Por Clarisse da Costa (Biguaçu, SC)
A construção do humano dá-se a partir
da percepção da visão do outro, de ir além do que simplesmente se vê. Abrir o
livro, ler cada palavra e não somente olhar a capa. O humano não passa de
sentimentos e suas ações. A sua visão sobre o outro embora essa, não ser
exatamente a descrição correta do outro indivíduo, influencia no crescimento
deste e dá uma percepção, talvez conturbadora para o meio em que vive.
O poeta,
podemos assim dizer que é conhecedor da figura humana, no entanto é mistificado
por ela própria. Já a mulher é a figura mais tida como complexa e tão pouco
compreendida e respeitada na sociedade. Na infância sua maior obrigação é
carregar as bonecas como o seu maior tesouro, surge aí o amor pelo consumo ao
mesmo tempo em que é ensinada a ser mulher e mãe.
No século
XIX eram comuns mulheres submissas ao marido e os preceitos de sua família e a
igreja que freqüentavam. Ensinadas a obedecer e cuidar da casa, a primeira
regra era ser uma boa esposa para seu marido e essa regra era uma norma para
qualquer situação.
Mas hoje, em
pleno século XXI a mulher tem um papel importante perante a sociedade. O lado
humano da mulher embora emocional traga coerência e paciência para resolver os
problemas do dia a dia, essa figura feminina tem sido muito desrespeitada. Como qualquer indivíduo a mulher passa pelo
crescimento humano, a transformação do corpo e a evolução da mente.
E isso
implica sair da meninice que vai da infância até adolescência para ser adulta,
mulher. Com o crescimento surge a ela barreiras aos quais dentre destas está o
machismo e o preconceito que desmistifica a mulher. Ela cresce e perante a
sociedade machista, muitas deixam de ser Clarisse, Juliana, Barbara, Alexandra
e tantas outras mulheres para serem ‘’xoxota’’ e outros pejorativos que o
machista dá para a sua vagina.
Crescer e
conviver são uma aventura para a mulher tanto como para qualquer ser humano.
Isso implica para a mulher negra provar o tempo todo que é muito mais que
corpo, cabelo e cor. A mulher negra como muitas vezes relatei ela sofre
duplamente a dor do preconceito, uma por ser mulher e outra por ser negra numa
sociedade que rege o machismo e o racismo. A ela é exigido os padrões de
beleza, cabelo liso, batom nada vermelho e roupas com cores leves, ou seja,
neutras.
Julia é a
personagem real de uma história cruel. Durante doze anos de sua vida, Julia foi
submetida a trocar de identidade, deixar de ser quem sempre foi para ser o que
o seu marido queria que ela fosse. Encarcerada nos caprichos e loucuras do
marido, o que não deixa de ser machismo da parte dele, não podia usar batom vermelho
ou ser quer usar roupas coloridas, pois isso era feio. Os termos, ‘’negrinha e
crioula’’, eram constantes na sua vida de casada.
Negra de cabelo crespo, Julia tinha
que fazer o padrão social de ter o cabelo liso. Sua liberdade deu-se quando ela
fechou esse ciclo na sua vida e passou a viver quem realmente é. Quem realmente
nós somos muitas vezes não interessa ao outro. O outro com sua formação sobre o
indivíduo faz suas escolhas e pré-julgamentos sobre este. No caso da mulher
negra ela é julgada o tempo todo, a menor ação que seja é motivo de sua
condenação como se fosse uma criminosa.
Nos dias
atuais muitas mulheres negras vivem em cárcere sobre a imposição dos padrões de
beleza, uma escravidão global imposta pela sociedade, pele clara e cabelo liso.
Ou seja, impulsionada a ser branca sendo sua raça negra. Com essa fase de
encarcerada vêm às dificuldades e o enfrentamento com o machismo. Um personagem
que posso citar é Dandara dos Palmares, à sombra de Zumbi de Palmares, sua
história tem características de uma lenda. Pouco se sabe dessa mulher, uma
guerreira negra do período colonial no Brasil. Mãe de três filhos e esposa de
Zumbi lutou a favor da liberdade dos negros. Mas não fora conhecida como sempre
foi o Zumbi dos Palmares.
Durante anos
a mulher viveu a sombra do homem e todo o seu aprendizado era de submissão. O
homem sempre o macho alfa e suas atitudes em nenhum momento questionadas. Já a
mulher sempre foi motivo de julgamento. Embora as coisas, terem mudado muito
nas condições de vida e o papel das mulheres em todo mundo, principalmente a
partir de 1960, a mulher na sociedade é desvalorizada. Em especial a mulher a
negra.
A mulher
negra vive uma dupla situação marcada pela descriminação por ser mulher numa
sociedade machista e por ser negra numa sociedade racista. Como bem sabemos a
mulher negra sempre foi vista como o ser frágil e dependente do sexo masculino
persistindo até os dias de hoje, sendo descriminada. Seja negra ou branca.
Reflexo de um poderio de décadas, onde os homens sempre tiveram no poder
dominando e liderando espaços. Com isso, as mulheres se viram na obrigação de
atentar para os afazeres domésticos, além de cuidados com os filhos.
No entanto,
a mulher sofredora, ou a mais sofredora seja a mulher negra, marcada por um
contexto histórico de exploração, violência e não permissão do exercício da sua
plena liberdade. Ser quem realmente ela é no século XXI não é nada fácil.
Fabiana tinha que mudar o seu cabelo para ser aceita numa vaga de emprego no
setor editorial. Por ter o cabelo crespo foi alvo de críticas, mas somente após
parar com as químicas e alisamentos. Passou assumir o cabelo e o que ela é na
sua percepção de que a aceitação vem da gente. Guerreira vive na certeza de
quem ela é e que cada indivíduo deve definir caráter e não aparência se ela
estiver bem apresentada.
Não é fácil
mesmo ser mulher negra, o tempo todo temos que provar algo pra alguém como se a
cada segundo cometêssemos erros. Nas redes sociais a mulher negra não passa de
carne, um corpo a ser devorado. E tudo começa com ‘’você é linda’’. O engraçado
é que quando ela toma a iniciativa ele corre. O homem quer ser sempre o caçador
e quer que a mulher seja a submissa. Esquece-se de que os tempos são outros,
não mais século XIX.
Os anos
passam, muitas coisas mudam, mas a submissão ainda persiste e relega seu papel
na sociedade a empregos desvalorizados, o número grande de prostituição e sem falar nas condições precárias de saúde
e educação. É necessário que a sociedade mude e não o mundo. Somos nós os
fazedores desse país machista e racista.
- Há uma
idéia de que a mulher deve ser como a cor bege. Neutra. Sem opinião, sem
cultura, sem uma série de coisas e subserviente. Chegar sorrindo para ver se
abre as portas. – diz Paty ao relatar suas dificuldades.
Temos que
ser cientes do papel da mulher negra na sociedade. A mulher negra com suas
formas delicadas, guerreira e valente tem uma história linda e construtora
desse país. Embora seja uma história marcada por anos de escravidão, machismo e
racismo. As transformações dos anos são visíveis, os tempos são outros sim, mas
ainda acarreta a mulher o sofrimento. E apesar disso a mulher negra resiste aos
tempos. Nas mãos de machistas têm em seu corpo marcas brutais ao invés de
flores nas mãos, até mesmo marcas na alma acometidas por palavras
agressivas.
Sendo que a
mulher negra só quer apenas viver em paz, ser ela mesma. Nada mais que isso.
Pobre Ana, para ela viver parecia uma tortura!
Ela e tantas outras mulheres e meninas em formação tem em seus cachos
uma história triste para contar. Não que as mulheres em geral não sofram o
mesmo, mas a mulher negra sofre duplamente.
Vejamos os
anos de escravidão como exemplo. Quando não estava com a enxada nas mãos estava
com os seios de fora para alimentar os filhos dos senhores de escravos, isso se
não tinha o triste fim de estar no tronco sendo açoitada. Já, no caso de Ana em
pleno século XX recebeu pedradas pelo fator cor de pele, a cor escura de sua
pele gerava uma repulsa para muitos de seus colegas na escola e como se não
fosse o bastante ouvia o coro dizer-lhe ‘’vai pentear o cabelo macaca’’. Isso
acarretou na sua vida o estereótipo do ‘’patinho feio’’.
E não são
apenas fatos, no caso em questão é evidente a falta de respeito e indiferença
por ela não ser o padrão de beleza imposto pela sociedade de consumo. Eu vivi
isso. Durante a minha vida escolar ouvi muitas coisas... E os risos ecoavam nos
meus ouvidos. Nós mulheres negras construímos a nossa história marcada com
dores e sofrimentos, no entanto, frente a frente encarando a sociedade cruel. O
que já é uma vitória.
Vitória é a
filha de quem lutou para dar a vida a essa conquista. Desde pequena sempre
estudou em escolas particulares, sem bolsas, sendo sempre uma das únicas negras
na sala. Não entendo realmente o preconceito racial, cresci achando que não
existe preconceito no meu ambiente. A única demonstração de racismo que me
lembro de quando pequena, foi quando um garoto se recusou a jogar comigo porque
eu era ‘’marrom’’. Nunca tive muitos amigos próximos, então passava muito do
meu tempo sozinha (até hoje). Só comecei a entender o preconceito racial mesmo
há um ano, e venho estudando sobre a população negra recentemente. – diz ela.
A mulher
poderia se matar, pois o mundo parece que não é para ela e é assim que a
sociedade quer que seja. Mas o lugar da mulher é a onde ela se sente bem, um
pedaço ignoto do bem querer. Um mundo de aceitação e respeito. E com o mundo
contra ela, ela segue em frente na luta.
Durante
muito tempo sua perspectiva não passava da porta da cozinha. Uma boa mulher era
aquela que sabia cozinhar e que tinha um bom tempero. Mas agora sabemos que a
sua história é reescrita todos os dias. Claro, não é nada fácil. Há aqueles
machistas aos quais custam aceitar essa nova geração de mulheres, mais fortes.
Não sei você mulher, eu encaro isso como um desafio. A vida da mulher negra é mesmo é um desafio. O desafio de ser mãe é um deles. Para
Lucia uma alegria. Mas bem sabemos que nem toda alegria vem acompanhada de
calmaria. Lucia após parar com as químicas no cabelo e adotar o penteado afro
por causa da gravidez, é humilhada pelo chefe durante uma reunião de trabalho.
Lucia, enfermeira teve que ouvir que suas tranças não se adéquam a sua função.
Enquanto mantinha os cabelos lisos ela era tratada por igual. Mais uma vez o
padrão de beleza entra na história e tudo muda.
- Ela achou
um absurdo eu não ter me calado como todos que ela humilha há anos na empresa.
– diz Lucia.
O padrão de
beleza imposto pela mídia enfatiza o machismo. Este que pode ser atribuído à
masculinidade. No entanto, a representação negativa por conta da alegação do
homem em ser superior à mulher. A superioridade está até nos contos de fada. Se
a gente parar pra pensar vemos que é o homem que salva a mulher. Não podia ela
mesma ter a capacidade de salvar a si mesmo?
Na história
da Branca de Neve e os Sete Anões, os Anões saem para trabalhar e ela a típica
‘’boa moça’’ fica em casa cuidando de tudo. E por falar nisso, as mulheres
negras cresceram com o nosso imaginário voltado àquela princesa branca, feito
leite, de olhos em tons de verde ou azul e com os cabelos lisos ao vento.
Podemos
dizer que a história da mulher num todo foi escrita por homens e os contos de
fada que nos trouxeram encanto na infância são histórias machistas escritas por
homens. Mas isso é assunto para outro dia. O fato é que no Brasil a mulher
negra é a maior vítima. O percentual de mulheres mortas por homicídio é de 54%
enquanto o número de mulheres brancas não passa de 10%.
A mulher
negra tem várias faces da dor, Zacimba Gaba, Anastácia e tantas outras mulheres
que na falta da sua liberdade sofreram com a escravidão. Essas mesmas
mulheres são no Brasil apenas 15 na
literatura. Quinze escritoras. Mas bem sabemos que são muito mais que isso, o
restante é desconhecido pela população
brasileira.
Existir e ser respeitada são para a mulher negra um grande
desafio
No mercado
de trabalho são descriminadas e ganham em média 59,5% do que ganham homens
brancos trabalhando ambos nos mesmos setores.
Uma luta sem fim. E eis que pergunta o machista: - Como uma mulher vai
levantar dedo no parlamento para votar se está acostumada a levantar pernas?
A mulher se
levanta e mesmo com todas as dificuldades da sua deficiência nas pernas segue
adiante. Embora seu o cabelo, ser o motivo de não aceitação, até mesmo na área
de trabalho ela se faz sobrevivente. Não o bastante, fugindo dos padrões de
beleza se mantém firme e não muda por nada. E por fim a mulher negra não foge
da luta, uma resposta digna de uma vencedora que em seu nagô se faz resistente!
Agora vejamos a mulher negra e o seu cabelo crespo. Aceitar e valorizar são
mais que obrigação para a mulher negra e sim um dever para com ela.
Ser mulher negra não pode ser uma sentença
Não é fácil
a vida, eu sei. A nossa relação com o cabelo crespo é extremamente complexa
desde a infância. Na verdade a vida da mulher nunca fora fácil. No período
escravagista as mulheres negras eram consideradas objetos e como tal, usadas
para satisfazerem as necessidades e os desejos de seus senhores. Até então o
cabelo não tinha influência. Quando o nosso cabelo é comparado com uma palha de
aço enfatiza para nós meninas na infância que o padrão e até mesmo normal é ter
cabelo liso.
Tenha cabelo
liso menina assim serás branca como nós, ou seja, aceita. Talvez esse trecho
seja encarado por muitos como um exagero meu, mas se olharem bem os brinquedos
são a prova do que eu falo não é apenas fato e sim realidade. Quando somos
crianças pouco entendemos das coisas. Mas para quê? Isso é a cargo da fase
adulta. A criança cabe para ela estudar e brincar. No entanto algumas coisas
marcam nossas vidas e deixam questões sem respostas. Por que as bonecas brancas
sempre foram as mais bonitas e perfeitas?
Hoje podemos
afirmar. Ser branco sempre foi o padrão de beleza ideal. Tanto que a boneca
branca sempre foi loira de olhos azuis e verdes, e os cabelos lisos. A boneca
negra não era a mais bonita e eram poucas no mercado de consumo. Nos dias
atuais o número de bonecas negras no mercado brasileiro deu uma crescida, mas
ainda é pouco em relação às bonecas brancas. São apenas 3% de bonecas negras.
Com tudo podemos afirmar de que a mulher negra não se enquadra nos padrões de
beleza.
Contudo no
Brasil, nós mulheres negras somos a gostosa ou a empregada domestica. As mídias
nos mostram isso. Não é fácil ser mulher, eu sei. Mas se já é difícil de
encontrar mulheres brancas em posições de destaque imagine mulheres negras! O
sistema é de oprimir. Vejamos, de 2002 a 2012, 84% dos filmes brasileiros foram
dirigidos por homens brancos, 13% por mulheres brancas. Enquanto isso, 2% foram
dirigidos por homens negros.
Portanto, a
mulher negra ficou de fora. Opressão? Ou repúdio ao sexo feminino negro?
Digamos que isso é fruto de uma educação machista e racista que a sociedade
leva com sigo. Fruto de séculos atrás. Vejamos a mulher de um modo geral. A
mulher moderna, nos dias atuais, cheia de atitude e dona de si assusta os
homens.
Até mesmo
porque a mulher, ao qual na sua criação é a ti apresentada a mulher do século
XIX. A mulher do século XIX é retraída. Sua educação a obriga ser. A moça
recatada tem que obedecer aos preceitos da família e Santa Igreja católica. Em
hipótese alguma pode agir feito homem. Sentar é praticamente uma arte. Cruzar
as pernas é modernidade do século XXI. Jamais pode fixar os olhos em direção de
um homem. Gargalhar ao ponto de ser vista por todos é vulgar.
Ser ela mesma só no seu quarto e bem longe de todos
A mulher, se
ela tem o seu lado machista é devido a sua criação. Ela cresce com a ideia de
que “Isso é coisa de homem” e “Isso é coisa de mulher”. E assim o homem sempre
foi para ela o dominador. Ou seja, o caçador da história. Durante décadas a
mulher foi submissa e levou com sigo o título “sexo frágil” até se revelar na
era industrial.
Mesmo com
tantas transformações tem que provar o tempo todo que é capaz e que seu espaço
é onde quer estar. Muitas de nós já nascem com essa difícil tarefa. Eu,
Clarisse da Costa sou a prova disso. Lendo um livro me veio a lembrança de tudo. Dantes não me via negro
me via pessoa, me via menina apesar dos problemas raciais sofridos por mim na
infância.
Está Esta
palavra embora tão conhecida nos dias atuais, era desconhecida por mim. Fui ter
a noção de tudo agora, depois dos trinta.
Até então não imaginava o quanto isso marcou a minha vida
Os risos
fortes não eram os meus e sim dos outras pessoas que ria na minha cara, da cor
da minha pele, do meu cabelo com trança preso com fita branca de cetim. Hoje na
internet os risos são “kkk”. Não parece soar falso às vezes? O que há com as
pessoas? Por acaso é um sacrilégio ser negro? Ao contrário de muitos nasci num
bairro onde ser negro era uma questão e é ainda.
Lembro-me do
garoto na primeira série, carteira lado
da minha. Por minutos falava ao meu ouvido “sua negra”. E isso me irritava. Eu
não me via negra me via gente como todo mundo. Na verdade todo negro é gente.
Mas isso pesa. Pesada foi a pedra que joguei em outro garoto, não lembro a
idade que eu tinha, mas tudo aconteceu dos sete a dez anos. No fim da aula,
fora da escola o garoto começou a jogar pedra brita pelas minhas costas por
causa da minha cor. A cada pedra uma palavra.
De repente
me esbarro num tijolo cheio de concreto e de raiva, sem o que fazer eu joguei o
tijolo nas suas pernas. Pegou de raspão, pois ele pulou de medo. No dia
seguinte tudo continuou a mesma coisa.
Em todas as situações só me vi com vontade de chorar. Ser
negro é crime?
O caso é que
ser diferente nesse país é perder a sua liberdade. Negro existir? Negro
ocupando espaços? Caramba, eu era apenas uma criança! Aí com o passar dos anos
cresci. Mas nada mudou com o tempo. As pessoas são relutantes às vezes!
Enquanto eu era a amiga do garoto bonitinho da escola o respeito existia. Mas de
repente meu coração se apaixona... Passo de amiga à negra fedida e suja.
O que mudou?
É mais agradável uma estética branca? Eu estive pensando no que me disseram
certa vez, que o negro é o ocupado da sua própria escravidão. O que tem uma
lógica nisso, mas a geração atual o que tem haver com os erros dos nossos
antepassados?
Vamos
entender um pouco sobre escravidão. Ela começou na África. Coisa de tribo. Uma
tribo dominava a outra e esta tribo vencedora tinha o direito de escravizar os
habitantes daquela aldeia. Porém não
eram maltratados. A escravidão é um tema complexo assim como racismo.
Não dá pra
dizer que o negro é o maior racista por essas questões e nem dizer que Clarisse Da Costa é racista
por abordar essas questões. A questão em ser negro nesse país é que somos em
números a minoria ocupando os espaços. Agora não falando de mim, até mesmo
porque não quero me passar por vítima, vou falar de toda população negra.
Certa vez me
disseram que os negros se fazem de vitimas e envergonham a si mesmo usando o
sistema de cota. Mas esse é o sistema do Brasil, espaço Tem, porém são poucos.
A diferença é gritante até entre o homem negro e a mulher negra. A mulher negra
carrega consigo o fator mulher, o que pesa na balança e com sigo, diante da vida, enfrenta
diariamente o machismo e o racismo.
Voltando a
falar de mim… Diante da sua casa a menina disse para mim e minhas primas: Vocês
fiquem aqui meninas, a mãe não gosta de preto. E assim começamos o trabalho
escolar. E não há como culpar essa garota, ela foi fruto da criação e educação
que recebeu de seus pais.
Aliás, somos
frutos da educação de nossos pais, e geração de uma sociedade omissa. A prova
disso é dizer em propaganda que “o mundo te chama”. Como se o mundo não fosse
para todos! A sociedade é que dita as regras. O mundo desigual nos chama? Olha
a contradição de tudo isso. Quantas
vezes me vi sem respostas. Quantas vezes o mundo era grande, eu não
fazia parte dele! Quantas vezes eu quis me refugiar na lua.
Eu era a
esquisita. Numa fase da vida a gente se vê perdida. Não é diferente quando se
está enfrentando o racismo e até mesmo o machismo, tanto pelo homem quanto pela
mulher. O machismo reflete em nossas vidas de diversas formas e muitas vezes
causam-nos danos.
O machismo aprisiona, maltrata, castiga…
Eu quero
trabalhar em casa e acompanhar o crescimento do meu filho, mas fica difícil no
começo se dedicar no desenvolvimento, ainda passo por mãe desnaturada que não
sai das redes sociais. - Oda.
Cobrança. É
o que acontece com a mulher. A mulher negra é o tempo todo cobrada e tendo que
provar o quão é capaz. Sua vida não é nada fácil, isso vem desde a escravidão.
Vejamos algumas mulheres da época
Mas antes é
preciso salientar que essas mulheres não escolheram a dura vida que tiveram e
sim foram levadas à essa condição. Viver em condições é diferentemente do que
viver aquilo que você escolheu. Nada
fácil para essas mulheres.
Bem… O tempo
da escravidão foi um período marcante na vida da população negra e trouxe à
tona grandes guerreiros inclusive mulheres negras que irei vos falar. Na luta
pela libertação de seu povo tiveram à frente de grandes batalhas contra os
senhores de escravos.
Zacimba Gaba
O poder de
uma mulher não está só na beleza, mas na vontade de vencer todos os obstáculos
que são dados a ela. Digamos que a mulher é uma guerreira o que na mitologia
não existia. E a mulher negra tem essa representatividade. Muitas foram às
mulheres negras guerreiras. Zacimba Gaba foi uma delas. Zacimba Gaba além de guerreira
era uma princesa.
E dizem que
princesas negras não existem. Mas há relatos na história do mundo que no Brasil
existiu mesmo essa princesa. O cenário dessa história se inicia pela África.
Tempo em que prosperidade e riqueza não passavam de uma realidade por lá. O
continente africano sem a colonização era outro mundo.
A princesa
ao lado de seus pais governava sua tribo numa tranquilidade. Livre podia cantar
sem o medo de lhe ouvirem e ter que fugir. Ali no seu reino tinha a sua
liberdade. Mas para a sua má sorte veio à colonização. A sua existência lhe
tirou a liberdade e sua alegria.
Zacimba
Gaba, princesa da Angola, fora capturada e assim, levada para o navio com
destino ao Brasil. No Brasil foi escravizada e comprada por um Barão no norte
do Espírito Santo. Nessas terras ela foi parar no ano de 1690. Chegando a casa
grande encontra outros africanos e estes a recebem como princesa que sempre foi
na Angola. Fato que lhe trouxe castigos severos pelo Senhor de escravos. O
Barão proibiu sua saída da casa e começou a lhe castigar.
No entanto
ela resistiu até o fim. Em nenhum momento desistiu da luta, tinha que libertar
seu povo. O plano era acabar com o Barão e fugir com todos daquele lugar. E
isso aconteceu de fato com a ajuda dos outros negros. Ela durante anos
envenenou o Barão com um veneno feito a partir da cabeça de uma cobra, a
jararaca. Assim que o Barão, o conhecido José Troncoso, morreu essa guerreira
liderou a fuga de seu povo. Juntos
formaram um quilombo, num lugar onde hoje fica Itaúnas. Este serviu de refúgio
para negros da região.
Mas para a
princesa a libertação de seu povo não era o suficiente, queria fazer muito
mais, ajudar aqueles que chegavam dos navios no Porto de São Mateus em
precárias condições. Zacimba lutou até o fim. Sobre sua morte não há relatos,
mas acredito que ela morreu em combate como uma guerrilheira que foi.
Anastácia
Anastácia
uma negra marcada pra sofrer. Talvez o retrato fiel de mulheres que sofrem
caladas pelo medo. Nesse caso uma escrava que teve como punição o seu silêncio.
E olha que às vezes o silêncio é o melhor remédio! Punida simplesmente por
rejeitar os assédios de um homem branco, a escrava teve como sua sentença usar
uma máscara de ferro. Isso até o fim de sua vida.
Atualmente,
ela é cultuada por muitos religiosos pela realização de supostos milagres. Seu
culto foi iniciado em 1968. O fato se deu numa exposição de uma igreja no Rio
de Janeiro, em homenagem aos 80 anos da abolição. A Igreja do Rosário. Ali foi
exposto um desenho da artista Étienne Victor Arago, este representando a imagem
de uma escrava do século XVIII. Supostamente Anastácia, usando a Máscara de
Flandres. Uma máscara que permitia à pessoa enxergar e respirar. No entanto não
lhe permitia se alimentar.
Um
sofrimento que mexeu com o imaginário das pessoas, criando uma mulher linda e
de rara beleza, que atraía a atenção dos homens. Curandeira, Anastácia só fazia
ajudar os doentes e com suas mãos, pelo que dizem fazia verdadeiros milagres.
Seu castigo, como já falado foi por se negar a deitar na cama com o seu senhor.
A virgem escrava sofreu os piores castigos. Hoje cultuada tanto no Brasil
quanto na África. Não há relatos em detalhes de sua morte e nem uma data.
Zeferina
A história
de Zeferina é de luta. Uma líder do quilombo de Urubu, na Bahia. Sua luta, como
Zacimba Gaba e Anastácia foi contra a escravidão. Na Bahia lutou
incansavelmente. Além de guerreira Zeferina era uma rainha, sua origem era
angolana. Fora trazida criança para o Brasil nos braços de sua mãe Amália,
direto para Salvador, localizado na Bahia. Isso no período do século XIX.
Valente
mulher, ela organizou índios e escravizados fugidos que buscavam a sua
liberdade, tantos homens como mulheres. Com grandes ambições, sabia que o
quilombo que era um princípio libertador poderia ruir devido aos acontecimentos
com o quilombo do Cabulo, destruído em 1807. Sabendo disso viu a necessidade de
unir com os nagôs, para invadir a cidade e matar os brancos escravocratas para
enfim construir uma liberdade plena para todo o povo negro.
Digamos que
uma luta sem fim até os dias atuais. Embora em desvantagem ela e sua tropa não
desistiram da luta. Presa Zeferina continuou altiva e fiel aos seus objetivos.
Ela acreditava que podia fazer muito mais e que mesmo que as batalhas
parecessem perdidas havia outros caminhos. Morta seu corpo foi enterrado nas
terras de Cabula.
Mariana Crioula
Há varias
definições sobre a palavra líder. Um sábio disse: ‘’Um líder que não é capaz de
excitar um conselho, não é líder, mas um ditador, um agente da tristeza e da
dor’’. Eu acredito que um líder é aquele que sabe escutar. Ou melhor, que ouve
o outro. E Mariana Crioula ouviu o clamor de seu povo pela liberdade. No Brasil
há muitos lideres, mas nenhum pelo povo como esta guerreira escrava foi.
Mariana, era
a mucama e a costureira da senhora chamada Francisca Xavier, dona de fazendas
cafeeiras Maravilha e Freguesia. Apesar de casada com o negro José, um escravo
que trabalhava na lavoura, Mariana vivia na casa grande. Ela viveu em Paty do
Alferes da Vila de Vassouras, região do Vale do Paraíba, no Rio de Janeiro.
Sua luta
pelo seu povo começou em cinco de novembro de 1838. Nessa data citada aconteceu
a maior fuga de escravos da história fluminense. A fazenda Maravilha fora o
foco principal. A fuga de todos foi liderada por um ferreiro chamado Manuel
Congo. Este levou negros da fazenda Freguesia e de outras fazendas vizinhas. A
fazenda Freguesia era onde vivia Mariana, esta não teve medo e juntou-se aos
fugitivos, liderando o grupo.
Sua
liderança deu a ela o título de Rainha do Quilombo, fazendo parceria com Manuel
Congo. Manuel, assim como Mariana teve o título de nobreza. Manuel Congo, o
Rei. O grupo liderado por eles situaram-se nas matas de Santa Catarina,
exatamente nas fraldas da serra da Mantiqueira. Isso até serem atacados por
tropas que estavam no comando de um coronel da Guarda Nacional. Por ele foi
relatado na época que Mariana no auge dos seus 30 anos estava à frente dos
revoltosos, resistindo ao cerco policial. E aos gritos dizia: ‘’morrer sim, entregar
não!’’
Então, no
dia doze de novembro, Mariana Crioula e Manuel Congo foram feitos prisioneiros,
com demais lideres da revolta. Com esse fato o grupo se dispersou. Ela com
demais escravos foram a julgamentos. Com toda sua valentia teve que desvencilhar
sua sentença, procurou então, dissimular seu verdadeiro papel nos
acontecimentos. Esperta alegou que fora induzida a fuga. Apesar de ter sido
contrariada por outros réus ao dizerem que ela era a Rainha do Quilombo, Maria
foi absorvida. No entanto Manuel Congo foi sentenciado à morte por meio de
enforcamento em meio ao povo no ano de 1839.
Esperança Garcia
A esperança
requer perseverança e segundo Wikipédia, é uma crença emocional na
possibilidade, resultados com de positivos eventos e circunstâncias da vida
pessoal. E não por acaso Garcia tinha como primeiro nome Esperança. Negra
escrava viu na sua capacidade de ler e escrever a sua esperança. Ela cansada
dos maus tratos que sofria escreveu uma petição.
Tudo começou
quando Esperança Garcia fora escravizada confiscada e isso aos padres jesuítas,
expulso dantes pelo Marquês de Pombal. A força a levaram Esperança para a
Fazenda Algodões, perto de Floriano. A mesma esperança, segundo Wikipédia é uma
das virtudes teologias do cristianismo. Segundo este, por meio desta virtude,
os cristãos desejam e esperam de Deus a vida eterna e o Reino de Deus como a
felicidade.
Mas nesse
caso me refiro a uma pessoa, escrava. Como falava Esperança Garcia foi levada a
força para uma fazenda, perto de Floriano, enfim, uma fazenda em Nazaré do
Piauí. Em alguns meses depois, exatamente 6 de setembro de 1770, a escrava
escreveu uma petição a seu favor para o Presidente da Província. Na carta
relatou os maus tratos que ela e seu filho sofriam na fazenda Algodões, para
tamanho espanto de todos, pois o que se sabe é que naquela época negro algum
tinha direito ao ensino básico e quem fosse pego a ensiná-lo era preso ou
processado.
Luísa Mahin
A luta pela
liberdade e a dignidade sempre esteve presente na vida da comunidade negra em
qualquer parte do mundo. No Brasil, apesar da sua grande contribuição na
cultura brasileira, o negro sofre a dura omissão. E diante da sua história é
ocultado e a sua influência na cultura mascarada. E mascara é algo que o negro
nunca utilizou. Não tinha medo e nem fugia da luta. Sempre tinha alguém para
impulsioná-lo a lutar.
Um exemplo
disto é a Luísa Mahin, que na sua luta ganhou o título de Rainha da Bahia.
Segundo relatos, essa guerreira pertencia a Tribo Mahi, ao qual era integrante
da nação africana Nagô. Estes
praticantes da religião islâmica.
Aqui no
Brasil, os Mahin eram mais conhecidos como malês. Especificamente na Bahia. Uma
dominação que atribuía aos negros islamizados, hauçás... Todos trazidos do
Golfo do Benin, região pertencente ao noroeste da África. Esta no final do
século XIX foi colonizada por muçulmanos do Oriente Médio.
Esta
guerreira, alforriada em 1812 viveu sua vida em Salvador como quituteira. Mas
sua vida não para por aí, em união com um fidalgo português nasce Luís Gama. O
que seria felicidade torna-se a sua tristeza, a criança aos cuidados do pai,
com dez anos de idade é vendida ilegalmente como escrava. A criança seria sua
quitação numa dívida de jogo. Digamos
que um dissipador este homem!
Essa mulher
sofrida foi articuladora em todas as revoltas de escravos. Ato que estremeceu
toda província da Bahia no século XIX. Ela usava o seu tabuleiro para passar
informações. Essas informações eram mensagens em árabes que através de crianças
pretensamente adquiriam com ela quitutes. Desse modo esteve envolvida e a
frente de tudo na Revolta do Malês em 1835 e na Sabinada de 1837 a 1838.
Ao ser
descoberta foi perseguida até ser encontrada no Rio de Janeiro. Seu destino foi
sua deportação para Angola na África. Mas esse fato não é algo comprovado. No
entanto, há quem acredite que ela tenha conseguido fugir, indo a instalar-se no
Maranhão. Por lá com sua influência desenvolveu o tambor de crioula.
Na Agotimé
Conhecida
como escravismo ou escravatura, a escravidão foi uma forma de relação social de
produção adotada no período colonial, mesmo antes do fim do império. E no
Brasil o escravismo africano começa por volta de 1.500 e seu fruto originou o
racismo que passa por décadas. Mas com a realidade atual, em pleno século XXI,
que temos a nossa liberdade e direitos, ficar na condição de pobre, negro e
sofredor é para aqueles que desistam da luta e aceitam essa condição imposta.
Ir além dos
muros não é nada fácil, mas a persistência faz de cada indivíduo um resistente
como a guerreira Na Agotimé. Esta foi rainha na antiga Daomé, conhecida hoje
como Benin. Na Agotimé foi vendida como escrava e por conseqüência veio parar
no estado de Maranhão, onde sua liberdade foi roubada. Sendo ela renomeada por
Maria Jesuína.
E segundo
historiadores foi fundadora da famosa Casa das Minas. Esta casa é um templo de
tambor de mina. Sua localização fica em São Luiz, no estado de Maranhão, no
Brasil. Os cânticos nesta casa são em língua Jeje e ali só recebem divindades
de voduns, assim denominadas.
Dandara dos Palmares
O machismo
faz com que grandes mulheres sejam apagadas da história. Falar de Dandara, uma
escrava negra, por pouco que seja é dar vida a ela. E como podes perceber o
machismo era presente nos Quilombos. Ícones, representantes da força feminina, como Dandara viviam as sombras do
homem.
Eu poderia
começar com ‘’era uma vez’’, pois a história dessa negra guerreira tem
características de uma lenda. Mas vamos aos fatos. Mesmo a sombra de um homem
que tantos pesquisadores já relataram o Zumbi dos Palmares, ela existiu.
Dandara fora uma guerreira negra do período colonial no Brasil. Uma figura
envolta de grande mistério. Mãe de três filhos, essa guerreira era esposa do Zumbi
dos Palmares. Esta se matou depois de presa, na data de seis de fevereiro de
1964. Isso para não ter novamente a condição de escrava como vida.
Maria Felipa
Sejamos
Maria Felipa de Oliveira nessa vida. Ela apesar da sua condição de pobre e
mulher negra lutou incansavelmente. Maria Felipa fora guerreira na luta pela
independência. Conhecida pela população da Ilha de Itaparica como a Heroína
Negra da Independência.
Militante ao
lado de um grupo de mulheres e homens de diferentes classes e etnias lutou bravamente.
Construiu trincheiras, organizou o envio de mantimentos para o recôncavo e as
chamadas ‘’vedetas’’. Fugindo dos padrões das mulheres da época, Maria lutou
até o fim de sua vida sem cessar.
A escravidão
negra acabou há décadas, mas com o fim dela veio a difícil batalha de existir
de fato com dignidade e respeito. O pós-escravidão trouxe à tona a dura
realidade da mulher negra entre o século XX a XXI. Um exemplo do que falo é a
Beth Cabula. Nos dias atuais, em pleno século XXI, a mulher negra e tão
guerreira traz com sigo a marca da fragilidade, do escravismo, do ser
diferente, do ser mulher.
A sua luta
abrange as fronteiras do machismo e do racismo, de uma sociedade desigual.
Viver para a mulher é praticamente uma via-sacra. Aliás, existir é o dever de
todo negro. E a nossa existência gera repulsa para muitos conservadores. Mas é
com luta que derrotamos a todos. Essa luta traz na presença de Beth Cabula, a
negra guerreira dos dias atuais.
Nos dias
atuais a mulher como num todo é desvalorizada. Em particular a mulher negra. A
mulher negra vive uma dupla situação marcada pela descriminação por ser mulher
numa sociedade que rege pelo machismo e racismo.
A mulher tem
o estereótipo de frágil, algo que foge da sua realidade. Beth Cabula mostra que
isso não é apenas um fato, persistente na luta diz que ser mulher não é uma
tarefa fácil, pois é vista como ser mais sensível e menosprezado. Para ela isso
faz com que outras mulheres tornem se inúteis e fracassadas. Mas diferente
dessas mulheres, mesmo considerada uma garotinha e não mulher de fato, venci com ousadia a descriminação e
se faz respeitada acima de tudo.
Diz ela: Ser
negra é o ponto mais tocante em mim além de ser jovem. O negro muitas vezes é
visto como ser mais desprezível… Guerreira não se cala por nada, em suas mãos
está a sua arma mais poderosa. Com a caneta escreve versos primorosos e como
uma grande poetisa que é constrói um belo caminho, indo contra todos que acham
que a mulher negra e também poetisa, não é capaz se quer de fazer qualquer
coisa.
Essa
guerreira, Beth Cabula, teve vários obstáculos em sua vida e como tantas
mulheres guerreiras já citadas aqui, ela não fugiu da luta ou parou no meio do
caminho. E como tantas mulheres têm seus sonhos. Em um de seus relatos diz: O
meu maior sonho nisso tudo é pedir com que nos reconheçam e nos valorizem mais
e não tenham descriminação.
Digamos que
ela é o retrato fiel da mulher negra, aquela que com suas formas delicadas e
mulher valente tem uma história linda e construtora do seu país. E para
encerrar este capítulo vamos junto comigo entender um pouco algumas palavras
que foram citadas aqui.
Conceito e Origem da
Palavra Guerreiro
No tempo
antigo, guerreiro era uma pessoa habitualmente envolvida em guerra ou aquela
com habilidades para engajar-se em combate. Já em tribos, os guerreiros
raramente formavam uma casta ou classe própria, entretanto, no feudalismo,
esses vassalos formavam uma classe militar ou guerreira.
E pelo que
parece guerreiro é derivado da palavra guerra, esta vem do antigo Normando
Werre, do Frâncico Werra. A palavra guerreiro em si é de origem germânica. Ela
entrou nas línguas latinas e inglesas pelo vocábulo Frâncico Werra. O seu
significado é diverso, mas o usual define que guerreiro é o homem ou pessoa
batalhadora, que luta e não desiste, o que define muitas mulheres. Pois ser
mulher nos dias atuais é nada fácil, e somente sendo uma guerreira para seguir
em frente.
Conceito e Origem da Palavra Castigo
Persistentes
na luta, fez das mulheres que citei grandes guerreiras e como quaisquer
mulheres passaram por grandes desafios como, por exemplo, castigos. Castigo é uma sanção muito usada para
reprimir condutas consideradas incorretas. Sendo em crianças e jovens, os
castigos podem dividir-se em castigos corporais, castigos restritivos, castigos
impositivos.
No tempo da
escravidão os castigos eram físicos e severos como chicotadas. Castigo tem como
sua raiz adjetiva latina a palavra ‘’cast’’, que no latim, pode significar
instruído, educado. O que ao longe do tempo isso foi se modificando com as
transformações culturais sofridas na língua portuguesa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário