Por Sheila Corrêa
Sóbria, elegante, culta, soberana
De boa estampa, atávica, altaneira
Herdeira de Sepé, sangue charrua
Que no berço da Fé nasceu guerreira
Mais um portal de igreja que se fez cidade
Esta é Bagé, Rainha da Fronteira.
Temos por devoção dois padroeiros
A quem nos ajoelhamos em oração
Nossa meiga Senhora Auxiliadora
E o guerreiro fiel São Sebastião
Talvez daí a alma do bageense
Bravia e suave como um chimarrão.
Cada rua ou esquina é um campo aberto
Onde cavalga o Vento Minuano
Potro chucro sem cerca e sem porteira
Um frio do Sul, cortante e aragano
Mas no peito de cada habitante
Crepita um fogo de calor humano.
Lá do alto do Cerro de Bagé
Envolverás a cidade num abraço
Construção que do céu se faz espelho
Poncho que ali se estende em seu regaço
Como uma noite azul cheia de estrelas
Iluminando a vastidão do espaço.
Tendo a pampa por ninho e por moldura
Terra de amor, trabalho e poesia
Em que o passado se enlaça com o futuro
Do cacique Ibagé foi moradia
Aonde quem nasce, ou visita, quando parte
Sabe que há de retornar um dia.
Colaboração: Heloísa Bello (Londrina, PR).
Nenhum comentário:
Postar um comentário