quarta-feira, 3 de abril de 2019

A NOVA ERA NOS EXTREMOS

Por Samuel da Costa (Itajaí, SC)


            As últimas eleições estabeleceram um novo paradigma para a sociedade brasileira. Bem se sabe, que a onda conservadora e extremista de direita não é um fenômeno exclusivamente brasileiro e sim ocidental. E vem na esteira da falência das instituições e do próprio sistema capitalista ocidental, uma crise de representatividade, uma crise de representatividade acima de tudo. Assim o foi com a primeira era dos extremos, onde o nazismo alemão e o fascismo italiano foram as suas expressões mais cruéis, nos anos vinte, trinta e quarenta do século XX. E por aqui teve forma mais visível com o grupo político Ação Integralista Brasileira,a AIB, a prima pobre da extrema direita europeia.
            Mas aqui em terras brasileiras o reflexo é particularmente perverso, para não dizer cruel, onde a extrema desigualdade social somada ao péssimo sistema educacional e uma estrutura do estado carcomido por vícios seculares geraram, não somente um péssimo presidente da república e uma péssima bancada de parlamentares. E sim uma gama de pequenos ditadores e truculentos agressores outrora marginalizados pelo mito de uma sociedade sem preconceitos, o mito de uma sociedade tolerante entre os seus desiguais.
            Em terras brasileiras pequenos proto-fascistas guaiaram as ruas e as redes sociais com as suas convicção racistas, elitistas, homofóbicas e misóginas fazendo vítimas toda a gama de gente desassistida serem pobres, negros, gays, índios, imigrantes e trabalhadores e mulheres. No Brasil tomaram cores diferentes até então. E por ironia do destino foram os mesmos que ajudaram a eleger um falso Messias, seu representante máximo, com as suas respostas simples para problemas complexo, deu voz e vez para quem sentia a margem do processo político. Sim, se sentem com o direito de agredir e matar livremente, em nome de Deus, da moral, da propriedade privada e por patriotismo.
            A nova Era dos extremos está apenas no seu começo, e vai depender do aprofundamento da crise econômica, para se espalhar, ainda mais, no ceio da sociedade. Se no passado tiranos, com seus discurso populistas encantavam uma massa que desacreditava no sistema eleitoral vigente para resolveram seus problemas imediatos. E marchavam com seus lindos uniformes verde oliva, marrom e preto, nos dias de internet e sociedade mundializada o papo é bem outro. Hoje reinam as notícias falsas online, mentiras ditas mil vezes até tornarem realidades, e gestos imitando armas com as mãos se tornaram moda fácil.
            Se os operadores do sistema capitalista ainda controlam seus tiranetes nas pós-modernidade, é de se pensar na possibilidade dessas desastres anunciados caíram nas mentiras que eles mesmos foram adestrados e contar. A história recente já demostrou como terminou a primeira era dos extremos. E hoje há um enorme campo aberto para novas desgraças, armamentos infindos de destruição em massa em estoques guardados mundo a fora

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