domingo, 1 de janeiro de 2012

MONÓLOGO DO INDOLENTE

Por Jean Narciso Bispo Moura

A preguiça lambe primeiro o solado do meu calçado
Depois os pés que não resistem à força da sua saliva.
E se prostra no solo do descanso.
A palavra em movimento encontra jardim
O poeta caminha sem um só passo.
Na vereda, no bosque divino
Edificado com terra e areia humana..
A peregrinação sai como um comboio de palavras do sofá
Os olhos acompanham
O corpo fica
A multidão de homens de todas as cores
Fazem parte de apenas uma folha.
O poeta quer falar certo em língua de bêbado
Que o vento da poesia nunca deixe de assoprar em seu rosto
A palavra como um camaleão não tem cor fixa.
Esconde-se em todos os lugares
E às vezes nem está lá quando a imaginamos.
A palavra é ser sem fronteira.
Corpo simultaneamente presente e ausente
Em grande movimento.

(Publicado originalmente na Revista Cerrado Cultural nº 06/2009)

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