domingo, 1 de outubro de 2017

CARTA DE AMOR

 Por Clarisse da Costa  (Biguaçu, SC)

Eu não tenho como
Tirar a sua dor
Meu amor,
Faz parte da vida;
Dizem que com ela
Vem o nosso crescimento;
Não sei onde nos leva,
Mas vi algumas dores
Unirem pessoas
E abraços formarem laços.
Não sei se você
Percebeu
Eu lhe prendi a mim
Como passarinho na gaiola;
Só que a minha gaiola
Sempre estará aberta
Pra quando você quiser partir.
Dentro de mim
Mora o amor;
Aliás, sempre morou;
Hoje nutri sentimentos por você.
Não foi por querer;
Talvez sendo;
Foge de mim;
São inesperados
Esses meus sentimentos;
Latentes
E profundos n’alma;
Ela que nunca sabe me dizer
A direção.
Não são teus
Os meus sonhos;
Nem os teus
Os meus;
Às vezes
Nem dona de mim
Eu sou.
Caio fundo
No ignoto espaço
Onde sobram pensamentos;
Palavras caiem na roda;
Ficam na ciranda;
A roda gira e gira,
E sempre para no mesmo ponto,
Você comigo!
Então tento me perder
Nos seus braços,
Na tentativa de ser;
Talvez um suspiro de amor.
Por alguns instantes
Sou tua
De sutiã vermelho
A sua espera;
O sorriso no canto
E o olhar lhe chamando.
Meu amor...
Assim posso chamar-te;
Cada linha que escrevo
Digo o quanto
Eu te amo.
Loucura?
Talvez.
O mais provável
É uma fuga de mim,
Do cotidiano
E o desejo de ter

O que eu não tive.
Você é a minha esperança
Que tudo é possível.
Vi nos seus olhos
O que há em mim,
Uma vontade de vencer;
Um brilho que
Toma conta de todo o meu corpo
E me faz esquecer
Do tempo,
Das horas marcadas
Do cotidiano,
Da loucura insana
Do meu ser.
Meu amor,
Não sei
O que sou para você;
Mas essas alturas
Nada importa;
Somente saber que é
Possível amar
Sem sofrer!


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