quinta-feira, 1 de novembro de 2012

TESTEMUNHAR, SILENCIAR OU GRITAR:EIS O DILEMA!


Por Alberto José de Araújo

Reticente,
a cena ainda estava
bem viva, na memória,
atordoando feito cefaleia.

Relutante,
em descrever os fatos
podiam se transformar em boatos
maldita hora pra passear pelos becos

Debutante,
mal havia chegado à cidade
não podia revelar cumplicidade
tampouco falar da atrocidade

Ultrajante,
a forma como foi abordada
que se sentiu tão acuada
implorou para falar com a delegada

Aviltante,
o transporte na viatura
olhada como se fosse prostituta
saiu da cena direto para uma cela

Revoltante,
dormir a noite naquele antro
sensação pior que contraiu um cancro
até ser libertada por um defensor público

Hesitante,
jurou mão sob a Bíblia que falaria a verdade
sob olhar inquisidor do cruel bandido, que maldade
firme superou o silêncio e contou a atrocidade.

Exultante,
mal conseguir conter lágrimas e emoção
ao deixar o Fórum, já sem qualquer coação
testemunha que fora de um crime de paixão.

Sobre o autor: Alberto José de Araujo, poeta humanista, poema escrito em 8/10/2012, a respeito de uma cena cotidiana vivida por uma turista.

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