segunda-feira, 1 de maio de 2017

BOIS NA FILA DO ABATE

Por Clarisse da Costa (Biguaçu,SC)                                                          

Caros senhores e senhoras de Itajaí, Biguaçu e toda Santa Catarina... É mês de março de 2017. O dia amanheceu nublado, estamos em pleno outono. E o que vocês estão fazendo agora? O mundo aqui não está nada fácil. O Brasil vive uma turbulência. Os jogos de poderes são bem articulados. Prevejo que se a sociedade ficar quieta por muito tempo a corda vai arrebentar para o lado dos menos favorecidos. Estes já são privados de cultura por muitos municípios. A população negra, podemos dizer que é a que mais sofre com isso. Para muitos conservadores o negro só tem serventia nos serviços gerais.
E provavelmente várias pessoas estão a pensar: o que eu tenho haver com isso? Talvez eu esteja metendo o dedo na ferida falando de política nessa carta. Mas como não meter o dedo na ferida nesse momento? Tem uma censura velada nas redes sociais, um moralismo falso, e o governo querendo fazer uma reforma trabalhista que pode abalar as estrutura de todos os trabalhadores. Nesse momento queria falar sobre o amor, mas tenho dúvidas. Poderia falar o que o meu coração está sentindo... Porém, dentro dele há uma saudade imensa misturada com tantos sentimentos, não cabe neste papel lágrimas.
O tempo é de luta e todo dia é uma guerrilha negra. É hora de resgatar as origens e a identidade negra roubada pela colonização durante décadas. Andei lendo e cheguei à conclusão de que a colonização e os jogos de poderes foram às chaves para a abertura da escravidão, seja ela negra ou branca. O fruto dela originou o racismo. E podem acreditar... É um assunto antigo, eu sei, mas se torna forte cada década que passa. O preconceito se torna algo comum em pleno desenvolvimento tecnológico. A existência dos negros parece uma anormalidade desse mundo. Por mais elaborada que pareça ser a lei contra isso não é o suficiente. Precisamos de leis mais rígidas.
Aliás, algumas coisas devem ser mudadas, inclusive essa diferença assalarial entre mulheres e homens. Afinal, esse não é um país democrático? Pelo que parece nada do que o Brasil apresenta lá fora para outros países é o que acontece aqui. Ainda tenho dúvidas com relação aos dizeres da nossa bandeira nacional. Existe de fato a ordem e o progresso no nosso país? Santa Catarina tem colocado isso em prática? Já perguntava o compositor na sua letra: que país é esse? E surge a noticia de que a carne é fraca. Bem na verdade, a carne fraca é o governo. Fraco em não conseguir pôr a casa em ordem. Se fossem empregados domésticos seriam demitidos pelo mau serviço. Uma faxina bem feita não fica nada fora do lugar e o lixo é colocado onde deve estar. Senhores, senhoras, o tempo exige atenção. Acredito que com mais aumentos de impostos a vida vai ficar encarecida. A Zona do Euro passou pelo mesmo processo. A tendência é o Brasil ir ao chão. E a queda da população é inevitável. Somos os bois na fila do abate, ou fazemos algo ou morremos.


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