Por Samuel da Costa (Itajaí, SC)
As últimas eleições estabeleceram um
novo paradigma para a sociedade brasileira. Bem se sabe, que a onda
conservadora e extremista de direita não é um fenômeno exclusivamente
brasileiro e sim ocidental. E vem na esteira da falência das instituições e do
próprio sistema capitalista ocidental, uma crise de representatividade, uma
crise de representatividade acima de tudo. Assim o foi com a primeira era dos
extremos, onde o nazismo alemão e o fascismo italiano foram as suas expressões
mais cruéis, nos anos vinte, trinta e quarenta do século XX. E por aqui teve
forma mais visível com o grupo político Ação Integralista Brasileira,a AIB, a
prima pobre da extrema direita europeia.
Mas aqui em terras brasileiras o reflexo
é particularmente perverso, para não dizer cruel, onde a extrema desigualdade
social somada ao péssimo sistema educacional e uma estrutura do estado
carcomido por vícios seculares geraram, não somente um péssimo presidente da
república e uma péssima bancada de parlamentares. E sim uma gama de pequenos
ditadores e truculentos agressores outrora marginalizados pelo mito de uma
sociedade sem preconceitos, o mito de uma sociedade tolerante entre os seus
desiguais.
Em terras brasileiras pequenos
proto-fascistas guaiaram as ruas e as redes sociais com as suas convicção
racistas, elitistas, homofóbicas e misóginas fazendo vítimas toda a gama de
gente desassistida serem pobres, negros, gays, índios, imigrantes e
trabalhadores e mulheres. No Brasil tomaram cores diferentes até então. E por
ironia do destino foram os mesmos que ajudaram a eleger um falso Messias, seu
representante máximo, com as suas respostas simples para problemas complexo,
deu voz e vez para quem sentia a margem do processo político. Sim, se sentem
com o direito de agredir e matar livremente, em nome de Deus, da moral, da
propriedade privada e por patriotismo.
A nova Era dos extremos está apenas
no seu começo, e vai depender do aprofundamento da crise econômica, para se
espalhar, ainda mais, no ceio da sociedade. Se no passado tiranos, com seus
discurso populistas encantavam uma massa que desacreditava no sistema eleitoral
vigente para resolveram seus problemas imediatos. E marchavam com seus lindos
uniformes verde oliva, marrom e preto, nos dias de internet e sociedade
mundializada o papo é bem outro. Hoje reinam as notícias falsas online,
mentiras ditas mil vezes até tornarem realidades, e gestos imitando armas com
as mãos se tornaram moda fácil.
Se os
operadores do sistema capitalista ainda controlam seus tiranetes nas
pós-modernidade, é de se pensar na possibilidade dessas desastres anunciados
caíram nas mentiras que eles mesmos foram adestrados e contar. A história
recente já demostrou como terminou a primeira era dos extremos. E hoje há um
enorme campo aberto para novas desgraças, armamentos infindos de destruição em
massa em estoques guardados mundo a fora
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