Por Ridamar Batista (ALB, Anápolis, GO)
Sou um pouquinho de céu, fumaça
Vento na fogueira
Brasa que abraça
Luz de lamparina, picuman
Borralho, cinza fria
Carvão guardado pra amanhã
Sou um pouco barro branco
Pintura sem desenho
Fogão de lenho bem branquinho
Cheiro de toucinho
Pendurado do arame
Pra virar tempero
Sal, pimenta, cheiro
Sou a saia larga amarrotada
Cozinheira, lenço no cabelo
E o frigir de panelas cheias
Fumaça, chaminé e céu
Sou o véu que divisa o sutil
O lá e cá de vias descabidas
Choros e falas duidas
Cozinha de casa habitada
Sou cheia, forte amada
Dona rainha e senhora
De minhas horas traçadas
Ao longo deste caminho.
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