terça-feira, 1 de setembro de 2015

ABRIGAR-ME NA NOITE ESCURA!

Por Samuel da Costa (ALB, Anápolis, GO)

Vou buscar abrigo seguro
Na noite eviterna
Meu corpo incorpóreo estático na porta!
 E inda orvalhado
Grito ao taberneiro:
 — Quero me afogar em vinho!
Entorpecer-me com o fumo!
Pois a embriagues não me escapa.
Hoje é noite de perder...
Todos os sentidos...
 Perder todas as razões!
Viver em estase.
***
Sento no canto mais escuro!
Da tasca
Pego a pena!
E o mata borrão
Folhas em branco
Quero ser o melhor dos poetas
Alvaresiano em verso e prosa...
***
Vou buscar um vago abrigo
Na noite eviterna
Ter a solidão como companhia
Mais que perfeita
Morrer aos poucos
Em meio ao nada
Ser esquecido
***
Evanesço no canto mais escuro!
Pego a pena!
E o mata borrão
Folhas ainda virgem
Busco abrigo nas palavras ignotas
Abrigar-me da realidade inconstante!
 Quero me esconder do mundo contemporâneo
Liquefeito!
Quero ser o melhor dos poetas
Alvaresiano em verso e prosa...
***
Ouço a opereta ao longe
O ruído sinfônico insólito
Chega-me ao ouvidos
Pego a pena!
E o mata borrão
Rabisco!
As folhas outrora virgens
 Subverto a realidade noturna
Grito ao taverneiro
Mais vinho... mais vinho
Quero perder todos os sentidos
Embriagar-me em belas letras
Em letras mortas
Mentir para mim mesmo
***
Ser o melhor dos poetas
Subverter a realidade liquida
Poeta multifacetado em mil palavras assertiva!
Ser o aedo
Ser o bardo
E passar despercebido!
Por todos!
Ser eu mesmo e mais ninguém!



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