Por Pedro Du Bois (Balneário Camboriú, SC)
Talvez estivéssemos neste lugar, felizes
anos de fartura, pouco tivemos em recompensas,
delas não precisávamos naquela hora de estimas
e abraços no carinhoso sonho de estarmos juntos
o bastante e o tanto satisfeitos, flores perfeitas
não cultivadas, os jardins dispostos ao acaso
da polinização e do brotar das flores; talvez
os começos sejam difíceis de serem superados
em progressivas jornadas de esquecimentos;
a rigidez científica cerceia os passos humanos
em descobertas etéreas dos nossos fantasmas:
crer no inolvidável, dar-lhe nome e forma, tê-lo
consciente do tom com que calamos os dramas;
nossas vozes diagramadas em escalas não sensoriais;
talvez abrir os olhos tenha sido o instante supremo
onde confundimos as imagens e vivemos dos reflexos,
pálidos rostos refletidos nas águas.
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