Por Erwelley C. de Andrade (ALB,
Brasília, DF)
Em
quantas vias mais haverá de percorrer para refazer os passos dos miseráveis
famintos da guerra? Que culpa tais criaturas têm das revoltas infinitas que
transcrevem ano a ano marcando com sangue e sede a falta de condição humana?
Porventura deviam ter privado-se do direito de nascer para assim não ter que
sofrer por cuidado em não ferir a sociedade que profana quaisquer forma de vida
que interfira em seus planos?
Meados
de uma época seca, referida nos primeiros dias do mês de Agosto de alguma tarde
qualquer, coloca-se a prova as faces do medo e da coragem: humanos versos
humanos e a sessão começa com os embaraços de uma corja maquiada com o carvão
da vergonha, recobertos pelos trajes da mentira e sobrepostos nos assentos da
hipocrisia.
O
magnata se remete aos homens que cospem fogo pelas narinas, com ar de
santidade, com a face da maldade estampada na cara lisa em conluio com os
arrepios que fazem tremer as cortinas do teatro nacional.
Em
cena, puseram-se a protestar os maliciosos em favor de uma vida justa, comida
no prato, um salário regrado e um copo e meio de água tratada.
Quantas
moedas de prata serão lançadas ao fundo do poço para que comecem a saltar os
malfeitores em busca de mendigar favores em troca de vida fácil?
Palavras
de pensamentos não ouvem, soluços no escuro não escutam, passos arrastados não
alcançam os ouvidos e mais uma vida é deixada para trás sem um minuto de
silêncio.
A
quantas mais serão renovados os votos de fidelidade fascista enquanto o povo
grita?
Calar
é sossegar palavras no abismo mais profundo do consciente. Inibir direitos é
algemar mãos, as impedindo de escrever uma nova história. Bater continência ao
medo é matar a si próprio em razão da obediência ao ego e se desfazer de um bem
maior que jamais pode ser arrancado de um ser humano, o respeito.
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