Por Humberto Pinho da Silva (Porto, Portugal)
Disse o grande
pedagogo Ribeiro Sanches, na “ Cartas Sobre Educação da Mocidade”, que: “ O
povo não faz boas nem más ações, que por costume e por imitação.”
E disse bem: somos o
que somos porque vivemos em determinada época, influenciados pelo que ouvimos e
vemos; movidos pelas atitudes e comportamentos, que presenciamos ao longo da
vida, mormente na infância.
Em “ Psychologie de
l’Opinion et de la propagande politique” – Paris, 1927 – Jules Rassak, confirma
o que assevero: “ As impressões
recebidas na casa paterna, a recordação da sua maneira de viver, das suas
opiniões e dos seus atos, subsistem no subconsciente e exercem influência sobre
o estado consciente.
“ Mesmo as pequenas impressões sentidas, os acontecimentos
insignificantes, as peças de teatro, as leituras etc., não são esquecidas,
persistem no subsolo da nossa alma, e influenciam a nossa vontade e o nosso
pensamento.”
Essa influência, é –
apesar dos malefícios da globalização, – notória, se compararmos a sensibilidade
de vários povos. É essa influência, que faz, que povos, que vivem em
territórios ricos, vegetem numa quase miséria, enquanto outros, que habitam em
terras pobres, prosperem.
Recordo, que, quando o
ciclismo estava na berra, e os operários deslocavam-se de bicicleta – em meados
dos anos cinquenta, – ver pelotões de trabalhadores, subirem a avenida da minha
terra, em competição. Todos queriam ser: Camisola Amarela!
E o mesmo acontece com
a “ vocação” de muitos adolescentes, durante o Campeonato Mundial de Futebol.
Todos desejam ser jogadores!
Basta dizerem que está
na moda: o ioiô, e todas as crianças querem ter um. Recordo a coqueluche do
hola-hupe, do cubo mágico, da pulseira magnética…e presentemente do pokémon go.
Dizem: estar na moda,
e isso basta para que todos comprem; para que todos usem.
Até na literatura, e
na música o “fenómeno” acontece!
O livro é vendido, não
pelo valor da obra ou utilidade; mas, devido à eficiente propaganda; e o mesmo
sucede à música.
Concluindo: se temos a
sociedade que temos, é devido à educação que transmitimos aos filhos; às
escolas que temos; e a conceitos que inculcamos às crianças, desde o berço.
Como queremos
sociedade mais justa, se todos – ou quase todos, – damos o mau exemplo de obter
tudo com o “ jeitinho”; se corrompemos, o semelhante, com dinheiro; e as nossas
condutas são deploráveis!
Os jovens, são, em
regra, a educação que recebem, como disse Rassak. “ As impressões recebidas na casa paterna…influenciam a nossa vontade
e o nosso pensamento.”
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