domingo, 3 de julho de 2011

VI ENCONTRO DE POESIA MEMENTO MORI, EM BRASÍLIA, DF

Por Vânia Moreira Diniz


Ontem, 29 de setembro, foi dia de emoção. No Evento Memento Mori, estava sendo homenageado o grande e inesquecível Machado de Assis no VI Encontro de Poesia em Brasília sempre organizado com amor, carinho e competência pelo Poeta Roberley Antonio e sua dedicada equipe.
No momento que o mundo passa por expectativas, a globalização toma conta do planeta, deveríamos pensar em união, mas infelizmente enquanto a tecnologia atinge um progresso promissor revela ao mesmo tempo um mundo egoísta e discriminador apesar de todas as falas em sentido contrário.
E por isso mesmo iniciativas como a de Memento Mori faz com que nos sintamos sensibilizados até às lágrimas.

Pensando no extraordinário Machado de Assis, cuja origem e fatos da infância como a perda de pai e mãe tão cedo, origem, doença poderiam ter levado ao desespero e desesperança, ficamos extasiados com sua força que o tornou um dos maiores escritores, o gênio da literatura.Isso nos faz entender o poder da vontade férrea e da coragem.

Foi isso que vivemos ontem nas horas em que estávamos reunidos e assistíamos vários escritores de nossa era manifestarem sua emoção, a beleza das palavras, o sentido da vida, a eloqüência e o amor num preito de saudade ao nosso grande Machado de Assis, no seu centenário.
Sentindo a alma de meus colegas, exultei de alegria ao vê-los apresentar-se com o coração nos lábios como no fascinante cordel de Gustavo Dourado, na sabedoria precoce de Gustavo Fontele Dourado, nas palavras harmoniosas de Meiruluce Fernandes,nos poemas carismáticos de Anabe Lopes, nas palavras sábias de João Ferreira , na poesia apaixonada de Aroldo Camelo.
Não posso deixar de lembrar o escritor Andrey do Amaral com palavras eloqüentes sobre o nosso homenageado, depois de ter editado o livro "O máximo e as máximas de Machado de Assis" e falando sobre o primeiro soneto do autor.
Quando fiz minha própria apresentação a emoção era tão profunda que sentia junto de mim de uma maneira fecunda cada um dos poetas, que ali estavam presentes e podia experimentar o quanto é importante a união de nossos pares mesmo porque pares são todos os seres humanos principalmente para o poeta que expõe sempre sentimentos universais e representa o anseio de toda a humanidade.
Ali ao lado de minha família emocionada, de meus amigos e observando o jovem e talentoso coordenador do evento, o poeta Roberley Antonio, a quem agradeço a iniciativa maravilhosa, criativa e competente.

Imaginei o quanto tinha que agradecer ao Senhor do Universo em verso ou prosa e continuar a lutar juntamente com todos os meus colegas escritores por uma humanidade mais sã e menos perversa num mundo que Machado de Assis em sua época já conhecia tão bem o futuro pela própria observação em muitos de seus textos. O nosso grande escritor, líder na acepção da palavra já usava a literatura como a ferramenta mais eficiente na interpretação do mundo que nos rodeia.

Nesse momento, ainda sentindo o encantamento da noite de ontem peço aos que me lêem que me permitam lembrar aqui, o meu avô escritor que foi meu guru e com quem iniciei os primeiros ecos de minha inspiração com apenas seis anos.
Raymundo de Monte Arraes, meu patrono, meu avô, meu mestre , obrigada por tudo porque foi com você que eu aprendi a amar de modo profundo a literatura, as letras, a difusão desse instrumento e apoiar sempre os escritores já consagrados ou contemporâneos. Obrigada, meu avô.

E enalteço a todos que já citei acima que deixaram em meu coração uma forte impressão sempre no abraço do Poeta, dessa vez no VI Encontro de Poesia Memento Mori.

(30.set.2008)

(Publicado originalmente na Revista Cerrado Cultural nº 10/2008)

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