quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

OPERA MUNDI: CYBER GODS: EU NÃO QUERO ESTAR AQUI! (EPÍLOGO)

Por Clarisse Cristal (Balneário Camboriú, SC) e Samuel da Costa (Itajaí, SC)

 

’Esperando por você.

Supra o meu querer.

Venha meu Poeta, faça-me crer.

Recite poemas de amor, recite!

Crie uma síntese no decorrer,

Madrugada afora sacie os meus gostos.

Ouse nos versos, deixe acontecer...!’’

Fabiane Braga Lima

 

 

            Os avatares, olhavam do alto e poucos metros de Alejandro Contreras, o outrora investigador de primeira classe, o olhar gélido e o silêncio abissal deram a impressão de suspender o tempo em um tempo atemporal.

            — Decora sobre Roberto Martinez, o magnífico reitor? — E uma voz sintética, os três avatares disseram ao mesmo tempo.

            — Não! — Disse Alejandro Contreras e um tom choroso.  

            — O senhor investigador de primeira classe Alejandro Contreras Allendes, patente AS2-7524! O senhor, investigador matou Roberto Martinez, o magnífico reitor? — Perguntaram os três avatares em uníssono.

            Alejandro, ouviu uma ladainha de Roberto Martinez, repetida várias vezes, era uma linguagem alienígena, perdida no espaço tempo de tão antiga. A reza, chegou aos ouvidos de Alejandro, vindo de muito longe, uma reza alienígena que o investigador entendeu bem. Um homem idoso passou pelo portal à frente de Roberto Martinez.    

            — O senhor, investigador matou Roberto Martinez, o magnífico reitor? — Perguntaram mais uma vez os três avatares em uníssono.

            — Não! — Gritou em desespero o investigador!

            — Logo depois de executar o Roberto Martinez júnior, o magnífico reitor? — Perguntaram os três avatares em uníssono e continuaram — Investigador de primeira classe, Alejandro Contreras Allendes, patente AS2-7524! O senhor executou os elementos criminosos nas dependências do Hotel beira-mar de estadia prolongada, localizada na zona portuária?   

            — Não! Roberto só queria vê-los punidos! Fomos contra, mas ele fez tudo sozinho — Gritou Alejandro Contreras Allendes, desta vez com uma voz envelhecida.

            O homem idoso, passou pelo portal e seguido por uma horda de bestas, as negras hostes espirituais, piratas transmutados executando os criminosos. Os gritos em cada estocada, choros e gritos dos elementos ao deslumbrarem as feições dos piratas demônios. Alejandro sentiu tudo como se fosse ele mesmo casa vítima tombada.

— O senhor investigador de primeira classe Alejandro Contreras Allendes, patente AS2-7524! O que houve com os guarda pretorianos, no naquele dia trágico nas dependências do Hotel beira-mar de estadia prolongada, localizada na zona portuária? — Perguntaram os três avatares digitais, em uníssono.

— Os trajes foram hackeados e as memórias dos pretorianos também! — Disse um Alejandro mais contido.           

— O senhor investigador de primeira classe Alejandro Contreras Allendes, patente AS2-7524! O senhor atraiu os seus superiores Diego Gomez, o comandante chefe da guarda pretoriana, Raul García, o delegado chefe dos investigadores e pôr fim Gael Pérez, o médico chefe dos legistas! Os membros, remanescentes da confraria clube dos cinco, também conhecido como clube dos assassinos? — Perguntaram os três avatares digitais, em uníssono de forma avassaladora.

— Não! — Gritou Alejandro se contorcendo e a visão, de envolver os seus superiores presos em um domo eletromagnético e ele mesmo sacando de uma pistola de pulso magnético e executando os seus superiores.

— O senhor, programou o vosso veículo funcional para ir até a sede do serviço de segurança e acessar os bancos de dados usando as credenciais dos seus superiores executados pela vossa pessoa? — Perguntaram os três avatares digitais, em uníssono.

Alejandro não respondeu, o investigado se contorcia, ele sentado em uma desconfortável cadeira, com as mãos que repousavam na mesa de aço. As perguntas chegavam e se apavoravam, pois, fragmentos dos fatos não paravam de chegar.  Não eram pesadelos eram fatos irrefutáveis,  

— O senhor assassinou Esteban Juarez, o agente secreto, subordinado seu, no mesmo dia que o senhor executou os vossos superiores e pôr fim o senhor executou o professor Ricardo Salinas, dono do clube cultural — Navarro? Perguntaram os três avatares digitais, em uníssono.

Os avatares digitais olharam para o senhor investigador de primeira classe Alejandro Contreras Allendes. O investigador ouviu um burburinho, vozes falavam baixo, pequenos risos, tudo escureceu e uma mão encostou nas costas de Alejandro!

— São denúncias graves que são lhe imputado— Disse o avatar de homem negro.

— Senhor Alejandro? O senhor, investigador, estás compreendendo bem as acusações? — Perguntou o avatar de mulher oriental.

— Responda a pergunta senhor investigador! — Perguntou o avatar de mulher negra.

Uma escuridão astral e uma brisa álgida tomou conta do ambiente! E Alejandro ouviu uma voz vinda dos confins do cosmo: — Pensou mesmo Omar! Que irias escapar de mim?

— Ándale... Ándale cabrón! — Disse uma voz áspera e uma mão que o empurrava para frente. Alejandro obedeceu e caminho em meio a escuridão e o capuz foi-lhe arrancado da cabeça. O investigador, tentou se mexer e percebeu que estava com as mãos amarradas, olhou para os lados e percebeu que havia dois homens em cada lado. Homens molambentos, altos, corpulentos e com tatuagens neonazistas. Alejandro olhou para frente e percebeu que estavam em um pequeno palco e um elegante salão de festas, homens e mulheres com seus trajes de festas.

Quedado em alturas astrais, Alejandro sentiu o frio cósmico a lhe envolver e o investigador cai e cai em um tempo atemporal para depois sentir o calor das infinitudes estelares o abraçarem por inteiro. E de volta à sala de interrogatório ele estava sozinho em meio à semiescuridão. Um pelotão em marcha adentrou na sala de interrogatório, vestidos de cossacos russos, homens de aparência latina de cabelos e barbas longas. Eram cinco e estavam de formação em V, tendo um capitão à frente, pararam na frente de Alejandro. O capitão deu dois passos para trás. Os quatro soldados, armados com mosquetões, bateram os cascos. O capitão desembainhou a espada e apontou para Alejandro, que estava preso a grilhões velhos e enferrujados via cena sem entender nada.

 

Preparar... Apuntar! — Bradou o capitão e os soldados apontaram os mosquetões para Alejandro e destravaram as armas.

— Fuego! — Gritou o capitão.

O forte estrondo, na sala de interrogatório, foi tomado por uma neblina marrom e Alejandro viu as balas chegarem cada vez mais perto até atingirem o peito. O corpo de foi jogado para trás, as dores lancinantes, o odor de pólvora e carne queimada chegaram de forma avassaladora no investigador de primeira classe. Até a escuridão lhe envolver novamente, Alejandro sentiu um capuz a lhe envolver a cabeça.

— Ándale... Ándale cabrón! — Disse uma voz áspera e uma mão que o empurrava para frente.   

 

Texto de Clarisse Cristal, poetisa, contista, novelista e bibliotecária de Balneário Camboriú, Santa Catarina.

Argumento de Samuel da Costa, poetisa, contista, cronista e novelista em Itajaí, Santa Catarina.

 

 

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