Por
Humberto Pinho da Silva (V.N. de Gaia, Portugal)
Apesar
da maioria das pessoas que vivem no nosso País serem crentes, e muitas
católicas praticantes, não se ouve a sua voz nem se deslumbra a influência na
sociedade.
A
razão desse silêncio é facílimo de explicar: os católicos envergonham-se da sua
Fé.
Envergonham-se,
porque não há - ou poucos são, - os jornalistas, escritores, artistas
plásticos, cançonetistas e políticos, que se declarem crentes; e sabemos o
motivo dessa insólita atitude: sempre que o fazem, são taxados de retrógrados
ou piegas.
Vivemos
numa época em que os valores morais, os bons costumes, a religiosidade, são
considerados preconceitos, próprios de mentalidades tacanhas, de ignorantes e
analfabetos.
Quem
se indigna, levante a voz contra desvarios, maus exemplos de novelas
televisivas, infâmias que certa imprensa difunde, quem não pensar como a
maioria, é execrado, marginalizado, varrido da elite bem falante, que possui
acesso à mass-media.
Ortega
y Gasset afirma in “ Revolta das Massas”:” Quem não pensa como toda a gente,
corre o risco de ser eliminado.”
E
como ninguém aceita ser riscado do convívio dos iluminados, dos que têm poder e
conseguem construir ou destruir carreiras promissoras, refugia-se no silêncio,
escondendo valores e Fé que professa.
Isso
é mau. É mau, porque se os católicos não falarem, não divulgarem a Fé, aos
poucos esta extingue-se.
É a
minoria, como se sabe, que forma a opinião da maioria. Esta apenas repete o que
ouve e vê.
As
ideias, tanto boas como más, “ enchem o ar”, como ondas de rádio. Ninguém as
vê, ninguém sabe por onde andam, mas entram sorrateiramente na alma de cada um.
Os
receptores, aos milhares, encontram-se prontos a receber a mensagem e a
difundi-la, mas se não houver emissor, se não houver quem difunde, quem a pode
escutar?
Gabriel
Marcel em: “ Os Homens Contra o Homem”, assegura: que a opinião pública é coisa
mais maleável do mundo. A publicidade sabe que isso é verdade, e também os
enganadores, que procuram aniquilar valores que sempre orientam o nosso povo,
sabem, que paulatinamente, tudo de santo, de honesto, que o coração conserva,
será destruído.
Mas
se a calamidade que desabou, minando a juventude, retirando pudor e dignidade à mulher, persiste, é
devido aos crentes envergonharem-se de a rebater; e não a rebatem, porque se
encontram desunidos e amam mais os homens que a Deus.
Urgente
é levar Cristo aos cristãos. Urgente é sair a terreiro, pelejar os desacertos
que querem impingir, em nome da liberdade e direitos da mulher. È urgente
levantar bem alto, em unicíssimo, a voz contra os atentados à dignidade humana.
Está
na hora dos crentes, que o são: professores, artistas, escritores, jornalistas,
políticos, se unirem e clamarem bem alto: BASTA!
Basta
de ter medo! Basta o receio de ser diferente! Basta de ser duplo: cristão no
templo, no resguardo da comunidade, e agnóstico no mundo! Basta de ter medo dos
que querem destruir os nobres valores do nosso povo!
Basta!
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