segunda-feira, 1 de junho de 2020

DA SÉRIE O AMOR EM VERMELHO: A MEDIDA DE TODAS AS COISAS

Por Samuel da Costa (Itajaí, SC)

Nas medidas de todas as coisas
De todos os inaudíveis sons
Ao redor
De todas as abstratas cores
E de todas negras múlti-plas
Escuridões ao meu redor
***
Nas medidas de todas as coisas
De todos os sintécticos sons
Ao redor
De todas as cores e as não-cores
Ao meu redor
Um simples bom dia teu
Para mim
Já não me basta
Mussulinossa negra ninfa
***
Nas medidas de todas as coisas
Do meu múlti-verso apoplético
Minha dulcíssima negra musa
Eu espero que tenhas venerado
Profundamente
De todos os vagos versos agrafos
Que a ti eu dediquei
A beira da fossa abissal
***
Nas medidas de todas as coisas
Eu espero que tu vás até as janelas
Do ebúrneo palácio das memórias perdidas
E contemple todos os ruidosos ruídos
E todos os silêncios profundos
Ao teu redor
De todas as cores e as escuridões
Ao teu redor
***
Nas medidas de todas as coisas
Espero que mergulhes
Os teus delicados pés
Nas ebúrneas áreas da praia desolada
Que esvoaces o trigal dos teus cabelos
Ao sabor dos ventos outonais atlântico
***
Nas medidas de todas as coisas
Espero que não interrompas
As tuas nevoentas quimeras
Nunca mais divina Luna


Nenhum comentário:

Postar um comentário