Por Clarisse da Costa (Biguaçu,SC)
Caros senhores e senhoras de
Itajaí, Biguaçu e toda Santa Catarina... É mês de março de 2017. O dia
amanheceu nublado, estamos em pleno outono. E o que vocês estão fazendo agora?
O mundo aqui não está nada fácil. O Brasil vive uma turbulência. Os jogos de
poderes são bem articulados. Prevejo que se a sociedade ficar quieta por muito
tempo a corda vai arrebentar para o lado dos menos favorecidos. Estes já são
privados de cultura por muitos municípios. A população negra, podemos dizer que
é a que mais sofre com isso. Para muitos conservadores o negro só tem serventia
nos serviços gerais.
E provavelmente várias pessoas
estão a pensar: o que eu tenho haver com isso? Talvez eu esteja metendo o dedo
na ferida falando de política nessa carta. Mas como não meter o dedo na ferida
nesse momento? Tem uma censura velada nas redes sociais, um moralismo falso, e
o governo querendo fazer uma reforma trabalhista que pode abalar as estrutura
de todos os trabalhadores. Nesse momento queria falar sobre o amor, mas tenho
dúvidas. Poderia falar o que o meu coração está sentindo... Porém, dentro dele
há uma saudade imensa misturada com tantos sentimentos, não cabe neste papel
lágrimas.
O tempo é de luta e todo dia é
uma guerrilha negra. É hora de resgatar as origens e a identidade negra roubada
pela colonização durante décadas. Andei lendo e cheguei à conclusão de que a
colonização e os jogos de poderes foram às chaves para a abertura da
escravidão, seja ela negra ou branca. O fruto dela originou o racismo. E podem
acreditar... É um assunto antigo, eu sei, mas se torna forte cada década que
passa. O preconceito se torna algo comum em pleno desenvolvimento tecnológico.
A existência dos negros parece uma anormalidade desse mundo. Por mais elaborada
que pareça ser a lei contra isso não é o suficiente. Precisamos de leis mais
rígidas.
Aliás, algumas coisas devem
ser mudadas, inclusive essa diferença assalarial entre mulheres e homens.
Afinal, esse não é um país democrático? Pelo que parece nada do que o Brasil
apresenta lá fora para outros países é o que acontece aqui. Ainda tenho dúvidas
com relação aos dizeres da nossa bandeira nacional. Existe de fato a ordem e o
progresso no nosso país? Santa Catarina tem colocado isso em prática? Já
perguntava o compositor na sua letra: que país é esse? E surge a noticia de que
a carne é fraca. Bem na verdade, a carne fraca é o governo. Fraco em não
conseguir pôr a casa em ordem. Se fossem empregados domésticos seriam demitidos
pelo mau serviço. Uma faxina bem feita não fica nada fora do lugar e o lixo é
colocado onde deve estar. Senhores, senhoras, o tempo exige atenção. Acredito
que com mais aumentos de impostos a vida vai ficar encarecida. A Zona do Euro
passou pelo mesmo processo. A tendência é o Brasil ir ao chão. E a queda da
população é inevitável. Somos os bois na fila do abate, ou fazemos algo ou
morremos.
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