Por Alberto José de Araújo
Reticente,
a cena ainda estava
bem viva, na memória,
atordoando feito cefaleia.
Relutante,
em descrever os fatos
podiam se transformar em boatos
maldita hora pra passear pelos becos
Debutante,
mal havia chegado à cidade
não podia revelar cumplicidade
tampouco falar da atrocidade
Ultrajante,
a forma como foi abordada
que se sentiu tão acuada
implorou para falar com a delegada
Aviltante,
o transporte na viatura
olhada como se fosse prostituta
saiu da cena direto para uma cela
Revoltante,
dormir a noite naquele antro
sensação pior que contraiu um cancro
até ser libertada por um defensor
público
Hesitante,
jurou mão sob a Bíblia que falaria a
verdade
sob olhar inquisidor do cruel bandido,
que maldade
firme superou o silêncio e contou a
atrocidade.
Exultante,
mal conseguir conter lágrimas e emoção
ao deixar o Fórum, já sem qualquer
coação
testemunha que fora de um crime de
paixão.
Sobre o autor: Alberto José de Araujo, poeta
humanista, poema escrito em 8/10/2012, a respeito de uma cena cotidiana vivida
por uma turista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário