quinta-feira, 1 de junho de 2017

BALÉ DO TEMPO

Por Clarisse da Costa (Biguaçu, SC)

Voltando ao passado… Querido diário é errado ser negra? E perfeição existe? Eu não sou a Branca de Neve e nem tenho o cabelo liso da Barbie. E se tivesse seria mais uma. Qual é o lance desse povo? Acham-se os maiorais, lindos e perfeitos! E vem a pessoa e diz que o meu cabelo é duro feito Bombril. Será que ela não sabe que isso é uma marca? Caramba meu cabelo tem etiqueta de uma marca famosa!
Que chique! Aí a gente cresce e vai viver conforme tem que viver. Pelo seu jeito não pelos outros. Claro que algumas de nós levam tempo. Mas quando isso acontece os outros são apenas outros. E a ciranda da vida segue. No meio da roda o balé do tempo, uma bailarina sem suas sapatilhas. Também pudera, vive longe do chão! Não tem caminho pra pisar. Mas tem rumo certo o de sempre ir embora. Pra onde? Oras, sempre em frente.
Eu vejo o tempo feito menina negra. Um dia cresce; Vira mulher e se acha linda, solta os cabelos e deixa o vento levar! E o tempo segue. Baila nas idas e vindas da vida. Parece estranho, até alguns de nós o confundimos com o relógio. Mas o marcar dos minutos e segundos do relógio é diferente do tempo. O tempo é indeterminado. Ao contrário do relógio ele não tem dono. No entanto, às vezes pode ser predestinado por nós.

Tempo, tempo… Cheguei a pensar que ele brincava comigo, no entanto eu entrei na roda quando me deixei levar pelos outros. Mas afinal, o que são os outros senão criações de si mesmos?

Nenhum comentário:

Postar um comentário