Por Pedro Du Bois (Balneário
Camboriú, SC)
(para Carmen Sílvia Presotto, em
memória)
Porque da sede somos o cantil
repleto
temos deveres e direitos em
obrigações
diversas dos outros que são a
seca
no copo vazio onde não aplacam
iras
nem votos declarados como prática
da ética: infiéis procuram nas
luas
sinais externos de que a vingança
se fará breve e ilusória na hora
em que apenas o sonho for visto
sobre dunas em águas salgadas
meu barco não será seu barco
nem nosso o impulso dos remos
que nos levará as terras opacas
entre espelhos foscos
e o cantil estará pela metade
instante em que nos vemos
sem entendermos as razões
além das órbitas e rotações
por ciúme derramamos o líquido
sobre as faces que na sede
temos o cantil vazio: em areias
encalhamos o barco ao fazermos
as mãos destrançadas em ritmos
e gestos de até logo.
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