza. Aquela, porque com ele concordo, em gênero e número; esta, porque a omissão ainda grassa sobre o planeta azul.

Aqui, abro um parêntese, tal qual fez o nosso sempre Machado: “Sei que não tens nada com as minhas mazelas, nem eu as conto aqui para interessar-te; conto-as, porque há certo alívio em dizer a gente o que padece.”

Mas se me senti triste, o desenrolar desta crônica seguramente me aliviará.

Observa primeiro, amigo leitor, este estorvo à obtenção da paz, e que foi muito bem exemplificado por Scott Fitzgerald, quando do diálogo travado entre Rosemary e Tommy Bardan, em Suave é a noite:

“- Vai para casa?

“- Para casa? Não tenho casa. Vou para a guerra.

“- Que guerra?

“Que guerra? Qualquer guerra. Não vi nenhum jornal, ultimamente, mas creio que há alguma guerra por aí. Sempre há.”

Com efeito, e como cantava Elis Regina, em Alô, alô marciano, “Pra variar, estamos em guerra...”

Ao que parece, concluiriam os pessimistas, os terráqueos jamais deixarão de seguir as sandálias empoeiradas de Marte. – Neste ponto, faço questão de esclarecer que, por guerra, não me refiro apenas à beligerância em sentido estrito, mas, também, a todo e qualquer meio por que se busque tomar um poder legitimamente constituído, sejam as revoluções, os atos terroristas, a corrupção institucionalizada, etc.

Já os pragmáticos talvez se espelhassem em Remy de Gourmont, para quem “Tem-se a paz, quando se pode impô-la”. – Ah! Essa pax romanorum que volta e meia ressuscita!...

É por essas e por outras razões que muitos acabariam concordando com o poeta Luís Murat: “Paz, em verdade, só há na morte.” – E Requiesce in pace, arrematariam, de boa-fé, os sacerdotes.

É óbvio que o viver na Terra não é nada fácil. Temos inúmeros problemas, e eles continuarão a nos desafiar.

No entanto, se o pessimismo sobrepujar a esperança, se o pragmatismo for a via mais percorrida, se a resignação deixar para além do sepulcro o que clama a Humanidade, o deus da guerra terá muito a nos agradecer, pois sem dúvida estaremos dificultando, atrasando a nossa evolução!

Mas, então, o que fazer? como deveremos agir?

De primeiro, nunca poderemos deixar de observar, e de aceitar, os nossos próprios limites. Afinal, super-homem só existe no cinema.

Não obstante a nossa singela realidade, cada um deve se compenetrar da sua importância como verdadeira engrenagem na sociedade.

Daí que, se por vontade própria essa pequenina peça dentada se recusar a girar (omissão), não se imprimirá o necessário movimento ao relógio social, o que acarretará demora na consolidação da paz universal.

Mas se cada um fizer a sua parte, mesmo que mínima; se cada ser humano aderir de bom grado a este objetivo divino, então, leitor amigo, ninguém conseguirá impedir que a paz reine um dia sobre todo o orbe.

Neste sentido, que não deixemos de soltar balões e pombas brancas, de caminhar vestindo alvas camisas e empunhando velas acesas, de contribuir com a ajuda humanitária, de participar das campanhas de caridade, de orar, de tolerar, de perdoar, de revidar o mal com o bem!...

E que prossigamos, ó irmãos de ofício, comemorando os dias 21 de setembro por meio das nossas belas letras, tecidas em prosa ou em verso.

Que alívio!

 

 

FABIANE BRAGA LIMA E SAMUEL DA COSTA, DUETOS EM PROSA

Entre mãe e filha

           Margô mãe de três meninas, ela a caminho da meia idade, trabalhava muito para dar sustento para as filhas ainda pequenas. A família há pouco tinha se mudado do interior para a capital, Margô, mãe solteira, pretendia dar uma vida melhor para as filhas.

          As pequenas gêmeas Lara e Clara, de oito anos, eram alheias às muitas dificuldades em que viviam, que as circundavam. Mas Luci, a filha mais velha de doze anos de idade, era rebelde e não se conformava com aquela situação, com a penúria da família. Entristecendo o coração ferido, da exausta Margô quando chegava do trabalho tarde da noite. Luci perguntava com arrogância, o que a mãe tinha trazido para o jantar. Tendo como resposta com poucas variações que aquilo era que se tinha para comer graças a Deus! A mãe respondia para a Luci com os olhos rasos de lágrimas. Logo depois, cansada, tomava um banho rápido e preparava o jantar para as filhas.

          Assim eram os dias de Margô se passavam, de muita tristeza pois, a sua filha mais velha, não perdia as oportunidades de demonstrar que não suportava a situação da família. Então um dia, a mãe de Luci, decidiu dar um basta na situação! Estava mais do que na hora de mostrar para a filha tudo o que passa nas ruas e no serviço. No outro dia chamou a filha mais velha, Luci.

          — Sabe filha! Tenho um dinheiro guardado, quero te levar pra comprar roupas novas.

           — Lógico que quero mãe, vamos se divertir muito.

           — Claro que vamos! — Mal sabia a pobre garota o que a mãe estava preparando.

            — Escuta filha, logo depois, vou lhe contar um segredo que é só meu. E você verá com os teus próprios olhos.

            — Então, vamos mamãe, estou louca para escolher roupas novas.

            E assim pegaram o ônibus bem cedo, partiram rumo ao centro comercial da cidade e foram a um shopping. Luci se espantou ao ver o ônibus enchendo de gente em cada parada. A jovem também notou que alguns falavam rápido e outras línguas estrangeiras e vestiam roupas estranhas. Algumas pessoas com cara de sono bocejavam, outras dormiam e outras falavam sozinhos. Barulhos, sussurros, risos e cheiros que se misturaram naquele microcosmo tão novo para a jovem.  

               O ônibus parou ao lado do shopping e pequena Luci mais se espantou com o número de pessoas que desciam dos ônibus que não paravam de chegar e despejar pessoas e mais pessoas. A jovem nem teve tempo de notar as estruturas em volta, o enorme e moderno ponto de ônibus e nem a arquitetura envidraçada do shopping. Duas ciganas, uma idosa e outra bem jovem, com suas roupas extravagantes que liam a sorte, um senhor de idade avançada que vendia passes de ônibus e um vendedor de doces e salgados em uma pequena barraca improvisada. O barulho do trânsito também chamou a atenção da jovem mulher, subiram a rampa de acesso do centro comercial, a mãe segurando a mão da filha, o que seria constrangedor para Luci, mas não era.          

          — Mamãe olhe!? Quero entrar nessa loja...

          — Fique à vontade minha filha!

           A menina entrou na loja e logo foi barrada por dois seguranças, elas eram monitoradas desde da entrada, no centro comercial, primeiro pelos atentos olhos eletrônicos de câmeras ao alto e depois seguidas por seguranças.              

          Logo chegou o falante subgerente seguido pelo arrogante gerente da loja, ambos bem vestidos.

          — Aqui é uma boutique de roupas finas, não há nada que lhe sirva aqui! —  Bradou o gerente, da famosa loja, como se discursasse para uma multidão. Depois olhou para a menina malvestida, com seu jeito superior, como se estivesse com nojo da menina com leve tom escuro de pele e os cabelos encaracolados.  

         — Mas senhor por que?

         — Não trabalhamos com crediário, sai daqui por gentileza.

         Margô com os olhos cheios de lágrimas viu o preconceito que sua filha passava naquele momento. Mas, criou forças, sem nada dizer pegou a filha pelos braços e a afastou da situação embaraçosa que estava passando. As duas mulheres caminharam para longe da loja, foram parar em um local comum de descanso do shopping.

             Margô teve a ideia de levar Luci ao seu local de trabalho, lá onde sua filha poderia ver o desprezo e preconceito, no qual passava para poder sustentá-las. Luci já estava entristecida, pois sentiu na pele o descaso naquela boutique.

             — Mamãe é aqui que a senhora trabalha?

             — Aqui está o segredo que eu queria te contar.

             Então, chegou a chefe de Margô arregalou os olhos e toda sorridente

             —  Mas quem é a garota linda!?”

             — É a minha filha mais velha. — Margô era toda orgulho.

              — Vou pegar uma cadeira, mais confortável para a mocinha linda, não quero que suje o banco do shopping. — brincou a senhora que gerenciava o restaurante onde Margô trabalhava  

                Luci tomou a sério a brincadeira e ia sair correndo, mas, Margô a pegou firme pelo braço.

                — Lembra do segredo que ia te contar!?”

                — Lembro sim, pode me contar.

               — Tudo isto que você passou hoje, estou mais que acostumada a passar.

               —  Me perdoa mãe…!? — Luci abraçando sua mãe, chorou.  

               — Escuta filha! Para eles somos diferentes. Sofremos preconceitos.

               — Venha filha, não se culpe, erga a tua cabeça, estude muito. Tenha um outro rumo na vida.

               A partir daquele dia Luci viu o mundo totalmente diferente, mais cruel, infelizmente. Mas aprendeu a valorizar sua mãe! A população brasileira é miscigenada em razão da mistura de diversos grupos humanos. Indígenas, africanos, europeus e asiáticos… O preconceito está na pessoa que nunca estudou a história do Brasil!

Fabiane Braga Lima: texto e argumento

Samuel da Costa: texto e revisão

Renan Fillipi da Costa: revisão

 

 

Bem casados

 

      — Onde vai minha querida?! — Perguntou Heitor apreensivo.

      — Trabalhar! Oras bolas! — Heitor percebeu seu olhar dissimulado e seu jeito sarcástico.  

       A esposa de Heitor pegou o sobretudo no cabideiro, vestiu a peça, andou poucos passos, pegou a bolsa que estava em cima da mesa, sacou o espelho de mão, conferiu a maquiagem, devolveu o objeto e saciou um perfume e deu pequenos borrifos no pescoço. E lá se foi Margarety ganhar as ruas, sem ao menos se despedir do marido que estava confortavelmente sentado em uma poltrona onde pretendia ler o jornal. Parou de ler para apreciar o espetáculo particular da esposa.

      Margarety andou por poucos minutos e entrou num beco escuro. A esposa de Heitor era debochada e não conhecia limites. Já o marido de Margarety era honesto e trabalhava para lhe dar o melhor para a família. E ela nunca o valorizou o homem que tinha em casa! Vestia sua melhor roupa, perfumava-se, dizia ir trabalhar e sempre no começo da noite. A princípio Heitor não achou ruim ter poucos minutos de paz em casa, ele pensou que a esposa ia fumar e espairecer um pouco longe da vida de dona de casa. Depois que os minutos se alongava e as roupas da esposa encurtavam o homem da casa ligou o alarme no total.

Em uma das noites Margarety deu sonífero para os dois filhos pequenos, para não acordarem aos berros no meio da noite, assim Heitor poderia dormir bem tranquilo. Logo depois de dopar os filhos, ela saiu como de costume.

A esposa de Heitor chegou embriaga em casa, levemente embriaga e cheirando a cigarros baratos na manhã seguinte! Até aquele momento Heitor era tolerante, ou talvez estivesse disfarçando para não a perder. Pois o homem da casa tive seus rompantes na adolescência e na juventude. Só sossegando quando casou com a pura e casta Margarety!? Heitor não mensurava era o quanto as crianças sentiam da falta da mãe. Mas a paciência tinha acabo.

— Vou resolver isto agora mesmo. —Heitor bradou para si mesmo — Hoje acaba a festa. 

Heitor viu a esposa passar ao lado dele trôpega, como se ele não existisse. O homem da casa acompanhou a esposa até o quarto do casal e capotar na cama.

Ao cair na noite a rotina segue normalmente, Margarety adentrou no beco escuro, estava se encontrando com homens casados e homens mais jovens. Mas Heitor a seguiu, e só se arrependeu de não estar armado. Heitor viu a esposa amada entrar em uma casa decrépita! Heitor derrubou a porta com fortes chutes.   E, lá estava ela, despida com dois homens jovens.  

— Mulher suma da minha vida, suma! — Heitor gritou e vendo aquela cena dantesca  

— Porque?! Pense! nossos filhos. — Margarety ria alto a proferir estas palavras.

— Suma da minha vida mulher! E Não volte mais para casa! Arrume um bom advogado.

Foi o momento mais difícil na vida de Heitor. Logo depois foi preso acusado de agredir Margarety e ainda descobriu que os filhos não eram dele. Lutou e amava as crianças e continua lutando. Heitor aceitou a vida alternativa de Margarety. Embriagada vez ou outra levava homens estranhos para dentro de casa. Nua, pervertida. psicopata, talvez!? Será!?

Fabiane Braga Lima: texto e argumento

Samuel da Costa: texto e revisão 

Renan Fillipi da Costa: revisão

 

 

Não corra Maria (as consequências da pandemia)

 

             No momento que ocorre o este drama o estado do Maranhão tem mais de mil e seiscentos registros no interior em vinte e quatro horas e passa e dos mil cento e um mil casos confirmados de Covid-19!

         Maria segurava firme nos braços seus dois filhos, ainda pequenos e ela estava amedrontada, caminhavam pela mata afora na completa escuridão. A família, estava não muito longe da favela onde viviam e pareciam fugir de alguém ou de alguma coisa. Muito cansada Maria, sentou perto a um minúsculo córrego de águas cristalinas, estavam famintos e sedentos. Beberam água e comeram o pouco do que tinham levado.

        Logo depois, recomeçaram a caminhar e chegaram em pouco tempo à beira de uma estrada deserta. Um carro parou ao poucos centímetros da família em fuga e o vidro do carro baixou.

         — O que estão fazendo aqui? Este é um lugar perigoso! — A motorista parecia assustada e preocupada com a cena que via. Uma mulher jovem vestida com roupas simples e com dois meninos pequenos. Estavam maltrapilhos vagando no meio do nada.

         — Por favor, minha senhora! Sai daqui agora! Ele vai me ver, vai embora! — Maria sussurrou aflita para a motorista. 

          Ela olhou com mais atenção e viu os hematomas no rosto magro e sofrido de Maria, os olhos vermelhos e roxos.

         — Mas ele quem minha senhora? A senhora não quer mesmo uma carona?

         De repente, chegou um homem alto e forte e a puxou Maria pelos cabelos com força, a levando novamente em direção a mata. Maria tropeçou e foi ao chão, levando as duas crianças junto, a pequena bolsa que ela carregava se rasgou espalhando os poucos pertences da família. O homem com tufos de cabelo de Maria na mão, olhava ameaçador ergueu o pulho e jogou os tufos de cabelo em cima da mulher.    

          — O que pensa que está fazendo mulher, tu vai voltar pra casa agora! — Maria de levantou, entrou mata a dentro, ela não chorava nem se lamentava. As crianças choravam e corriam, tentando os acompanhar o casal.

          — Larga minha mãe, larga ou chamamos a polícia! — O filho mais velho gritava e chorava alto.

          A motorista então, percebi que era o esposo e estava a violentando. Ela pensou em agir, mas não saiu do carro, pois o homem poderia estar armado. Mas não podia ver tamanha covardia e ficar quieta. Peguei o celular, mas não havia sinal no lugar ermo, ela sai dali as presas e foi encontrar ajuda no posto policial não muito longe dali. Ali ela descobriu que o homem era velho conhecido da polícia, cheios de denúncias de pequenos delitos, agressões e violência doméstica.  

          Não demorou logo em seguida, chegaram autoridades na comunidade onde Maria vivia! Algemaram o agressor, ou seja, aquele monstro, e o levaram para delegacia, onde foi preso pois tinha um mantado de prisão em aberto. Enfim, Maria descansou, sentou em frente na casa e abraçou os filhos, vendo o marido aos berros ser levado pela polícia. Além de ser violentada, sofreu durante anos pressões psicológicas.

          Ao chegar em casa a denunciante, que por anos trabalhou como escrivã em uma delegacia de polícia, incomodado que estava foi pesquisar alguns dados sobre violências domésticas e foi isto que ela descobriu: O índice de mulheres violentadas na pandemia da Covid-19 aumentou em torno de cinquenta por cento. Mais de quinhentas mulheres são agredidas a cada hora no Brasil. A perda ou diminuição da renda familiar, pode ser um dos motivos. Como se não bastasse o aumento de bebidas alcoólicas leva jovens fora da escola a consumir bebidas em exagero.

             A escrivã aposentada após a leitura da pesquisa deixou esta mensagem na rede social dela: ‘’Vamos refletir! Se acaso não formos vítimas, mais vizinho, ou parente, não devemos nos calar! Ligue, 180 ou 190’. Nenhuma mulher merece sofrer violência doméstica, sexual, ou até mesmo psicológicas, causando danos morais e diminuição da auto estima.

          Enfim, não corra Maria, dê um basta na violência física, psicológica, sexual e moral. Não corra Maria

Fabiane Braga Lima: texto e argumento

Samuel da Costa: texto e revisão 

Renan Fillipi da Costa: revisão

HOMENAGEM AO DIA DOS PROFESSORES

Por Marcelo de Oliveira Souza - IWA (Salvador, BA)

 

Todos os dias

Ensinam uma lição

Cada aula tem um tema

Laços de união.

 

Ás vezes surgem problemas,

Como toda profissão

Educar é o seu lema

O mundo em profusão.

 

O professor é o tira teima

O conselheiro da união

Se tem algum problema

Ele vem com solução .

 

No magister , cada um com seu estilo

Personalidade de montão

Fi-lo porque qui-lo

Questão de opinião.

 

Nesse dia de comemoração

É uma grande reflexão

O mestre da sabedoria

A cada dia aprende então.

 

Vibremos por esse dia

Cada aula sua valia,

Onde a Escola é sua estadia

Em toda sua compleição!

VIAGEM

 Por Marcelo de Oliveira Souza - IWA (Salvador, BA)


Ouvimos o telefone tocar

Gil vem anunciar a viagem,

Ou convocação?

Libera-se uma grande emoção.

A noite chega como libertação...

 

Amanhece e começa a confusão

Adentrando o salão

A adrenalina pulsa o coração

A piloto Sônia convoca a tripulação.

 

Lá vamos nós, sem contestação

Na esperança de alivio

Sentamos na nave ou avião,

Saímos do solo naquela concentração,

Imploramos pela agulhada de pressão.

 

Passando o solavanco

Vemos estrelas e nuvens em forma de mão

Nossa piloto explora a cratera

Fazendo investigação,

De tão grande,

Recebe o nome de Plutão...

 

Observamos tudo com atenção

Passo a passo vemos a construção...

Uma obra de arte nasce então,

 

Valas, canais e extração.

O tempo passa como furacão!

As horas voam...

 

Tudo fica limpo

E vemos um tapete verde

Com a nave voltando

De mais uma missão.

POETIZAR

 Por Marcelo de Oliveira Souza - IWA (Salvador, BA)

 

Poetizando o mundo

O poeta faz sonhar,

Poetizando o leitor

O poeta faz amar,

Poetizando o estudante

O poeta faz crescer,

Poetizando o idoso

O poeta faz rejuvenescer,

Poetizando a natureza

O poeta vai proteger,

Poetizando a vida

O poeta vai crescer,

Poetizando a família

O poeta vai unir...

Poetizando a poesia

O poeta vai se eternizar!


CHICO BENTO, O DONO DA SITUAÇÃO

Por Marcelo de Oliveira Souza - IWA (Salvador, BA)

 

Num passeio de verão

Cebolinha tem um presentão

Vai chamar a turminha

Para uma excursão.

 

Lá em Salvador

Um passeio animado

Cascão, seu parceiro

Vai ao seu lado.

 

Planejando uma situação

De levar Mônica

Na Cruz da Redenção

Deixando lá, seu coelho Sansão.

 

Todo mundo animado

Chegando de avião

Nem esqueceram Magali

A amiga da menina

Do dentão.

 

Foram no Pelourinho

Barra e Ribeira

Todo mundo curtindo

À sua maneira.

 

Juras de amizade verdadeira

Paz e união

Cebolinha e Cascão

Com risadinha irônica,

Lá vem confusão!

 

Na volta da excursão

Todos os pontos de visita

Era uma nova emoção

Lá na Cruz da Redenção...

 

Muito movimento e confusão

Cebolinha escondeu o felpudo

- De novo!?

- Não aprende não!

 

Pertinho do Jardim da Saudade

Onde a criança não tem idade

Estava Chico Bento

Vendo seu avô.

 

Velhinho importante,

Que chamam de Doutor.

Percebeu o burburinho

Um bicho estranho

Era Sansão!

 

E no aeroporto

Todo mundo preocupado

Mônica, agitada como leão

Batia em Cebola e Cascão.

 

O avião chegava

E aumentava a confusão

Até que Chico Bento

Veio o bicho na mão.

 

Que sujo ou limpo

Mônica o abraçou

Com todo amor do mundo

Batendo nos meninos,

Diz:

- Vocês não aprendem a lição!

OUTUBRO ROSA

 Por Marcelo de Oliveira Souza - IWA (Salvador, BA)


As rosas vão sendo apertadas

Elas vão desfalecendo...

As pétalas caindo,

Umas dão o retorno

Com uma espetada,

Não podem ser maltratadas!

 

Outras rosas são apertadas

Apalpadas e cuidadas

São tão singelas quanto...

Ainda mais amadas

E cuidadas, mesmo na pressão !

 

Com as mãos espalmadas

Elas procuram atenção

De um lado e do outro

As rosas são atendidas

Muitas saudáveis outras feridas...

 

Mas nunca são atingidas

Pela foice maldita

Quando para o autoexame

For dirigida.

PRIMAVERA

Por Marcelo de Oliveira Souza - IWA (Salvador, BA)

O verão bem quentinho

Passeio de bondinho

Vem “voando” bem baixinho

Curtindo a paisagem...

 

No outono, dá sonho

O descanso do passeio

As folhas caindo

Numa muda que muda

A gente...

 

O inverno rigoroso

Nos deixa manhoso

Chuvas fortes, tempestade

Um milagre sem idade,

Rios nascem, árvores também,

Melhor que ninguém

Num vai e vem,

Como a primavera não tem

Tem tudo das outras

Mas a vida inicia

Num ciclo de alegria

Dando mas cor

À flor do dia!