Por Clarisse Cristal (Balneário Camboriú, SC) e Samuel da Costa (Itajaí, SC)
‘’Esperando por
você.
Supra
o meu querer.
Venha
meu Poeta, faça-me crer.
Recite
poemas de amor, recite!
Crie
uma síntese no decorrer,
Madrugada
afora sacie os meus gostos.
Ouse
nos versos, deixe acontecer...!’’
Fabiane Braga Lima
Os
avatares, olhavam do alto e poucos metros de Alejandro Contreras, o outrora
investigador de primeira classe, o olhar gélido e o silêncio abissal deram a
impressão de suspender o tempo em um tempo atemporal.
— Decora sobre Roberto Martinez, o magnífico reitor? — E uma voz sintética, os
três avatares disseram ao mesmo tempo.
— Não! — Disse Alejandro Contreras e um tom choroso.
— O senhor investigador de primeira classe Alejandro Contreras Allendes,
patente AS2-7524! O senhor, investigador matou Roberto Martinez, o magnífico
reitor? — Perguntaram os três avatares em uníssono.
Alejandro, ouviu uma ladainha de Roberto Martinez, repetida várias vezes, era
uma linguagem alienígena, perdida no espaço tempo de tão antiga. A reza, chegou
aos ouvidos de Alejandro, vindo de muito longe, uma reza alienígena que o
investigador entendeu bem. Um homem idoso passou pelo portal à frente de
Roberto Martinez.
— O senhor, investigador matou Roberto Martinez, o magnífico reitor? —
Perguntaram mais uma vez os três avatares em uníssono.
— Não! — Gritou em desespero o investigador!
— Logo depois de executar o Roberto Martinez júnior, o magnífico reitor? —
Perguntaram os três avatares em uníssono e continuaram — Investigador de
primeira classe, Alejandro Contreras Allendes, patente AS2-7524! O senhor
executou os elementos criminosos nas dependências do Hotel beira-mar de estadia
prolongada, localizada na zona portuária?
— Não! Roberto só queria vê-los punidos! Fomos contra, mas ele fez tudo sozinho
— Gritou Alejandro Contreras Allendes, desta vez com uma voz envelhecida.
O homem idoso, passou pelo portal e seguido por uma horda de bestas, as negras
hostes espirituais, piratas transmutados executando os criminosos. Os gritos em
cada estocada, choros e gritos dos elementos ao deslumbrarem as feições dos
piratas demônios. Alejandro sentiu tudo como se fosse ele mesmo casa vítima
tombada.
— O senhor investigador de
primeira classe Alejandro Contreras Allendes, patente AS2-7524! O que houve com
os guarda pretorianos, no naquele dia trágico nas dependências do Hotel
beira-mar de estadia prolongada, localizada na zona portuária? — Perguntaram os
três avatares digitais, em uníssono.
— Os trajes foram hackeados e
as memórias dos pretorianos também! — Disse um Alejandro mais
contido.
— O senhor investigador de
primeira classe Alejandro Contreras Allendes, patente AS2-7524! O senhor atraiu
os seus superiores Diego Gomez, o comandante chefe da guarda pretoriana, Raul
García, o delegado chefe dos investigadores e pôr fim Gael Pérez, o médico
chefe dos legistas! Os membros, remanescentes da confraria clube dos cinco,
também conhecido como clube dos assassinos? — Perguntaram os três avatares
digitais, em uníssono de forma avassaladora.
— Não! — Gritou Alejandro se
contorcendo e a visão, de envolver os seus superiores presos em um domo
eletromagnético e ele mesmo sacando de uma pistola de pulso magnético e
executando os seus superiores.
— O senhor, programou o vosso
veículo funcional para ir até a sede do serviço de segurança e acessar os
bancos de dados usando as credenciais dos seus superiores executados pela vossa
pessoa? — Perguntaram os três avatares digitais, em uníssono.
Alejandro não respondeu, o
investigado se contorcia, ele sentado em uma desconfortável cadeira, com as
mãos que repousavam na mesa de aço. As perguntas chegavam e se apavoravam, pois,
fragmentos dos fatos não paravam de chegar. Não eram pesadelos eram fatos
irrefutáveis,
— O senhor assassinou Esteban
Juarez, o agente secreto, subordinado seu, no mesmo dia que o senhor executou
os vossos superiores e pôr fim o senhor executou o professor Ricardo Salinas,
dono do clube cultural — Navarro? Perguntaram os três avatares digitais, em
uníssono.
Os avatares digitais olharam
para o senhor investigador de primeira classe Alejandro Contreras Allendes. O
investigador ouviu um burburinho, vozes falavam baixo, pequenos risos, tudo
escureceu e uma mão encostou nas costas de Alejandro!
— São denúncias graves que são
lhe imputado— Disse o avatar de homem negro.
— Senhor Alejandro? O senhor,
investigador, estás compreendendo bem as acusações? — Perguntou o avatar de
mulher oriental.
— Responda a pergunta senhor
investigador! — Perguntou o avatar de mulher negra.
Uma escuridão astral e uma
brisa álgida tomou conta do ambiente! E Alejandro ouviu uma voz vinda dos
confins do cosmo: — Pensou mesmo Omar! Que irias escapar de mim?
— Ándale... Ándale cabrón! —
Disse uma voz áspera e uma mão que o empurrava para frente. Alejandro obedeceu
e caminho em meio a escuridão e o capuz foi-lhe arrancado da cabeça. O
investigador, tentou se mexer e percebeu que estava com as mãos amarradas, olhou
para os lados e percebeu que havia dois homens em cada lado. Homens molambentos,
altos, corpulentos e com tatuagens neonazistas. Alejandro olhou para frente e
percebeu que estavam em um pequeno palco e um elegante salão de festas, homens
e mulheres com seus trajes de festas.
Quedado em alturas astrais,
Alejandro sentiu o frio cósmico a lhe envolver e o investigador cai e cai em um
tempo atemporal para depois sentir o calor das infinitudes estelares o
abraçarem por inteiro. E de volta à sala de interrogatório ele estava sozinho
em meio à semiescuridão. Um pelotão em marcha adentrou na sala de
interrogatório, vestidos de cossacos russos, homens de aparência latina de
cabelos e barbas longas. Eram cinco e estavam de formação em V, tendo um
capitão à frente, pararam na frente de Alejandro. O capitão deu dois passos
para trás. Os quatro soldados, armados com mosquetões, bateram os cascos. O
capitão desembainhou a espada e apontou para Alejandro, que estava preso a
grilhões velhos e enferrujados via cena sem entender nada.
Preparar... Apuntar! — Bradou
o capitão e os soldados apontaram os mosquetões para Alejandro e destravaram as
armas.
— Fuego! — Gritou o capitão.
O forte estrondo, na sala de
interrogatório, foi tomado por uma neblina marrom e Alejandro viu as balas
chegarem cada vez mais perto até atingirem o peito. O corpo de foi jogado para
trás, as dores lancinantes, o odor de pólvora e carne queimada chegaram de
forma avassaladora no investigador de primeira classe. Até a escuridão lhe
envolver novamente, Alejandro sentiu um capuz a lhe envolver a cabeça.
— Ándale... Ándale cabrón! —
Disse uma voz áspera e uma mão que o empurrava para frente.
Texto de Clarisse Cristal,
poetisa, contista, novelista e bibliotecária de Balneário Camboriú, Santa
Catarina.
Argumento de Samuel da Costa,
poetisa, contista, cronista e novelista em Itajaí, Santa Catarina.
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