sábado, 1 de maio de 2021

A ERA DE OURO DO HIP HOP E RAP

 

Por Clarisse da Costa (Biguaçu, SC)

 

Eu nasci em 1980, na era de ouro do Hip hop, Rap, e o pouco que sei me diz que não importa o estilo a arte musical nos envolve. E nessa era de ouro a negritude fez toda a diferença. Mas vamos ao ponto da história, a origem dos fatos. Tudo começa com o movimento cultural entre os latino-americanos, os jamaicanos e os afro-americanos da cidade de Nova York precisamente no sul do Bronx, na década de 70 com o movimento Hip hop.  Precisamente no dia 11 de agosto de 1973. Esse estilo tem como pioneiro e criador o disc-jockey Afrika Bambaataa.

Podemos assim dizer que o Hip hop é o movimento social influente. A evolução da era musical, como uma manifestação social e luta. Chegando ao Brasil o berço deste movimento é São Paulo, onde surgiu por volta dos anos 80. Seus encontros aconteciam na Rua 24 de Maio e no Metrô São Bento. De lá saíram muitos artistas. Temos como exemplo Thaíde, DJ Hum, Racionais MC 's, Rappin Hood...

O DJ Hum iniciou sua carreira em 1985 e é considerado por muitos como um dos pioneiros do movimento aqui no Brasil em companhia do antigo parceiro Thaíde. Thaíde é o nome artístico deste rapper. Também é compositor, produtor, apresentador e ator brasileiro. Seu nome real é Altair Gonçalves.

Agora aportando na história do Rap vamos entender o significado dessa palavra. Pelo que conta a história esta palavra tem como significados ritmo e poesia. Praticamente uma poesia por ter rimas em cada linha musical, mas se não fosse o fato de que poesia não precisa ser rimada para ser uma, o rapper seria considerado um poeta. De qualquer forma ele não deixa de estar fazendo arte. E não para por aí, tem no seu contexto uma mistura de ritmos trazendo como sua marca o lado social, cultural e político onde é inserido.

Sua origem remonta à Jamaica de 1960, época em que surgiram os sistemas de som. Uma curiosidade é que estes aparelhos eram colocados nas ruas para animar os bailes que aconteciam nos guetos jamaicanos.

Esse estilo tem uma batida rápida e acelerada, contextualizando a própria letra em forma de discurso, mostrando para todas as pessoas a realidade do dia a dia. Não sei dizer se é de fato uma norma, mas em todas as letras se falam dos problemas dos habitantes pobres dos bairros e das grandes cidades. Talvez pelo simples fato de que muitos são excluídos pela sociedade.

Quanto a sua chegada no Brasil, o Rap foi chamado de Funk falado. E não diferente de outros lugares o Rap cresceu com a má fama. Este estilo nasceu na rua e cresceu na rua. Com isso ele foi marginalizado. Na visão de muitos o Rap é música de bandido.

No entanto ele é uma expressão artística urbana, mostrando os problemas que acontecem nas periferias. 

O ponto a se enfatizar é que, tudo que envolve realidade e não o mundo do faz de conta é visto como coisa de bandido. Independentemente de estar levando cultura para as comunidades pobres e tirando os jovens das ruas.

Agora que já sabemos um pouco da história do Hip hop, do Rap vamos ao ponto de partida onde a negritude fez a diferença.

A negritude sempre teve o papel fundamental em todos os estilos. No Rap temos como exemplo o Black Juniors. Muitos dizem que eles são os precursores do Rap no Brasil, mas há os que dizem que é o Miele e a grande maioria diz que foi o Pepeu e o Mike. Neste caso irei falar do Black Juniors, um grupo que marcou a história nacional desse estilo musical.

Nesse contexto também podemos inserir Jair Rodrigues, por uma razão. É que muitos acreditam que algo parecido com o Rap feito pela primeira vez no Brasil foi o clássico ‘’Deixa isso pra lá’’ do cantor, gravada no ano de 1964. Os autores desta obra são Edson Menezes e Alberto Paz.

Mas o importante é saber que Black Juniors marcou a era de ouro desse estilo. Black Juniors era o quarteto paulistano associado ao break. Break é uma dança de rua que se conecta com o movimento Hip Hop.

Clarisse da Costa é cronista, artista plástica e ativista do movimento negro em Biguaçu Santa Catarina 

Contato: clarissedacosta81@gmail.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário