Por Ironita Pereira Mota
Em uma região cercada por pequenas cidades, em um morro quase todo desmatado, viviam alguns papagaios, sempre lutando para encontrar alimentos.
Os pés de frutas campestres, já quase não existiam, pois os homens cortavam e plantavam capim para alimentar o gado, cujo rebanho aumentava a cada dia.
Os papagaios até que achavam bonito ver aquelas vacas andando pelos pastos para lá e para cá. Elas só ficavam paradas para amamentar aos seus lindos bezerrinhos ou quando os seus dois buchos estavam cheios. Então, elas deitavam para descansar e remoer o capim.
Seria tudo muito bom se os papagaios não se sentissem a cada dia que passava, sendo expulsos de seu pequeno espaço. As buscas por alimentos eram constantes. Viviam nos quintais, comendo algum mamão, uma amora aqui, uma manga, um cajuzinho ali ou uma jabuticaba, uma goiaba lá, pois os muricis, as mama-cadela, os pequis e outros frutos do cerrado eram cada vez mais difíceis de se encontrar.
Até que um dia, após uma noite chuvosa de janeiro, o amanhecer
estava lindo, com a neblina caindo no morro e os raios do sol brilhando na relva molhada . Aquela manhã estava prometendo que o dia seria feliz.
Todos os pássaros estavam voando felizes de árvore em árvore e sobre
o rio, onde quase todas as espécies tomavam seu banho matinal.
Então, os papagaios se reuniram e tomaram uma decisão, com tantos filhotes nos ninhos, precisavam ir mais longe para encontrar alimentos suficientes para eles e para alimentar também seus filhotes. Após algum tempo discutindo o assunto, saíram em revoada, voando em uma direção quase reta, até que de longe avistaram uma bela paisagem amarela, que, com os reflexos dos raios solares, aparentava uma beleza infinita. Apressaram-se na revoada e bem rapidinho chegaram e se depararam com uma belíssima plantação de girassóis,
Assim todos os papagaios da região ficaram muito felizes, pois acabavam de encontrar a comida de sua preferência e em grande quantidade. Isto não era... MARAVILHOSO?
(Publicado originalmente na Revista Cerrado Cultural nº 03/2009)
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