quinta-feira, 1 de junho de 2017

A INFLUÊNCIA DA CASA PATERNA

 Por Humberto Pinho da Silva (Porto, Portugal)
  
Disse o grande pedagogo Ribeiro Sanches, na “ Cartas Sobre Educação da Mocidade”, que: “ O povo não faz boas nem más ações, que por costume e por imitação.”
E disse bem: somos o que somos porque vivemos em determinada época, influenciados pelo que ouvimos e vemos; movidos pelas atitudes e comportamentos, que presenciamos ao longo da vida, mormente na infância.
Em “ Psychologie de l’Opinion et de la propagande politique” – Paris, 1927 – Jules Rassak, confirma o que assevero: “ As impressões recebidas na casa paterna, a recordação da sua maneira de viver, das suas opiniões e dos seus atos, subsistem no subconsciente e exercem influência sobre o estado consciente.
“ Mesmo as pequenas impressões sentidas, os acontecimentos insignificantes, as peças de teatro, as leituras etc., não são esquecidas, persistem no subsolo da nossa alma, e influenciam a nossa vontade e o nosso pensamento.”
Essa influência, é – apesar dos malefícios da globalização, – notória, se compararmos a sensibilidade de vários povos. É essa influência, que faz, que povos, que vivem em territórios ricos, vegetem numa quase miséria, enquanto outros, que habitam em terras pobres, prosperem.
Recordo, que, quando o ciclismo estava na berra, e os operários deslocavam-se de bicicleta – em meados dos anos cinquenta, – ver pelotões de trabalhadores, subirem a avenida da minha terra, em competição. Todos queriam ser: Camisola Amarela!
E o mesmo acontece com a “ vocação” de muitos adolescentes, durante o Campeonato Mundial de Futebol. Todos desejam ser jogadores!
Basta dizerem que está na moda: o ioiô, e todas as crianças querem ter um. Recordo a coqueluche do hola-hupe, do cubo mágico, da pulseira magnética…e presentemente do pokémon go.
Dizem: estar na moda, e isso basta para que todos comprem; para que todos usem.
Até na literatura, e na música o “fenómeno” acontece!
O livro é vendido, não pelo valor da obra ou utilidade; mas, devido à eficiente propaganda; e o mesmo sucede à música.
Concluindo: se temos a sociedade que temos, é devido à educação que transmitimos aos filhos; às escolas que temos; e a conceitos que inculcamos às crianças, desde o berço.
Como queremos sociedade mais justa, se todos – ou quase todos, – damos o mau exemplo de obter tudo com o “ jeitinho”; se corrompemos, o semelhante, com dinheiro; e as nossas condutas são deploráveis!

Os jovens, são, em regra, a educação que recebem, como disse Rassak. “ As impressões recebidas na casa paterna…influenciam a nossa vontade e o nosso pensamento.”

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