sexta-feira, 1 de março de 2024

O PESCADOR

Por N'Dom Calumbombo (Luanda, Angola)

 

Quando a noite caia, os ventos adormecidos sobre o esperançar de um pescado lento, ficava tudo um silêncio, um vazio enorme vendo o pairar das ondas entre marés equidistantes, quando se lançava os anzóis debaixo das águas do mar, onde o mistério falava da dor de todos os dias embarcar, mesmo quando o pôr-do-sol se fechava em tê-la despercebida.

Com os olhares longínquos sobre o resplandecer cintilantes pela manhã fria na Ilha de Luanda, ainda com a dor do corpo paisajado que se mantinha figurado à noite de pescado, Franscisco manteve calado, com os lábios entre as salinas nos seu rosto. Chegava à beira com a canoa vazia, sem se saber que, o pescador morto de fome, com as vistas inchadas e vermelhadas, por mais teimoso que foi, pescou numa noite de pranto, sozinho.

A chegada foi, de tal modo, que se conteve ao fixar-se sobre os olhos dos clientes, fora as preocupações exacerbadas de ir à casa vazio, viu-se intacto a esposa com um semblante amuado e sorriso disfarçado, mas, ainda assim, jorrava lágrimas de alegria, pois sentia-se no seu amor de aparição que ficava na foz das nascentes do seu barco sempre que ultrapassasse qualquer obstáculo numa noite no desvão, por mais que não trazia nada, vindo com o corpo de vestementa passado numa pesca disparido onde o silêncio brotava ao seu redor.

Maria  ficava nostálgica em choro debruado à fala, ao ver suas pernas levante à banheira de água morna para lhe poder lavar, aquando disso, em poucos minutos, meia à volta viram-se rodeados dos filhos que, se se abrissem à boca, ficariam logo tristes. Caóticos e enternecidos, um deles, com a língua afinada sobre questões de a vinda do pai, em pequenos gestos que, traduzia grito no silêncio, foi interrompido pela mãe, quando os outros oravam unanimemente para que, pela próxima, haja qualquer coisa em casa.

Francisco se levantou, já com intrudo na cabeça, falava-os levemente da dor, do sacrifício tenaz, tralados pelas ondas do fundo do mar, com seu coração que jorrava de júbilo fragmentado de discurso sob  curso relembrando dos momentos de travessia no mar, dentro dele, mostrava rio, daqueles dias de  difíceis embarques  mas com esperança a sombra culminante de cada madrugada.

Como se desconhecessem a escuridão dos ventos aventados, sacrifícios cajados sobre os braços remandos torcidas de velas fivava debaixo do seu consciente. Nestes momentos, ninguém sabe as razões que dura uma noite de pescado. Sentava-se aos pés duma tábua enquanto a mulher olhava suavemente nos seus lábios, às pressas, ainda lhe implorava para não soltar outros segredos do mar, porque do filho é sempre bom limitar o assustar.

Dali para frente, continha na sua memória, ainda que viesse de madrugada escura, clara ou cinzenta de pejo coitado avistado pelos filhos, saberia que; a família não sente o vazio que passa em escuridão, mesmo quando a sede esquecida pelos movimentos ondulados de calemas que fazem vai e vem na pretensão de vir a um embarque.

 


UMA BELA LIÇÃO DE VOLTAIRE

Por Humberto Pinho da Silva (Porto, Portugal)

  

Li numa antiga gramática de Claude Augé, esta curiosa história, que é excelente lição para todos os preguiçosos.

Voltaire tinha sido convidado para almoçar em casa de amigo, em dia chuvoso. Ao vestir-se verificou que os sapatos estavam sujos e enlameados.

Desgostoso, encrespou-se asperamente com o criado encarregado de os limpar, que respondeu muito ligeiro:

- "Limpar! Para quê?! Com o tempo que está, logo ficam cheios de lama! Vossa Mercê logo vê, que não vale a pena!"

Voltaire concordou, e saiu com os sapatos sujos até à fivela.

Já ia o amo na rua, muito açodado, quando assume à janela, o criado aflito, fazendo grandes gestos:

- " Ó Senhor Voltaire! Ó Senhor Voltaire! Vossa Mercê esqueceu-se de me deixar a chave da dispensa. Eu não tenho na cozinha o suficiente para confecionar o meu almoço!..."

Então, o autor de " Cândido" com sorriso escarninho, que lhe era peculiar e, usando as mesmíssimas palavras do criado madraço, ripostou todo lesto:

" A chave! A chave da dispensa para quê?! Com o decorrer das horas logo voltas a ter fome!... Deves ver, que não vale a pena!"

E assim Voltaire, seguindo calmamente seu caminho, deixou o criado embasbacado.

Deste modo o filosofo deu ao seu serviçal, bela lição; não só ao criado, mas a todos os que, por preguiça, deixam de cumprir suas obrigações, argumentando que em curto espaço de tempo, tudo fica emporcalhado, obrigando a novo trabalho.

A PEÇONHA DA TELENOVELA

Por Humberto Pinho da Silva (Porto, Portugal)

 

Conta D. Francisco Manuel de Melo, que caminhando, em frigidíssimo dia, por terras de Espanha, abrigou-se a estalagem, em que a dona e suas filhas escutavam a leitura de novela e, tão enredadas estavam que apesar dos rogos, não foram capazes de o atender, indo hospedar-se noutra pousada.

Vejamos o que diz o escritor do século XVII acerca das meninas embebidas na apaixonante novela: " Poucos dias depois as novelas foram tanto adiante, que cada uma das filhas daquela estalajadeira fizeram sua novela, fugindo com seu mancebo do lugar, como boas aprendizes da doutrina que tão bem estudaram" – " Carta de Guia"

Se simples leitura de novela de amor, causou tal desventura, o que pensar das telenovelas de certos canais de televisão, transmitidas em nobres horários, a cores, com cenas degradadas; com sexo quase explicito, excitando impulsos de mocinhas e mancebos; mostrando episódios promíscuos, abundantes de meninas de papá, a " transar" com o primeiro rapazinho que deparam, ou o namorado que mal conhecem?

Acérrimas críticas surgem, a cada passo, na imprensa, de educadores e pedagogos, principalmente no Brasil, censurando asperamente o desplante de projetarem cenas asquerosas, recheadas de diabólicas intrigas, e inauditos procedimentos.

Existem carradas de razão para tanta repulsa, mas, a meu ver, não são as cenas de nudez – que espevitam impulsos naturais, – o maior mal; já que as imagens são tão frequentes na mass-media, que quase não chocam; mas sim, a peçonha das ideias liberais que pretendem inculcar; os conceitos, as atitudes aviltantes; e, a linguagem de bordel, travada em íntimos encontros familiares, como se fosse o retrato, a imagem da vida atual da família brasileira.

Dir-me-ão: mostram a realidade. (Será?). Abordar temas que preocupam a coletividade, não é a missão da telenovela? Ser o espelho da sociedade?

Pergunto ao leitor atento: Não será o contrário – a sociedade o espelho da telenovela?

Porque, voluntariamente ou involuntariamente, difundem: a moda, a maneira de pensar, o comportamento e, a linguagem do povo, que tudo copia, abraça e imita.

Para finalizar, pergunto ainda: Não serão os meios de comunicação social, os principais responsáveis pelo – parecer, degradação dos costumes, desagregação da família, e ainda a ausência de pejo e decoro de muita juventude?

Creio que sim. Se o leitor costuma refletir, não deixará de ponderar sobre os enredos das telenovelas, que deviam e podiam ser excelentes meios de difusão de cultura e formação moral e cívica dos cidadãos; mas não são

O PAPEL DA RELIGIÃO NA REALEZA

Por Dom Augustus Bragança de Lucena (Rio de Janeiro, RJ)

A religião tem desempenhado um papel significativo na relação entre a realeza e a esfera espiritual ao longo da história. O papel da religião dentro da realeza pode variar dependendo do país, da cultura e da época em questão.

Em muitas sociedades, a religião desempenha um papel crucial na legitimação do poder real. A realeza frequentemente reivindica sua autoridade como uma concessão divina, sustentando que eles são escolhidos por Deus ou estão intimamente ligados a uma ordem divina.

 A coroação dos monarcas é tradicionalmente uma cerimônia religiosa, onde o soberano é ungido e consagrado em conformidade com os rituais e tradições da fé predominante em seu país. Essas cerimônias reforçam a conexão entre a realeza e a religião, enfatizando a sacralidade do papel do monarca.

Muitas monarquias historicamente assumiram o papel de patronos da religião oficial do país. Os monarcas apoiam as instituições religiosas, protegem os líderes religiosos e financiam a construção de templos, igrejas e outros locais de culto. Essa função de patronato real pode garantir a influência da realeza na esfera religiosa e a colaboração mútua entre a coroa e a hierarquia religiosa.

A realeza muitas vezes assume o papel de defensora da moralidade e dos valores éticos da sociedade, em linha com os princípios religiosos. Os monarcas frequentemente promovem causas religiosas, apoiam a caridade e desempenham um papel ativo na promoção de questões sociais e humanitárias de acordo com os ensinamentos religiosos.

 Em algumas monarquias, o soberano é considerado o líder espiritual da nação. Eles são vistos como um símbolo da unidade nacional, agindo como um elo entre o divino e o terreno. Nesse papel, a realeza pode desempenhar um papel importante na promoção da unidade religiosa e na representação dos interesses espirituais do povo.

É importante ressaltar que o papel da religião na realeza pode variar amplamente de acordo com o contexto histórico, cultural e político. Algumas monarquias modernas são mais seculares, com uma separação mais clara entre a religião e a governança, enquanto outras ainda mantêm uma forte ligação entre a realeza e a fé.

 

Sobre o autor: Dom Augustus Bragança de Lucena é presidente da Academia de Filosofia e Ciências Humanísticas Lucentina – AFCHL.

CONFLITOS ENTRE CASAS REAIS

Por Dom Augustus Bragança de Lucena (Rio de Janeiro, RJ)

Os conflitos entre Casas Reais em Exílio podem ocorrer por várias razões, mesmo que sejam independentes umas das outras. Aqui estão algumas das possíveis razões para esses conflitos:

1. Disputas de sucessão: Um dos principais motivos para os conflitos entre Casas Reais em Exílio é a disputa pela sucessão ao trono. Quando há diferentes reivindicações  de vários ramos da família, pode haver rivalidades e disputas pela legitimidade do direito ao trono.Essas disputas podem ser baseadas em interpretações divergentes das leis de sucessão ou em diferenças de opinião sobre quem possui o direito legítimo ao trono.

 2. Conflitos territoriais: Algumas Casas Reais em Exílio podem reivindicar territórios específicos como parte de seu domínio ancestral. Isso pode levar a conflitos com outras Casas Reais em Exílio que também reivindicam esses territórios ou com governos estabelecidos que ocupam  essas regiões. Disputas territoriais podem  ser motivo de tensões e rivalidades entre as Casas Reais.

 3. Questões financeiras: A falta de recursos financeiros pode gerar conflitos entre Casas Reais em Exílio. Muitas Casas Reais podem enfrentar dificuldades econômicas após a perda de poder político e podem competir por recursos limitados, incluindo financiamento, propriedades e heranças. Disputas financeiras podem agravar as tensões e criar conflitos entre as famílias reais.

 4. Diferenças ideológicas e políticas: Casas Reais em Exílio podem ter diferentes visões ideológicas e políticas em relação ao seu papel na sociedade ou aos princípios pelos quais eles representam. Isso pode levar a divergências e conflitos, especialmente quando diferentes ramos da família têm opiniões discordantes sobre questões políticas ou sociais.

5. Ambições pessoais: Conflitos também podem surgir devido a ambições pessoais de membros individuais das Casas Reais em Exílio. Pode haver rivalidades internas pelo poder, prestígio ou influência dentro da família, o que pode levar a conflitos entre os membros. É importante lembrar que cada caso de conflito entre Casas Reais em Exílio é único e pode ser influenciado por uma combinação de fatores. Além disso, nem todas as Casas Reais em Exílio estão envolvidas em conflitos ativos, e muitas delas podem buscar soluções pacíficas e colaborativas para lidar com questões complexas de sucessão e legado.

Sobre o autor: Dom Augustus Bragança de Lucena é presidente da Academia de Filosofia e Ciências Humanísticas Lucentina - AFCHL. 

EXPOSIÇÃO VIRTUAL DE POESIAS - MUSA

EXPOSIÇÃO VIRTUAL DE POESIAS - ANIVERSÁRIO DA ACADEMIA TAGUATINGUENSE DE LETRAS - ATL

A MORTE SIMBÓLICA


Por Gilbson Alencar (Brasília, DF)


 

ANTERAS E ESTIGMA

Por Gilbson Alencar (Brasília, DF)



 

DISSEQUEI

Por Gilbson Alencar (Brasília, DF)


 

MARIA BAHIA

Por Maria Félix Fontele (Brasília, DF)


 

CARNAVAL

Por Gustavo Dourado (Taguatinga, DF)

 

Escolas de Samba, blocos

Multifaceta divina

Serpentinas e confetes

Viva pierrô e colombina

O Samba, choro, marchinha

Frevo, transmistura fina

 

Com Abre Alas, Chiquinha

E foi no entrudo sua origem

A multidão se sacode

Manda embora a fuligem

Cordões pelas avenidas

Balanço que dá vertigem

 

Noel, Ari, Pixinguinha

Jacob com o seu bandolim

Trio elétrico, folia

Armandinho, serafim

Com Dodô e Osmar no ritmo

Salve o Senhor do Bonfim

 

Joãozinho, Jamelão

Maxixe, xote, lundu

Ylê com os Filhos de Gandhi

Alceu no Maracatu

Olodum, Carlinhos Brown

Araketu, Curuzu

 

Tem Portela e Mocidade

Com Mangueira e Beija-Flor

Imperatriz e Salgueiro

Com o samba imperador

Tijuca e Viradouro

Carnaval é sedutor

 

Caprichosos e Rocinha

Império, Vila Isabel

O samba fez boa escola

Pela terra de Noel

Porto da Pedra e Estácio

Carnaval é puro mel

 

As máscaras fantasiam

Bom balanço cultural

No Cordão da Bola Preta

Pacotão monumental

Momo, Banda de Ipanema

Rainha do Carnaval

 

Todo mundo na folia

Em ritmo de paz e amor

No Carnaval da Bahia

Treme a terra em Salvador

Pelourinho pega fogo

Com axé, samba, calor

 

Pernambuco balanceia

No Galo da Madrugada

O Recife e Olinda pulam

O dia todo e noitada

Com o Frevo-Maracatu

Trio elétrico na estrada

 

Casa Verde, Tatuapé,

E tem Vai-Vai na alegria

Leandro com a X-9

Com os Gaviões na folia

Nenê de Vila Matilde

Mocidade, fantasia

 

A Camisa Verde e Branco

Unidos de Vila Maria

Peruche com Tom Maior

As Rosas de Ouro, poesia

Tucuruvi, Águia de Ouro

No samba do dia-a-dia

 

Bailes em todo o Brasil

Minas,Sul,Cerrado,Norte

O Nordeste pega fogo

Alma em teletransporte

Carnaval é luz poesia

Só com a vida, adeus morte…


Gustavo Dourado é presidente da Academia Taguatinguense de Letras. 

 

PONTO NULO NO CÉU: O QUINTO ELEMENTO

Por Clarisse Cristal (Balneário Camboriú, SC)

 

          A escuridão imperava, na estrada vicinal, a viela estava tomada por policiais militares e policiais civis, ao longe jornalistas, em vão, tentam tirar as suas fotografias e produzir vídeos, pois as máquinas digitais, não estavam funcionando na plenitude, poucos aparelhos eletrônicos funcionavam, a bem da verdade.

        Uma estranha ilha de luz, era aquele trecho da viela, a poucos metros da bem iluminada avenida movimentada, repleta de lojas de departamentos e escritórios. A viela, uma rua residencial, bem tranquila, ao final da mesma tinha um pequeno rio, nas duas margens opostas, haviam pequenos atracadouros, para pequenas embarcações e lanchas.

         — Tu engoliste, o papinho escabroso, daquela gótica esquisita? — Falou o investigador Mattos Gama, sem olhar para o tenente Bastos, pois o policial civil estava com os olhos ocupados.

        — Claro que não, tu viste o tal vídeo da madame bruxa? Alias! Qual o gótico ou gótica que não é esquisito? — Disse o tenente Bastos.

       — Assisti sim, e está na perícia sendo analisado, fiz uma cópia pra tu, é claro! — Falou o investigado e perguntou — Adivinha quem é a subcelebridade, que figura no filmete da madame bruxa?

       — Lucas Ribeiro, vulgo Luquinhas das dunas, vulgo Liquinho, vulgo Rato e por aí vai! — Respondeu o tenente da polícia militar.

       — Espertinho, ligou os pontos então! Começamos então a reconhecer um padrão aí, o marginal encontrado morto, com o pescoço quebrado, depois de um pequeno voo solo no submundo do crime! — Concluiu Mattos Gama, ainda com o olhar perdido, para a cena do crime.

        — Mas, deixemos isto para depois e me diz olhando este quarteto aí em cima? Amigo investigador da polícia civil e me diga qual é o teu olhar? — Perguntou o tenente da polícia militar, olhando para os corpos sem vida.

         — Posso dividir em múltiplos olhares, meu caro Watson. O meu olhar, a princípio, eu vejo a simetria, a equidistância perfeita, no vocabulário dos poetas clássicos e engenheiros civis. — Respondeu, o investigador da polícia civil e continuou — Estão com os braços em posição de Cristo e estão simetricamente equidistantes entre si, os corpos estão quentes ainda, na verdade em chamas.                      E aposto os fios da minha barba, que estão embranquecendo, que os relógios, que os nossos presuntos estão usando, pararam há três horas passadas. Mas isso tudo pode ser medido e analisado, agora mesmo. Mas os corpos, assim vai dizer o relatório do legista, que eles foram atingidos por uma onda, de deslocamento do ar, devido à explosão de uma bomba, que os projetaram contra uma parede. É isto, mas o que não se vê tenente Bastos? O que nem eu, nem o legista e mais ninguém pode ver agora mesmo?

           — Diante destes palhaços neonazistas mortos, eu posso te dizer algumas coisas, concordo contigo em gênero, número e grau. Eu só posso dizer, que eles foram interrompidos, inesperadamente, pois vejo sangue nos coturnos e hematomas nos nós dos dedos. E foram interrompidos, quando massacraram alguém, digo que é um pequeno coletivo, aposto. E com muita sorte, é bem possível que estejam em algum pronto atendimento, não muito distante daqui. E com as roupas cheias de evidências, dos crimes desses caras aí em cima. Mas, o que nem eu, nem o legista e mais ninguém pode ver agora mesmo? Simples, meu querido! Para onde eles estão olhando? E eu te respondo, para o quinto elemento, meu querido Sherlock Holmes!

           O tenente Bastos, chamou um policial militar, com ambas as mãos, pois os rádios não estavam funcionando. O agente da lei, se aproximou bem rápido, Bastos falou ao pé-de-ouvido do homem, o soldado saiu e voltou com uma escada portátil, retrátil e pequena de metal com quatro degraus. O enorme tenente Basto, armou a pequena escada, subiu até o último degrau, o militar tomou cuidado, para não tocar nas grades do muro, ficou na altura dos corpos e os encarou com desprezo, estavam com os olhos vidrados. Com dificuldade, se virou, tirou do colete uma caneta laser vermelha e apontou para onde as vítimas estavam olhando. O tenente teve então a visão dos homens mortos.

        — Bastos meu caro, creio que tu acabaste de enxergar, o que nem eu, o médico legista e mais ninguém poderíamos ver com precisão, para onde estes bastardos estão olhando. Passe, por favor, o binóculo visão noturna, para o tenente Bastos. — Falou Mattos Gama, para um policial militar que estava atrás dele.

         O policial militar, de baixa patente, sem se mexer, jogou o objeto para o superior, que ainda estava nas escadas. Bastos se curvou, pegou o binóculo, levou até os olhos e ajustou o aparelho, que funcionava precariamente.

        — Mattos Gama, meu caro, eu acabo de encontrar o quinto elemento, por assim dizer. — O policial não tirou os binóculos dos olhos enquanto proferiu essas palavras. Ajustou o foco e aproximou ao máximo, o que o aparelho pode suportar.

         No alto da Torre Xoclengue, o álgido vento soprava, um pequeno bando de aves negras e vagas, circundavam um corpo sem vida. Mais tarde, soubesse que era o corpo de Oskar Boere, vulgo polaco, o líder local do grupo neonazista Misanthropic Division, da secção local do Batalhão Azov. Preso, em posição de cruz, por tiras feitas das próprias roupas, jazia com o pescoço quebrado, o rosto estava voltado para o chão, com os olhos abertos, como quem apreciava a cena, que se desenrolava lá embaixo.

         O policial militar, desceu da escada retrátil, salvou uma das imagens no cartão de memória auxiliar, do binóculo militar de visão noturna, tirou o cartão, colocou no compartimento no lado esquerdo do uniforme, quebrando o protocolo militar. Chamou Mattos Gama, que estava a poucos metros dele, o policial civil que notou a coisa, nem se importou com a quebra do protocolo. Os dois agentes da lei, foram até uma viatura da polícia civil, longe dos olhares atentos dos outros agentes da lei.

         — Vamos ver o que temos para hoje, meu amigo Sherlock Holmes! — Falou o tenente Bastos, o oficial militar pegou um tablete no porta luvas da viatura e conectou um cabo USB ao binóculo.

        — O campo magnético, está passando, se dissipando lentamente, como sempre acontece, soube disse assim que ajustei a Betty para ver a fuça do cretino, lá em cima.

        — Betty! Ora, tenente! O que há? Se apegando a estas novas tecnologias digitais, por fim? — Brincou o investigado Mattos Gama.

       — Não enche Mattos, tu sabes que sou um homem carente de amor e carinho! — Respondeu o tenente Bastos.

       O policial militar, demorou para ajustar os filtros do aparelho, os chuviscos da tela de cristal líquido, pareciam uma velha TV preto e branco de tubo. Para pôr a imagem com total nitidez, o policial militar levou a mão na tela para aumentar o foco, Mattos Gama, se antecipou e levou a mão ao aparelho e focalizou o rosto do cadáver. Eram uma batalha, de mãos e dedos para ver quem melhor mexia no pequeno aparelho digital postado, no capô da viatura.

        — Quase isto soldado...Ops tenente! — Disse de forma irônica o policial civil.

         — Pensei que queria ver o rosto do elemento, não me atrapalhe! — Devolveu o tenente da polícia militar.

       — Quase lá, quero ver o pescoço somente. Quero ver as lesões, de esganadura no pescoço do meliante. Veja tenente Bastos, as mãos leves e dedos finos e delicados de uma mulher. — Falou Mattos Gama apontado para o pescoço de Oskar.

        O aparelho mediu e tirou um molde de uma mão de mulher, que deixou gravíssimas lesões no pescoço do homem, postado no alto da torre. Das muitas inconsistências, tabeladas pelo aparelho, o que mais chamou a atenção, dos dois experientes policiais, foram os formatos da mão versus a pressão feita no pescoço da vítima. E outras inconsistências, mais precisas sugerem depois, das necropsias dos corpos, com os laudos do legista, mas era o esperado pela dupla de policiais.

         — De uma certa florista eu suponho! — Disse o tenente Bastos da polícia militar.

        — Não suponha nada, caro amigo e irmão de combate ao crime! Vamos nos ater aos fatos e deixar as suposições de lado, pelo menos no momento presente. Nada de supor e imaginar, e vamos aos fatos para depois supor, tal como esse cara seminu foi parar lá em cima? E depois como ele ganhou as marcas no pescoço. E por aí fora meu irmão de luta. — Disse Mattos Gama com pesar.

Fragmento do livro: Em dias de sol e calor, em noite de tempestades e frio, Texto de Clarisse Cristal, poetisa, contista, novelista e bibliotecária de Balneário Camboriú, Santa Catarina.

 

 

OPERA MUNDI (DE TUDO QUE TE É AVARO)

 Por Samuel da Costa (Itajaí, SC) e Clarisse Cristal (Balneário Camboriú, SC)

 

''Dê-me tua mão, diz que tem saudade…

Esqueça nosso árduo passado, vaidade

Meu corpo febril, aqueça, junto ao teu

Sem receio, diz que me deseja, sempre.''

Fabiane Braga Lima

 

           Lenny passou em revista os seus equipamentos de trabalho, disposto na pequena bancada de trabalho. Dispostas, de forma aleatória, as sofisticadas e importadas máquinas fotográficas. Dos últimos modelos lançados no mercado mundial, passando por ultrapassadas máquinas analógicas, indo parar em os caros celulares e tablets. Mas, tinha a metálica voz, a orientação do pai: — Filme e fotografe tudo com equipamentos analógicos, nada destas bobagens eletrônicas atuais!

           — Madalena! Traga o teu kit de trabalho! E a tua mochila! — A dona da casa, ainda estava olhando profundamente, para o que de melhor tem à sua disposição. Evitava olhar para a assistente de produção, como quem admite uma derrota inevitável.

          — Madame? — Atônita a assistente olha para o chão, sem saber o que fazer ou dizer.

          — A tua câmera bag, sua infeliz, aquela que te dei de presente, não sei quando! — Lenny se vira e jogou a chave do carro, para a assistente que pega no ar. — Deixa a tua motoneta velha, aqui e vá pegar tudo, o que tens em casa, os tripés não precisa, eu vou usar os meus. Vai guria! — O grito bem alto, da dona da casa, fez estremecer a pequena assistente de produção, que girou nos calcanhares e se dirigiu até a garagem da casa.

            Lenny bem sabia, que a assistente de produção tinha tudo o que ela precisava, naquela hora. A velha tecnologia mecânica, as velhas polaroides, os rollei flexes e uma série de velhas câmeras analógicas, equipamentos difíceis de encontrar no mercado. Colecionadora, da velha tecnologia fotográfica analógica, Madalena é a cara da corrente da foto-arte, ela é ligada umbilicalmente, de corpo e também de alma, ao movimento do romantismo. Madalena, é uma alma velha, uma pessoa de rara estirpe e difícil de ser encontrada.

           A jovem e sonhadora Madalena que é, não se encaixa mesmo, na atual avalanche da tecnologia digital, do entre séculos. Lenny também sabe do amor platônico da assistente por ela, muitas das vezes, Lenny pensou em levar a assistente de produção para a cama. Mas, Lenny não mistura a vida profissional, com vida pessoal, em definitivo as aventuras de Lenny, eram fora de casa e fora da esfera da vida profissional.

         Lenny olhou para o velho relógio na parede, não demoraria muito para as duas modelos chegarem e a fotógrafa partiu para o vestíbulo, foi até as araras separar os figurinos, que pretendia usar na secção de fotografias. A fotógrafa, pensa na mãe zelosa, se um dia visse a filha casula adorada, trabalhando de assistente de produção, a requintada senhora desmaiaria na hora. Lenny sorriu para si mesmo, pois nunca esteve tão feliz e realizada na vida. Ela não se sentia assim, nem mesmo quando dispensou o ex-namorado obtuso. Um jornalista bonachão, alto e acima do peso, frágil intelectualmente, um típico membro da classe média interiorana e praiana, com pretensões as classes altas, que não conhece nada, para além da segurança tranquila, do mundo que vive.

           A fotógrafa pensou em ligar para a assistente, para apressá-la, mas prefere ir até a varanda e acender um cigarro, os cigarros mentolados emprestados de Madalena. Cedo, Lenny pegou emprestado um maço, da balsa da assistente, sem pedir. A fotógrafa, não se reconhecia naquela hora, sempre fora livre é verdade, mas sempre sentiu um alguém, que lhe sussurrava ditames, aos seus ouvidos, um som quase inaudível. Ela sempre sentiu algo estranho e vago, de um não pertencimento profundo, de tempo e no espaço em que existia.

E de repente, vem uma lembrança difusa e distante da infância, uma lembrança vaga e adormecida, que ressuscitou atroz, uma visita inesperada, que o senhor Otto Von Blumenthau fizera. De forma abrupta, o político interrompeu as atividades corriqueiras na capital e sem avisar ninguém, ele foi se juntar à família, estavam todos de férias de verão, no litoral. A família toda, estavam na orla da praia, que a poucos dias tinha sofrido um engordamento da faixa areia, recentemente.

          Em um aparelho de rádio, um locutor histérico, que discursava contra o engordamento da faixa de areia da praia. O pai de Lenny, estava sentado em uma confortável cadeira alugada, para turistas, ele estava com o aparelho de rádio no colo. O portentoso senhor Otto Von Blumenthau, alheio ao que ocorria à volta dele, estava lendo um jornal, de circulação nacional, e o político tinha um portentoso charuto cubano apagado na boca. No céu azul, sem nuvens, as aves marinhas grasnavam no alto, a mãe de Lenny, como sempre, estava ao lado do marido. Ambos bem vestidos, com as suas respetivas e mediterrâneas roupas italianas de veraneio, o elegante casal, abrigado por um chamativo guarda-sol. E os irmãos de Lenny? A fotógrafa não sabia onde estavam, só ouvia eles que gritavam um para o outro: — A bola! A bola! Chuta a bola! — Os dois riram alto. Também tinha o vento ameno, o barulho do vento levantando as areias e as ondas que quebravam na orla da praia.

          E distante, tinha o álgido abismo gelado, Lenny caminhou até a beira do abismo álgido. A pequena Lenny, saiu de perto dos pais e caminhou e distante veio os gritos histéricos da mãe e Lenny voltou os olhos para trás. O pai baixou o jornal, ele ainda estava com o charuto na boca, agora aceso, naquela hora ele ergueu o jornal na altura dos olhos. E a mãe de Lenny, correu até ela e abraçou, a ergueu do chão e voltaram para onde estavam instalados. A Loretta, a mãe de Lenny, estava chorando, parou para gritar com a babá e para os seguranças particulares. Depois, de forma abrupta, se voltou para o marido incólume.

         — Vamos embora Otto, chega Otto, vamos voltar pra casa agora!!! Um bicho, ela chegou perto do bicho — Os gritos estridentes da esposa do político, chamaram a atenção de todos e todas.

          — Cala boca mulher! É só um sphyrna e ainda é só um filhote!

         — Um o que? — Disse atônita, a esposa do político.

         — Um pequeno tubarão-martelo, é um filhote ainda e ainda vai crescer! — Respondeu tranquilamente o político e continuou — Eu já vi maiores e mais vorazes, lá no congresso nacional! — Otto falou, com o charuto na boca, ele tinha se voltado os olhos para o jornal, enquanto Loretta chorava com a pequena Lenny nos braços. A babá sorria, os seguranças sorriam e o atormentado chefe de gabinete de Otto sorriu seco!

          De volta, ao tempo presente, a fotógrafa de profissão Lenny, acessou na mente a fotografia do filhote de tubarão-martelo, Otto mantinha reproduções da fotografia, em seus ambientes de trabalho. E de volta às lembranças da infância, onde o pai de Lenny a presenteara uma máquina fotográfica descartável, que Otto Von Blumenthau, tinha comprado de um vendedor ambulante na calçada da praia.

           O pai de Lenny, deu a ordinária máquina fotográfica, como quem dá um caríssimo brinquedo, cara para uma criança. Otto, simplesmente deu para a pequena Lenny, sem dizer nada, sem dar instruções. E lá foi, feliz da vida, a pequena Lenny, tirar uma fotografia do pequeno Sphyrna. O pequeno animal ficou preso, em uma piscina, que se formou, devido ao engordamento da praia.

De tudo que lhe é avaro, foi assim que a fotógrafa Lenny, produziu a sua primeira fotografia, e foi assim, que o pai de Lenny, orgulhoso pela filha, mandou revelar a inusitada fotografia e depois de ter a fotografia em mãos, mandou reproduzir, ampliar e emoldurar a fotografia feita pela pequena filha.

        O barulho da porta da garagem se abrindo lentamente e trouxe Lenny para a realidade, em que vivia. E a fotógrafa profissional, tragou com prazer a fumaça do cigarro e foi ver se Madalena cumpriu, a tarefa que ela tinha dado ou escutaria uma avalanche de desculpas vagas e tolas.

 

Fragmento do livro: Em perpétuos ciclos, de Samuel da Costa, poeta e contista, em Itajaí, Santa Catarina

Contato: samueldeitajai@yahoo.com.br

Argumento de Clarisse Cristal, bibliotecária, contista, novelista e poetisa, em Balneário Camboriú, Santa Catarina.

 

 

CLARICE COM C (1ª E 2ª PARTES)

 Por Clarisse da Costa (Biguaçu, SC)

Clarice com C - 1 ª primeira parte   


        No filme a personagem diz que "tudo que você precisa é da humanidade". Mas como se a humanidade destrói a si mesmo? Eu acho que precisamos um pouco mais de fé e aprender a amar de verdade. Não vejo a humanidade salvando a si mesmo.
       Clarice com C, como gostava de deixar bem claro, acreditava numa humanidade que buscava o caminho certo. A tal humanidade que Deus tanto falou nos seus ensinamentos. Mas nessa humanidade que ela via numa guerra diária, entre preconceitos, desigualdades, violências, uma guerra extrema, ela tinha pavor. Se perguntava como o mundo ia mudar se a humanidade fosse capaz de ficar perdendo tempo se destruindo.
       Ela acordava diariamente sempre tomando o seu café e lendo trecho do seu livro favorito, "Jardins da Alma". Nas primeiras linhas do livro ela aprendeu que o tempo é determinado por nós. Você que está lendo isso deve estar se perguntando: Mas como isso?   
         Segundo o livro: O sofrimento é a casa de todas as dores. É o processo que nos coloca em aprendizado. Você aprende a lidar com cada dor. O choro, o que para alguns é sinal de fraqueza, o choro mostra a sensibilidade de uma pessoa. E junto ao sofrimento vem o tempo, o tempo de cada processo que o ser humano passa. Uma necessidade para a evolução humana, determinar o tempo, desacelerar as coisas...


                                        Clarice com C - 2ª parte         

         Se você parar para pensar, o vazio é uma coisa cheia de tudo. Tudo aquilo que temos e mesmo assim nos sentimos num vazio tão grande, porque o ser humano está sempre buscando o que está fora do seu alcance. É como querer ir à lua sem ter a possibilidade de estar lá. 
         Certa vez atravessando a Rua Dom Bosco viu um senhor de cabelos quase brancos, sentado na calçada, ele olhando fixamente para ela lhe disse: - O que tanto procuras? Desde o outro lado eu vi o seu olhar em todas as direções. Vou lhe dizer uma coisa menina, o ser humano jamais vai se sentir completo, sempre vai ter aquela sensação de que algo lhe falta. E a felicidade vai ser sempre um mistério para a humanidade, pois o ser humano sempre vai se colocar em dúvida. Será que eu sou capaz de ser feliz?   
           Depois dessas palavras, o senhor tirou da sua bolsa um livro e deu-lhe. Ela agradeceu sorrindo e seguiu até a sua casa em silêncio. Chegando em casa ela viu o nome do livro, Jardins da Alma. Clarice então perguntou a si mesmo: - Será que ele era o autor do livro? Mas o que fazia ali na calçada?
           Abriu uma das páginas marcada com pedaço de papel vermelho e nele viu um trecho marcado com lápis amarelo: - Tanto faz os choros, os tombos, os fios brancos chegando, só não deixe de viver tudo aquilo que você pensou para você. Há muito mais para ser visto além da sua janela.


Clarisse da Costa é poetisa, contista, cronista e designer gráfico em Biguaçu, Santa Catarina. 

Contato: clarissedacosta81@gmail.com

 

DOR

Por Samuel da Costa (Itajaí, SC)


Para a poetisa Patrícia Raphael

 

Entre atos, fatos e retratos

Pregados nas paredes

Eu prossigo a te amar

***

Das muitas verdades inventadas

As mentiras verdadeiras

Eu só prossigo

A te amar

***

Entre atos, fatos

E notas de repúdios

Eu prossigo a te amar

Eu só prossigo a te amar!

***

Das imortalidades das almas

E só sei da impossibilidade

De te amar

Eu sei

Já não posso mais te amar

***

De acordos de paz

E declarações de guerras

Vou desistir de te amar

Vou parar de te amar

Eu decido parar de te amar

Vou tentar parar de amar

Eu parei de te amar


Samuel da Costa, poeta, novelista e contista, em Itajaí, Santa Catarina

Contato: samueldeitajai@yahoo.com.br

 

APAIXONADA

Por Fabiane Braga Lima (Rio Claro, SP)

 

No silêncio do meu quarto,

Você sempre está,

Sinto o seu gosto,

O seu corpo deslizando sob o meu,

Fico alucinada

Os meus pensamentos voam.

Delirando, me entrego toda,

Os seus dedos passeiam sob mim

Deixando-me cada vez mais excitada.

***

Me entrego, viajo de prazer,

Faminta, mordo os meus lábios

Sob o seu corpo suado,

Faço os seus gostos...

Meu moço abusado!

Apaixonada, jogo-me... deixo-me ser domada,

Não resisto,

Rendo-me aos seus fetiches.

***

O meu extinto pede mais,

Insaciada, toda apaixonada…

Fico toda molhada de tesão,

Só por você...!


Fabiane Braga Lima é poetisa, contista e cronista, em Rio Claro, São Paulo.

VIRGEM MARIA

Por Liécifran Borges Martins (Cariacica, ES)


Virgem Maria quero

ser igual a ti.

Mãe de jesus seu

exemplo quero seguir.

 

Oh mãe querida ensina-me,

a ser como você.

Meus caminhos a ti pertencem.

Meus sonhos a ti consagro.

 

Nossa Senhora, minha mãe.

Mãe de jesus, virgem é Maria.

Mansa e humilde de coração.

Suas vestes me tocastes a conversão.

 

Obediente foi Maria.

Exemplo de mulher.

Oh Mãe santíssima.

Pura no amor de Deus.

 

Virgem Maria quero te seguir.

Seus passos vou seguir.

Seu exemplo é para mim.

Minha mãezinha.

LAR

Por Liécifran Borges Martins (Cariacica, ES)


Qualquer lugar que me

sinto em casa chamo de lar.

Meu doce lar.

Ai meu lar.

Doce lar.

 

Meu quarto é o meu abrigo.

A minha cama meu aconchego.

Meu coração minha calmaria.

O meu cheiro em poesias.

Lar doce lar.

 

Sinto paz.

A minha alma é meu doce lar.

O meu quarto, livros e o ar.

Tudo isso faz eu ser lar.

 

MEU CORAÇÃO ESTÁ CHEIO DE GRATIDÃO

Por Liécifran Borges Martins (Cariacica, ES)


Coração alegre e grato assim está meu coração.

Muitos motivos são para poesias transbordar.

Inúmeros pretextos tenho para te amar.

Grata sou, coração alegre está.

 

Você é minha inspiração de amar.

Meus versos de paixão ao ar.

Sou grata pelo nosso amor.

Com você eu vou para onde for.

 

Como é bom acordar ao mar.

Trabalhar com aquilo que ama.

Aprender mais e mais.

Ter por perto os meus pais.

 

Felicidade boa é essa.

Só me traz paz.

Quero te amar mais.

Ser mais um amor.

 

Gratidão ao ar.

Gratidão ao mar.

De amor estou transbordando.

De poesias estou me inspirando.


Liécifran Borges Martins é acadêmica imortal da Academia Interamericana de Escritores - AINTE.