A CHAROLA DE MARILÂNDIA
CORTA FENDAS NO TEMPO PARA
ESMOLECER
Por Erivelta Diniz (Divinópolis, MG)
Cortar fendas no tempo para esmolecer, significa rasgar o tempo, fazer um
atalho para mudar do lugar de pecador
para um lugar absolvição, de forma contrita, penosa, ‘jejuosa’, exercitando com
a Charola pelas ruas, e esmolecendo para
ajudar materialmente na semana santa como se fossem “Cirineu” aquele que ajudou a carregar a Cruz de Nosso Senhor
Jesus.
O povo tem sempre uma criatividade
além da trama teológica, com respeito entendido e a seu modo os mais obscuros e
encurvando se aos mistérios da divindade. Das tradições e de grupos nascem os
consensos sociais. A religião é uma rede com seus buracos onde entram e saem
outras indicações e outros rumos: somos todos filhos e filhas de Deus, mas cada
um tem o seu Deus que imagina e acredita. O sujeito se vale da religião para
aliviar os medos ansiedades e frustrações; a sociedade para manter e fortalecer
os laços favoráveis à estabilidade social. “O homem varia muito sobre as noções
de Deus: quando está triste, Deus é pai, quando desanimado, Deus é amor, e
quando se está desesperado Deus é a única esperança. Indiferentemente se é ou
não católico praticante[1]”.
A charola é a maior, e a mais pura
cultura, que traz toda a história
da salvação refletida no seu manifestar. “Um olhar de fé sobre a vida[2]”.
Tanto a partir dos seus relatos
cantados, orações, abstinências, recolhimento, sacrifício, doação, suplicas e
entrega. Tanto na sua maneira particular de seu povo. Nunca devemos considerar
isolado os fenômenos culturais de vida de um povo expresso no seu contexto
religioso sem estar evangelizando, expondo a dimensão histórica da salvação que
a cultura trás, ainda “que fora das igrejas, porém, mostram sua criatividade
original em orações bonitas, mas também esquisitas, talismã, nentinhos e
folias.[3]”
“ Perdão meu Jesus
Perdão meu Jesus
Estou confundido
Esse mar vôs pes
Estou confudido
Perdoa Senhor
Por esse már vôs pes
Fui eu causador
Por esse tantos
Perdoa Senhor![4]”
O esforço para sacralizar o próprio
ser humano começava na dádiva do nome de cada pessoa, quase sempre invocando e
homenageando um santo ou um anjo. Aos meninos, da dádiva do primeiro nome:
José, João, Antonio etc; para as meninas, além do nome, os sobrenomes: as Rita
do Espírito Santo, as Marias de Nazaré, Maria de Jesus, etc.
Do
século passado temos registros nos livros de óbitos e batismo de pessoas ricas
levarem suas almas nos testamentos alforriando escravos mais idosos, destinando
dinheiro para celebrar missas pela salvação da própria alma, e dos filhos, e
claro deixando enorme saldo nos caixas das irmandades religiosas e igrejas, bem
antecipado.
Os bens do céu estavam diretamente
ligados com os bens terrenos. As pessoas
mais ricas seriam também os mais
pecadores? Por que então estão lançados
nos livros de óbitos e irmandades maior
quantidade de missas? “A religiosidade
no tempo mais antigo era mais exacerbada. (BARRETO, 2015) . O pessoal da Picada de Goiás iam abrindo
caminhos e fundando os arraiais a partir de São João, São José e nomes que
davam aos lugares eram sintomáticos de suas devoções e de suas esperanças:
Santa Rita, Desterro, Santo Antônio, Divino Espírito Santo, São Gotardo, São
Gonçalo, etc.
De acordo com (BARRETO, 2015):
“Freud observa que o principio popular da magia é a crença na onipotência da
vontade humana. As ligações são imaginarias e não reais. Os feiticeiros empregavam recursos temerários
de São Cipriano. “A cruz de Caravaca”.
As orações arrepiavam as almas dos desterrados: com dois eu te vejo, com três
eu te prendo com Caifás, Satanás e Ferrabrás[5] (
dizem que essa oração era proferida com
a vela acesa e uma faca de ponta em cada uma das mão, dá medo) . Ali no
Desterro, Itapecerica e Carmo da Mata, regiões próximas nunca deixou de existir
esses tais curandeiros. . As pessoas viviam em ambientes perigosos e num
imaginário de tentação arrepiante dos demônios e salvas pelos santos nas
procissões, encomendações das almas, etc.
A religião popular tem, além da
refêrencia ao dogma católico, indiscutível acreditável, outras práticas são
geralmente misteriosas. Em Marilândia, antigamente Desterro existia e ainda existem os
chamadores de chuvas, os tiradores de
maus olhados, os curadores dos mil males do corpo e da alma, como o próprio
senhor Aníbal[6] da
Charola é. O próprio senhor Aníbal nos afirma isso:
“tem um sujeito aqui que fala que o
dia que eu fartá num vai ter mais. Mas tem que té fé. Um fazendeiro ali tem
praga na lavora, tá estragando tudo. Se eu fô lá 10 hora e rezá cuando fô meio
dia acabou tudo. Eu faço a prece e sara , num sei não! O carro para aqui na
porta me leva pra Madeu Lacerda, Carmo da Mata, Quilombo, e sara. Terra cum
cobra eu benzo. Duença quarqué, oio gordo. Gado fica doente . tem um fazendeiro
aqui que pediu pra eu i lá, benzi, sarou as bicheira do gado tudo.... Nem vê eu
aceito nada, eu faço com Deus. Deus num cobra um centavo de nóis. Eu faço minha
parte e Deus vem e abençoa. Eu fico sartisfeito demias da conta da cobra num
pegar um garrote seu! Assim o senhor num tem prejuízo, falo pra ele. Ele fala:
eu quero te dar um garotinho... esse veio é direto, sem eu querer”.
Do nada tudo se resolve, as almas do outro mundo tomam conta da roça, do
gado e da casa, nada mais é impossível a não ser Deus cometer algum pecado.
A
manifestação através da Charola é uma pratica de sacrifício que está
inserida dentro do ‘encantamento’ da semana santa. É uma espécie de rito de purificação da alma
através da busca de contribuição, através da esmola conquistada ou doada.
Imitam o sacrifício de Cristo, “ autoflagelam-se na busca da remissão dos
pecados”, ou para suplicar o perdão dos pecados, e ou ainda em sufrágio das
almas do purgatório.
PERDÃO MEU JESUS
Perdão meu Jesus
Perdão Deus de
amor
Perdão Deus
Clemente
Perdoai Senhor
“no interior do
Brasil, especialmente em Minas Gerais, onde não havia igreja, os fiéis
comemoravam a semana santa utilizando um andor de nome charola no qual levavam,
de casa em casa e em procissão, a imagem do Senhor dos Passos. O andor era como
que um pequeno sacrário e, em lugar da porta, uma cortina quase sempre feita de
tecido roxa, dedada a imagem. O termo ‘charola’ vem de ‘charão’ verniz de laca,
oriundo da China e do Japão. Assim, na simplicidade de seu simbolismo, os fiéis
procuravam como que embelezar e dar brilho de fé e amor àquela manifestação ao
Senhor Bom Jesus dos Passos. [7]”
Desde muitos e muitos anos a imagem do Senhor dos Passos da Charola de Marilândia peregrinava no
decorrer da quaresma, indo ao Ferrador, lugarejo distante de Marilândia, na
divisa da Cidade do Carmo da Mata, ao arraial do Lambari, na divisa da cidade de Pedra do indaiá: na Comunidade rural de Boa
Vista e no Quilombo, divisa com Carmo da Mata. O séquito era constituído de
religiosos quase beatos, abandonavam a lavoura e seus afazeres para andarem
pelos trilhos e caminhos, levando piamente o andor com a imagem – e só paravam
para comer e dormir.
“ antigamente, não tinha dinheiro, era
difici demais da conta de vê um, as coisas era muito mar difici. Eles fizeram a
imagem e pos ela lá dentro da casinha, e saia com dois homi pras bandas de
Carmo da Mata, dos Quilombos. A charola num é pra pagar promessa, é pra
arrecadar esmola[8]”.
Durante toda essa caminhada não cortavam os cabelos, e nem faziam as
barbas, de forma que no fim da Semana das Dores, véspera da Semana Santa,
“regressavam ao Arraial; exaustos e desfeitos, barbudos e maltrapilhos, como os
profetas do Velho testamento.
“ antigamente saia com a charola na
quarta feira de cinza daqui da igreja e chegava na quarta feira santa, um meis
e quinze dia, tudo para fazer a festa, eis fala festa da páscoa, que fala em
festa tá errado, porque é reza da semana santa, a esmola que é nosso cumprimisso
é pra ajudar no gasto da igreja, os que saia cum a charola ganhava o salario ,
a esmola que sobrava era pra fazer a festa, a reza. Eis tinha famia e largava a
lida pra i, então tinha o salaro, . Tinha duas, a que ia pra cima com 2 homi,
era mais estreitinha ainda, nois custava a segurá o cabo doandore. Essa ia pra
outo lado lá pros Quilombos, Carmo da Mata, Sabarazinho, lamounier E
Itapecerica”. A outa mais pesada que é essa qui, ia pra Santo Antonio do Monti,
cum 3 homi. Nois pedia o ponteiro pra i na frente pedindo comida e poso. Quando
era só os 2 era mais faci chegar quarqué hora sem avisá[9].”
O séquito era chamado de Charola
e era muito bem tratado por onde passava. - e no fim do périplo trazia muita
esmola destinada a cobrir as despesas com a celebração da festa da Semana Santa[10].”
Neste ano de 2016, segundo o vigário da paroquia Padre Paulo Sérgio, a Charola
entregou sua esmola no valor superior à de R$1.700,00 reais em dinheiro,
entregue por pedido do padre na segunda feira santa, durante a celebração, no interior da Paroquia
de Nossa Senhora do Desterro de Marilândia.
“ antigamente
era na quarta, agora chega na segunda feira santa, chegada da charola, com
esmola, procissão das Dores – Procissão do deposto”, a charola chega canatando,
o povo fica de cabeça em pé, a charola virada para dentro, fica em cima da
mesinha. O padre chega perto de mim e fala: “Sr Aníbal, assim que eu fizer a
entrada eu chamo a Charola, depois das
orações principais”. Aí o padre fala: “A charola hoje vai fazer a entrega da
esmola, vamos receber”. Aí nois entra devagarinho, aí quando para de rezar eu
falo: Agora tá cumprido a nossa obrigação e missão, vamos rezar em
agradecimento , agradecê a todo mundo que recebeu a charola em casa. Pedi a
Deus e a padroeira Nossa Senhora do Desterro aque derrami benção nos seis tudo
que deram esmola , os que tava em casa e os quenum tava tamém. Quando deu tempo
nois foi. Vou entregar o que nois deu
conta de adquiri. A oferta nesse ano de 2016 foi de 1736,31 centavos. Assim
caprichemo mais foi o que trazemo aqui. Esperemo ganhar mais saúde para ganhar
mais. Passo pro presidente da igreja entregar o padre.. Nós da charola é de
nossa responsabilidade, onde nos vai tirar para caminhada, será entregue aqui
também, então tá todo mundo convidado pro próximo ano[11]”.
De acordo com o escritor (BARRETO, 2015): “A charola do Senhor dos Passos
da Igreja do Desterro peregrinava por todo o Distrito, nos quarentas dias da
quaresma, recolhendo donativos para cobrir os gastos da celebração da Semana
Santa[12]. Os Charoleiros eram escolhidos a dedo na
comunidade”: tinham que ser fortes e estóicos, crédulos e sensitivos,
qualidades necessárias par que agüentassem a penosa peregrinação por caminhos
tortuosos, pedregosos, espinhosos e incertos ( que de um ano para o outro
acabavam ou mudavam de lugar). Silenciosos ou rezando e cantando em vozes
altas, eles sofriam as intempérie do sol e da chuva, o ataque de reses, cobras,
abelhas, dos marimbondos, dos borrachudos, das pulgas, bichos de pé, e
pernilongos. As vezes eram forçados a baixarem o andor na sombra de um barranco
e darem no pé na frente das mangangás, das arapuás, dos marimbondos. Deus é bom
pai e também protegia a si mesmo, na sombra do barranco, sofrido antes mas
agora ileso. Os Charoleiros corriam à toda brida mato afora e depois voltavam
pelos rastros até reencontrarem o andor com a imagem momentaneamente
abandonada, que agora parecia rir deles, perdoando”.
Durante o período da Quaresma em Marilândia, até hoje existe o costume de
algumas pessoas de sair com a "Charola que na concepção do senhor Aníbal :
“Charola não foi criado em lugar nenhum, era
tradição. Eu peguei ela, eu conheço desde que entendo por gente, eu ficava
observando e fui aprendendo sozinho os cantos. Eu aprendi aqui, e o que eu
aprendi aqui não vou sair nem depois de morto, já fisu até meu tumulo” ela foi
criada aqui mesmo em Marilândia, pode pergunta quem ocê quisé, em Itapecerica,
ninguém alembra dela não.”
Charola significa andor ou
padiola. Trata-se de um suporte onde se carrega uma pequena imagem de Nossa
Senhor dos Passos; necessita de duas pessoas para carrega-la. Esse feito, os
charoleiros deixa a cargo das mulheres, ou dos mais velhos. O costume é de ir visitar as famílias e
recolher donativos para ajudar a Matriz de Nossa Senhora do Desterro, durante
as festividades da Semana Santa. A esmola é entregue ao padre na missa com
todos os esmoleres da charola, onde era sempre na quarta-feira de cinzas E
agora, em detrimento de uma certa organização da paroquia o padre solicita que
seja entregue na segunda feira santa. Ao
perguntarmos ao Sr. Aníbal se a Charola beneficia a comunidade e seus
integrantes da charola, ele nos respondeu dentro da sua sobriedade de mineiro:
“eu sinto uma fé viva, uma pura verdade. Sou um homi de fé. Todo mundo
aqui gosta de mim, não tenho inimigo, até o ladrão que cata aqui e ali, nenhum
deles eu não tenho nada pra fala már. Elis num vêm aqui pra catá nada meu e nem
da minha muié. Tem 2 ali que é fote eu chamo eis pra dividir até um “biete de
sociedade do tituto de capitilizaçao se ganhar nois dividi. Eu sou amigo de
todo mundo, tem 2 fazendeiro aqui dos bão, me vê na missa e chega perto pra
pegar na minha mão da minha muié[13]"
Toda essas expressões populares contidas na Charola de Marilândia
implicam convivência, agrupamento, são espontâneas e circulares dentro da fé,
numa aliança de muita devoção, uma paixão de encantamento. Sempre seguidas por
uma característica coesa de conhecimento herdado, intuitivas de uma herança
familiar encrustada na raiz de sua própria alma: “Tudo que vem de cima é Deus
que manda”, dizia o velho João Norico[14].
O senhor José Guimarães Rodrigues, mais conhecido como Sr. Aníbal, filho
do Sr. Aníbal Guimarães, de 79 anos, chefe da Charola, disse que: “A charola
anda 40 dias, desde o princípio da quaresma, termina o comércio com folga do
dia. Toda noite ela sai, dependendo do dia, se chove num sai, aí a charola fica
até o terceiro dia pousada na casa do ultimo visitado. Para cada parada um
canto de caráter dolente, sem instrumentos, composta por seis integrantes
das vozes, que ele mesmo fez questão de
enumera los e designa los, já que é o Sr. Aníbal o coordenador da Charola de
Marilândia:
“Na Frente fica eu, Zé Anirbo faço
a 2ª vozes, o Orival faz a 1ª, o Raimundo que é o “talão[15]”
fais a terceira vois. Atráis , pariado fica o Zazá (Cumpadi Bartazá) fais a 1ª
mais grossa, dispois o Wirton fais a 2ª, e o Lê
a 3ª. Eles tudo é meu cumpadi ...”
A Charola segue com a matraca, um
instrumento de percussão, feito de madeira, com uma plaqueta ou argola que gira
em som barulhento em torno de um eixo. Esse instrumento é utilizado somente no
tempo da quaresma, aliás o único som permitido nesse período. O som é bastante
característico, fúnebre. O som da matraca fica impregnado no imaginário
religioso católico como o anuncio da morte de Jesus. O som é seco e que quebra
o silencio das noites tristes da quaresma. Os cantos são simples, e denominam
alerta, pecador, remissão e arrependimento. Sempre entoados com as misturas das
melodias dos índios, dos negros, e da igreja.
“ As melodias,
eu vou mudando elas, de verso, e eles vai respondendo. Se tem muito verso, eu
pico elas no meio. Quando entra na casa, eles fica de fora, entra só eu e a
charola. Aí eu fico esperando os procedimento. Se vai dar esmola memo, aí se
pedi oração ou mais um verso eu chamo eles pra entrar pra dentro. As veis a
casa é muito apertada aí por isso nois dividi.[16]”
Pecador Remir
Ô Jesus vós
E o pecado
remido
É o sangue seu
Atendei o amor
Atendei
humilhado Deus
Livrai-me dessa
dor
Que devei quando
sentir
Vendo meu Jesus
Condenado
Caminhei pelo
carvalho
Nesse madeiro
pesado
Perdoa os meus
pecados
O meu doce Jesus
Ver o meu Jesus
Condenado
E ver seus
ombros na cruz
Essa manifestação religiosa existe
desde a ereção da Capela, em 1716. Durante as visitas é recitado os versos
através de um canto sofrido que relembra todo o sofrimento do Nosso Senhor
Jesus Cristo, e do pecador arrependido”.
Senhor Aníbal relata que a equipe é formada por 6 integrantes para tirar
os versos, responder e fazer o coral de fundo: um tirador (faz os cantos e a
primeira voz); e o outro faz o dueto, segundo integrante com a segunda voz; o
3ºfaz a terceira voz, o restante responde em coral. Todas as musicas tem
caráter dolente. A impressão é de um grande arranjo para várias vozes.
Indaguei ao senhor Aníbal sobre os
versos, pois não são “versos de idéias”, o que ele denomina para os cantos do
Reinado e da Folia. Ele me respondeu afirmativamente:
“ Na charola é
reza mesmo, não é verso de idéia.[17]”
“JESUS PIEDOSO”
Jesus piedoso
Que na cruz
morreu
Bis [Dos filhos ingratos
[O pior sou eu
Foi por nossa
culpa
Que Jesus morreu
Bis [Dos filhos
ingratos
[O pior sou eu
Jesus Piedoso
Eu sou filho seu
Bis [Dos filhos
ingratos
[O pior sou eu
Foi por nossa culpa
Que morreu Jesus
Bis [Ele foi
pregado
[Nos braços da cruz
[1] VERKUIJLEN. TEODORO. Frei Teodoro Verkuijlen,
: 2005
Entrevista informal concedida a Erivelta Diniz , secretaria do
frei Bernardino Leers, no Convento Santo Antônio de Divinópolis.
[2] ABRA A
PORTA. Cartilha do povo de Deus. Ed. Paulinas.1985. p. 11
[3] LEERS.
Bernardino. Rigorismo Moral e Humor Popular. Ed. Paulinas. 2007.p.59
[4] Canto da
Charola durante os 45 dias da quaresma ; na recolhida das esmolas nas casas.
[5]
Oração de Ferrabrás. (Isis Litteris), Com essa poderosa Oração de São
Cipriano,o homem ou a mulher que amas não sairá do teu lado nunca e te
venerarás para todo sempre... Cabra Preta Milagrosa que pelo monte subiu,
trazei-me .r.s.t.a.r.p .que de minha mão sumiu. r.s.t.a.r.p., assim como o galo
canta, o burro rincha, o sino toca e a cabra berra, assim tu hás de andar atrás
de mim. Assim como Caifás, Satanás, Ferrabráz e o Maioral do Inferno que fazem
todos se dominar, fazei r.s.t.a.r.p se dominar, para me trazer cordeiro, preso
debaixo do meu pé esquerdo.r.s.t.a.r.p, dinheiro na tua e na minha mão não há
de faltar, com sede tu nem eu não haveremos de acabar, de tiro e faca nem tu
nem eu não há de nos pegar, meus inimigos não hão de me enxergar. A luta
vencerei com os poderes da Cabra Preta Milagrosa. r.s.t.a.r.p, com dois eu te
vejo, com três eu te prendo com Caifás, Satanás, Ferrabráz. Reza-se esta oração
com uma vela de qualquer cor acesa e uma faca de ponta. Esta Oração deverá ser
feita de preferência na hora em que voce se sentir mais à vontade e de
preferência em que esteja sozinho longe de barulhos. Pode ser feito novena com
ela.
[7]
Dicionário frei chico página 209
[8] ANÍBAL.
José. Charoleiro de Marilândia. Entrevista
informal concedida a Erivelta Diniz
.03/06/2016.
[9] Idem.
[10]
Barreto. Lázaro. Memorial do Desterro.
[11] ANÍBAL. José. Charoleiro de Marilândia. Entrevista informal concedida a Erivelta Diniz .03/06/2016.
[12] ANÍBAL.
José. Charoleiro de Marilândia. Entrevista
informal concedida a Erivelta Diniz .
03/06/2016.
[13] Idem.
[14] Antigo
morador de Marilândia
[15] Os
chaloreiros de Marlândia.MG, denominam a
“Tala” para os que fazem a terceira voz do primeiro grupo de vozes, conhecido o
cantor de talão.
[16] Idem.
[17] Idem
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