terça-feira, 1 de dezembro de 2020

PEREGRINO

 

Por Samuel da Costa (Itajaí, SC)

Para Aristides Souza Maia

 

Na primavera dos povos

Foste tu a criar divinais asas

Nos pés

E flanar livremente

No tempo atemporal

E no espaço 

***

Em todas as primaveras

De todos os povos reprimidos

Foste tu a criar sibilinas

Asas nos pés

E voar infinitamente 

Nas impossíveis alturas

***

Na infindável primavera

De todos os povos sub-jugados

Foste tu a voejar heroicamente

Em uma jornada eviterna

Trans-oceânica

Até os confins do novo mundo

Para ouvir em êxtase

  O dulcíssimo bel canto

Magnificente da Iara amazônica


 

 

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