Por Samuel da Costa (Itajaí, SC)
(Para Clarisse da Costa)
Ouvi a minha negra voz
Que ecoou por séculos
Que existiu
Para além
Das insignificantes inexistências
Da negra gente
Em meia a dor
Do vazio
De ser eu mesmo
Na minha insuportável inexistência
***
Sou eu Malê
Que desceu a ladeira
Sou eu Ketu
Que colheu o café
Sou eu Banto
Que cortou a cana
Sou eu Jejê
Que na cama
Se fez de mucama
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