Não espere a sensibilidade de um homem
Não espere a sensibilidade de um homem, às
vezes tudo que você vai encontrar é um coração vazio entre corpos e seus
desejos. Deixe que ele morra no seu paradoxo de afirmações masculinas. Ser ou
não ser macho, eis a questão. - O ser macho não é sensível.
Talvez para alguns homens ter sensibilidade é
mostrar o seu outro lado, quem sabe o lado mais humano. Mas só que nessa falta
de sensibilidade quem paga o preço é a mulher. Para alguns somos apenas corpos.
Para outros não dá pra sabermos quem somos.
A sociedade cria o homem dominante e dá para
ele a educação machista. Não chore meu filho, você já é um homenzinho, seja
forte. —Dizem os seus pais. O homem cresce se achando superior a mulher. Nasce
uma flor no seu quintal e ele não dá nem importância.
E para a mulher ele dá rótulos. Está tão
habituado enxergar a mulher como objeto que fica difícil saber se saberia amar
uma de verdade, com paixão e intensidade.
Eu posso está enganada, mas acho que o que
falta para alguns homens é coragem para se entregar, para amar e fazer o
correto.
Clarisse
da Costa é artesã, cronista e poetisa em Biguaçu Santa Catarina Contato:
clarissedacosta81@gmail.com
Único
Amor
Hoje
tudo que eu posso amar
se
resume em versos,
nos
pingos da chuva de setembro,
no
brilho que fica nas flores
e
no cheiro de terra molhada.
Eu
nem percebo o tempo,
o
fim de tarde chegando…
Parece
que a vida para,
fica
ali como uma fotografia.
O
sorriso bobo que com motivos
ou
sem motivos se libertou
sem
importar com nada.
O
olhar que perdeu o foco
vendo
alguém passar.
A
vida surpreende.
O
vento bate forte na parede.
Os
sonhos surgem a noite.
A
razão sempre entra em conflito
com
o coração.
Não
dá para viver o tempo todo
nas
emoções, às vezes precisamos
usar
da racionalidade.
Clarisse
da Costa é artesã, cronista e poetisa em Biguaçu Santa Catarina Contato:
clarissedacosta81@gmail.com
Maria
Firmina dos Reis
Por
Clarisse da Costa
Ao longo do tempo procurando saber mais sobre
nossas origens descobrimos que não sabemos nem a metade de nossa história e por
fim acabamos descobrindo muito mais coisas sobre nós negros. Por muitas vezes
escrevi sobre Maria Firmina dos Reis e não pensei que agora fosse encontrar
particularidades sobre ela. Uma mulher guerreira que tanto fez pelo seu povo na
época da escravatura.
Lendo alguns artigos, pesquisando aqui e ali
veio até a minha pessoa a fascinante história do primeiro romance brasileiro
escrito por ela, contrariando o sistema machista deste país. Como se não
bastasse isso contrariando o sistema racista.
Lançado em 1859, Úrsula é uma obra escrita por
Maria Firmina dos Reis. Uma revolução para a literatura brasileira naquela
época. Esta obra também é considerada o primeiro romance abolicionista no
Brasil.
Esse romance, conta com uma história de amor
ultrarromântica de Úrsula e Tancredo. O livro é considerado uma obra polêmica,
pois traz uma narrativa onde tem como tese a falta de um romance negro. A narrativa
traz um ponto de vista interno sobre a escravidão.
Em seu relato de vida sobre a escravidão Maria
Firmina diz: — Meteram-me a mim e a mais
trezentos companheiros de infortúnio e de cativeiro no estreito e infecto porão
de um navio. Trinta dias de cruéis tormentos e de falta absoluta de tudo quanto
é mais necessário à vida passamos nessa sepultura até que abordamos as praias
brasileiras. Para caber a mercadoria humana no porão, fomos amarrados em pé e,
para que não houvesse receio de revolta, acorrentados como animais ferozes das
nossas matas, que se levam para recreio dos potentados da Europa.
Maria Firmina dos Reis, Úrsula, fora
filha de mãe branca e pai negro, nascida em São Luís no dia 11 de agosto de
1860 no estado de Maranhão. Na sua escrita havia uma particularidade, os
escravos eram sempre nobres e generosos. Provavelmente um desejo imenso por
igualdade.
Mas sua genialidade não parou na escrita, ela
foi a primeira mulher aprovada em um concurso público no Maranhão. Não pensem que foi fácil para ela, afinal de
contas Maria Firmina era mulher negra. Por vezes passou pelo silenciamento de
sua obra. Houve um período que sua obra ficou esquecida por décadas sendo
recuperada em 1962.
Clarisse
da Costa é artesã, cronista e poetisa em Biguaçu Santa Catarina Contato:
clarissedacosta81@gmail.com
Amor, Expectativas e Entrega
Ao longo da vida a gente sempre vai ouvindo que
amor não dói, como se tivesse uma receita mágica para isso não acontecer.
Realmente, amor não é dor, o que dói são as nossas expectativas, os planos que
fazemos, a dedicação que temos, a nossa total entrega. A gente deixa de
caminhar para novos rumos e fica preso, como velhas recordações na gaveta.
Eu fiquei pensando como é difícil de se
desligar de um sentimento que criou raízes no peito. O questionamento que fica
é se existe uma solução para isso. Acho que talvez o tempo. Porque com o passar
dos dias novas coisas vão acontecendo, nossos pensamentos vão se direcionando
para outros objetivos e tudo vai ficando de forma clara.
Uma senhora certa vez me disse que amar nunca
foi fácil, mas em relação à hoje, as mulheres têm a liberdade para decidir se
ficam sozinhas ou não. Ela chegou a me dizer que no seu tempo os casamentos
eram arranjados, poucos relacionamentos aconteciam de forma natural. Alguns
eram proibidos, então se fazia o uso de cartas e bilhetes para marcarem os
encontros.
Por fim, o amor resiste ao passar tempo quando
é amor de verdade - assim me disse. Não é como os dias atuais, muitos
relacionamentos são instantâneos. Quando se percebe o armário mudou de lugar.
De repente é primavera e surgem novas paixões. Não se manda mais cartas, apenas
mensagens curtas por aplicativos.
Clarisse
da Costa é artesã, cronista e poetisa em Biguaçu Santa Catarina Contato:
clarissedacosta81@gmail.com
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