domingo, 2 de dezembro de 2012

OUVIR


Por Pedro Du Bois (Itapema, SC)

Ouço no canto o grito do silêncio
nas madrugadas que se ofertam
em oportunidades perdidas
aos dias que se anunciam:

o estupor do corpo
ante a luz
amanhecida
aterroriza o gesto
depois da hora

ouço o desencanto da voz
em conversas e desdouros

o grito sutil da descoberta
do corpo sobre a relva

amanheceres repõem
dúvidas desconsideradas.

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