Por Clarisse da Costa (Biguaçu, SC)
Clarice com C - 1 ª primeira parte
No filme a personagem diz que
"tudo que você precisa é da humanidade". Mas como se a humanidade
destrói a si mesmo? Eu acho que precisamos um pouco mais de fé e aprender a
amar de verdade. Não vejo a humanidade salvando a si mesmo.
Clarice com C, como gostava de deixar
bem claro, acreditava numa humanidade que buscava o caminho certo. A tal
humanidade que Deus tanto falou nos seus ensinamentos. Mas nessa humanidade que
ela via numa guerra diária, entre preconceitos, desigualdades, violências, uma
guerra extrema, ela tinha pavor. Se perguntava como o mundo ia mudar se a
humanidade fosse capaz de ficar perdendo tempo se destruindo.
Ela acordava diariamente sempre
tomando o seu café e lendo trecho do seu livro favorito, "Jardins
da Alma". Nas primeiras linhas do livro ela aprendeu que o tempo
é determinado por nós. Você que está lendo isso deve estar se perguntando: Mas
como isso?
Segundo o livro: O
sofrimento é a casa de todas as dores. É o processo que nos coloca em
aprendizado. Você aprende a lidar com cada dor. O choro, o que para alguns é
sinal de fraqueza, o choro mostra a sensibilidade de uma pessoa. E junto ao
sofrimento vem o tempo, o tempo de cada processo que o ser humano passa. Uma
necessidade para a evolução humana, determinar o tempo, desacelerar as
coisas...
Clarice
com C - 2ª parte
Se você parar para
pensar, o vazio é uma coisa cheia de tudo. Tudo aquilo que temos e mesmo assim
nos sentimos num vazio tão grande, porque o ser humano está sempre buscando o
que está fora do seu alcance. É como querer ir à lua sem ter a possibilidade de
estar lá.
Certa vez atravessando a
Rua Dom Bosco viu um senhor de cabelos quase brancos, sentado na calçada, ele
olhando fixamente para ela lhe disse: - O que tanto procuras? Desde o outro
lado eu vi o seu olhar em todas as direções. Vou lhe dizer uma coisa menina, o
ser humano jamais vai se sentir completo, sempre vai ter aquela sensação de que
algo lhe falta. E a felicidade vai ser sempre um mistério para a humanidade,
pois o ser humano sempre vai se colocar em dúvida. Será que eu sou capaz de ser
feliz?
Depois dessas
palavras, o senhor tirou da sua bolsa um livro e deu-lhe. Ela agradeceu
sorrindo e seguiu até a sua casa em silêncio. Chegando em casa ela viu o nome
do livro, Jardins da Alma. Clarice então perguntou a si mesmo: - Será que ele
era o autor do livro? Mas o que fazia ali na calçada?
Abriu uma das
páginas marcada com pedaço de papel vermelho e nele viu um trecho marcado com
lápis amarelo: - Tanto faz os choros, os tombos, os fios brancos chegando, só
não deixe de viver tudo aquilo que você pensou para você. Há muito mais para
ser visto além da sua janela.
Clarisse da Costa é poetisa,
contista, cronista e designer gráfico em Biguaçu, Santa Catarina.
Contato: clarissedacosta81@gmail.com
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