terça-feira, 1 de outubro de 2019

CRÔNICAS DO TEMPO:TEMPO


Por Clarisse da Costa (Biguaçu, SC)                                                                                           
     
        Embora viver possa parecer difícil é o tema principal de nossos encontros. Pois tudo que nos move a vida é o assunto de nossas conversas. Amigos que se encontram através de uma telinha e uma rede chamada internet. Talvez Vanessa em sua cama, Michael sei lá, na cama ou no chão;  E eu no meu sofá, na sala, enquanto a personagem Juliano tenta salvar a todos esquecendo que o risco maior quem vive é ele vivendo a regra do jogo.                                                                                                    
        E nesse período, de tudo acontece no mundo lá fora. Não sei se nosso, mas particularmente, turbilhões de emoções! De certeza só a vida que segue lá fora. A minha segue conforme meu tempo, lento e chato! Agora as dos meus amigos de pressa demais, talvez até sem tempo. Tanta coisa acontecendo junto que provavelmente não haja em nenhum momento um suspiro, do tipo alívio ou do tipo cansei.                                           
        Mas claro que os dois têm histórias para contar. Porém em nenhum momento devem ter olhado as coisas nos mínimos detalhes, pois tudo acontece tão rapidamente.
Será que piscam? – essa é a questão. Vida meus senhores, apenas vida feita por nós mortais, que marcam os dias pelo tempo.
        O maldito relógio! O relógio fica naquele ‘’tic tac’’ e não para um só segundo. Borboletas aparecem o que é bonitinho se torna uma praga.  A paisagem vai mudando e de repente ouço o radialista dizer que morre um rapaz de 17 anos de idade ao atravessar a rodovia, mas o incrível é que foi por causa de uma árvore que caiu sobre ele.   O tempo está em todas as situações meus senhores, tanto na falta dele quanto na presença do se. E se eu tivesse feito assim…                                         
        Não há tempo pra pensar. Mas há tempo pra agir? E se, e se eu... Você para no tempo, ou o tempo para você. Aí aquele homem diante da sua janela, debruçado no batente a pensar traz o seguinte pensamento: poderia ser ela ali. Mas ela dorme em seu infinito silêncio, onde as estrelas nascem e o céu é mais azul do que visto aqui da terra.
        E o nada me aparece. Nada de inspiração, nada, e então o telefone toca. Uma amiga me pergunta se estarei em casa essa tarde e me veio à intensa vontade de conversar. E eu não parei no tempo o tempo é que me parou para curtir esse momento.
Tempo e mais tempo. Talvez seja esse um dos desejos de nós mortais para o ano que está por vim. E para mim tempo de ser feliz.                                                        
Clarisse da Costa é poetisa e cronista em Biguaçu SC
Contato: clarissedacosta81@gmail.com

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