Por Clarisse da Costa (Biguaçu, SC)
Menina
Solta
Dama dos
fios cacheados,
Teu
sorriso é só alegria.
Sei que
escondes suas dores
Como
também eu sei
Que tem
sonhos.
Seu jeito
faceiro
E formas
intensas de viver a vida
Traz
contigo
A força
da mulher guerreira.
És
inspiração, luz e emoção!
Tens a
leveza no olhar…
És menina
solta,
Pronta
para voar!
Insegurança
da Mulher
Acho que muita insegurança da mulher é fruto de uma
educação machista que é dada a ela. Como assim? Primeiro que a mulher é
ensinada a cuidar do homem e a obedecê-lo. Segundo a cuidar da casa e terceiro
a cuidar dos filhos.
Ela não é
preparada para cuidar da sua vida, de ter iniciativa própria, de lutar pelos seus
objetivos... Muitas até acham que precisam de uma aprovação. Então quando estão
diante do início de um relacionamento bate aquela insegurança.
Talvez medo de não saber como agir, o que fazer...
Alguns até acham que nada sabem sobre o sexo quando estão diante um homem mais
vivido. E falar sobre esse assunto é difícil para muitas mulheres. Bate também
aquela insegurança com relação ao corpo. Criaram a mulher pra ser frágil e
assim querem que ela seja. Mas as coisas mudam.
E é bom essas transformações. Fico feliz quando
outras mulheres procuram entender as coisas e encontram apoio de outras
mulheres. Porque a mulher tem mesmo que apoiar umas as outras. Essa rivalidade
entre nós mulheres não nos ajuda apenas prejudica.
O
Mistério de Ângela
Fragmento
Capítulo
1: Aceitar a Morte
Repentinamente a porta se abre e o vento forte que
lá fora está adentra a casa. Os passos aceleram conforme se aproxima e fica no
ar um forte perfume. O olhar fica à procura e encontra aquele que estava por
vir.
O submundo de Demétrio a leva para o desconhecido.
A porta trancada há anos traz-lhe uma curiosidade fervente. Demétrio desce as
escadas rapidamente sem olhar para trás. O vento ecoa pela casa como uma
cantora de ópera a se apresentar em um grande teatro, assim as portas se abrem.
O abre fecha das portas a deixa atordoada. E aquela porta misteriosa de jeito
algum se abre. Ângela não se atreve a abri-la. Vai direto para a cozinha
e ali fica tomando um gole do seu café. O café parece um espelho, e ali
vê nuvens de chuva se aproximando.
A fresta da janela com apenas alguns vidros, na sua
direção, deixa o vento bater no seu rosto. Seu cabelo bagunçado não nega o
forte temporal que estava por vir.
Com a chuva caindo, Demétrio a chama. Abre a porta
e nada encontra além da chuva e o vento que apavora com o seu canto constante.
Ela entrou de volta e misteriosamente viu Demétrio no sofá.
O seu olhar fixo e sedutor convidava-a para uma
noite quente de amor. A jovem mulher ajeita o decote e como por querer deixa os
seios de fora. Quando percebe, olha e não o vê mais onde estava. Ela sobe os
degraus da escada à espera de encontrá-lo em seu quarto e o que vê é apenas
papéis caídos ao chão. Talvez derrubados pelo vento.
Demétrio estava na cozinha tomando o seu café
amargo acompanhado do velho biscoito natalino feito pela sua Tia Antonella. Ao
seu lado a sombra do reflexo da lua nebulosa.
Ela, debulhada em papéis velhos, encontra uma carta
e a leva com sigo entre os seios para a sala. Sentindo o cheirinho de café a
jovem vai até a cozinha, por algumas frações de segundo apenas encontra a
xícara vazia e no ar o perfume inconfundível de Demétrio. Percorre a casa
inteira e o encontra lendo o jovial Jornal Andar de Bicicleta.
Senta ao lado dele e não consegue entender a frieza
com que este homem olha o jornal sem ao menos dar um sequer olhar para ela.
O tempo
todo ela dizia eu estou aqui e Demétrio não esboçava uma reação se quer. O seu
olhar era direcionado ao jornal. Ela apenas tinha que se contentar ao estar do
seu lado. Então foi aí que ela teve a ideia de lhe escrever um bilhete.
— Ele sempre leu os meus bilhetes, vou escrever um.
— pensou.
O bilhete
dizia: "Meu amado, meu perfume está por toda parte desta casa, mas é o
seu perfume que sinto. Por mais que a minha presença não seja notada, eu estou
aqui te amando com o meu olhar e o coração a pulsar por ti! Olhe para o lado e
veja você em mim, no meu olhar a te amar sem espaço para chorar a sua falta de
atenção, pois sempre estarei aqui para você".
O bilhete ela deixou no colo de Demétrio, e por
incrível que pareça nem o toque de suas mãos esse homem sentiu. As mãos de
Ângela corriam suas pernas com o bilhete em uma das mãos. Imóveis sempre, para
a surpresa da jovem. E o seu olhar ainda permanecia sobre o jornal. O que ali
tanto lhe interessava?
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